quarta-feira, 30 de maio de 2007

A luta pela moradia na UFF: Capítulo um

Voltei mais cedo do que esperava, parece que finalmente consegui resolver o problema de acessar o blog. Vou começar com um relato, que posso chamar de histórico do que é o movimento de luta pela construção da moradia universitária na UFF e que atualmente está representado principalmente pelo Acampamento Maria Júlia Braga: o quilombo do século XXI. Esse acampamento, do qual faço parte completou um ano de atividades em abril. A sua origem está diretamente ligada a luta pela moradia estudantil da UFF, luta essa que estava sendo travada antes mesmo de eu entrar para a universidade em 2005. Essa luta teve início com o Fórum de luta pela moradia estudantil, cujas atividades tiveram início em 2002. Esse fórum travou uma árdua luta de mobilização de diversos setores dentro da UFF e que resultou na aprovação pelo Conselho Universitário da mesma do projeto de construção da moradia. Entretanto, da aprovação para a construção se passaram 4 anos sem que nada fosse feito. A única opção de moradia gratuita para estudantes que não tivesses condições de pagar passagens de ônibus ou uma pensão nas proximidades da UFF era a Casa do Estudante Fluminense, uma instituição pertencente ao governo do estado do Rio de Janeiro e que desde 1998 passou a enfrentar uma série de problemas relativos ao completo desinteresse do governo estadual por aquela iniciativa. Quando chegamos em 2005, a falta de interesse do governo do estado com a casa foi substituída pelo que eu chamaria de interesse destrutivo, ou seja, a vontade de destruír todo o significado daquele lugar, desde a sua origem, quando pertencia a uma senhora que gostava de ceder o lugar para estudantes que não tinham como se manter na cidade e o fazia com a maior boa-vontade, sem a menor intenção de auferir lucros com isso, bem ao contrário do que fazem uma série imensa de donos e donas de pensões que existem aos montes em volta da UFF. O primeiro capítulo termina aqui, na próxima postagem eu continuo.

Novo começo

Aqui estou eu, tentando mais uma vez ter o meu blog pessoal. Como não tenho muita familiaridade com a informática essa tem sido uma batalha complicada. Antes de mais nada eu quero me apresentar. Meu nome é Marcos, o "u" do blog advem da impossibilidade de usá-lo no título do Blog, mas tudo bem. Eu estudo história na Universidade Federal Fluminense e estou na luta pela assistência estudantil na universidade. Atualmente estamos acampados no hall da reitoria por conta dessa luta em que a pauta da construção de uma moradia universitária é o ponto central. Essa ocupação é o resultado de uma outra ocupação que está sendo feita no Campus do Gragoatá, um dos principais da UFF, e que tem por objetivo conscientizar a universidade, principalmente o seu corpo discente, da necessidade de se construir uma moradia universitária na UFF. Estamos ocupando a reitoria desde o dia 23 de abril, mas estamos enfrentando dificuldades, pois mesmo entre o movimento estudantil da universidade há uma preocupação maior em enfatizar a ocupação da USP do que falar sobre a ocupação que está ocorrendo na UFF. A ocupação da USP está sendo feita por grupos ligados a partidos políticos, embora aja uma preocupação em não dar muita ênfase a isso, já a nossa ocupação está sendo feita por estudantes que não estão ligados a partido nenhum, não que tenhamos algo contra isso, mas é um fato que o movimento estudantil tem sido refém dessa situação, onde o estudante para ser ouvido tem que pertencer a alguma corrente ligada a partido, e quando alguns se rebelam contra isso recebem adjetivos como "A malucada". As maiores difuculdades que temos encontrado nessa ocupação têm sido justamente a falta de reconhecimento das correntes ligadas a partido, reconhecimento esse na forma de apoio verdadeiro numa ocupação que não foi iniciativa dessas corrente, mas que deveria ser reconhecida como parte de uma pauta de luta a ser apoiada. Vou me despedir por aqui, tenho aula agora as duas horas, mas prometo voltar de novo.