terça-feira, 31 de julho de 2007

Estudantes pobres na universidade

Ontem eu estive numa reunião com diversos estudantes que como eu contrariaram o modelo vigente entrando para a universidade sem terem uma condição econômica que permitisse um melhor preparo em seus estudos. Somos todos bolsistas de um projeto de extensão da universidade que tem como meta principal estabelecer um diálogo entre as comunidade mais pobres e a universidade através de estudantes vindos justamente destas comunidades. Paralelo a isso existe entre nós um interesse em deslanchar um movimento dentro da universidade que englobe não apenas os bolsista do programa do qual faço parte, mas todos os estudantes mais pobres da universidade em torno de objetivos comuns a todos. Eu escrevi um texto que espero postar em breve nesse blog abordando justamente essa necessidade dos estudantes mais pobres terem uma participação mais ativa nas disputas políticas da universidade, algo que vá bem mais longe do que simples participações nas eleições de DAs e DCEs, mas que tenha a ver com a defesa dos interesses que estejam voltados para as necessidades desses estudantes mais pobres. Além disso, é muito importante que esses interesses sejam defendidos pelos que realmente necessitam que esses sejam levados em consideração. Entretanto, é preciso ter em mente que não estamos lutando por um projeto utilitário, mas por uma nova concepção de universidade e de sociedade. Temos que deixar claro que essa luta é por uma nova realidade, onde as pessoas tenham direito as mesmas oportunidades, sem cairmos num falso processo meritocrático em que pessoas de condições totalmente desiguais tenham que "matar um leão por dia" para mostrar que podem estar na mesma universidade que outras mais priviligeadas. Voltanto ao assunto inicial, esse movimento de que participo, mais um na verdade, e ainda estudo para valer na universidade, é uma tentativa que vem sendo feita em diversas outras universidade do país de colocar os estudantes mais pobres na linha de frente dessa luta por uma universidade e uma sociedade melhor.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Cotas na universidade: uma discussão necessária

A questão das cotas ainda continua sujeita a muita polêmica dentro das universidades. Aqui na UFF a discussão praticamente não existe, pois mesmo dentro do movimento estudantil não parece haver maior interesse em colocar tal assunto em discussão. No entanto, essa situação não pode perdurar por muito tempo. Eu que tenho uma posição favorável as cotas enquanto parte de uma política de ação afirmativa, estou consciente de que não tive oportunidade de me aprofundar melhor nesse assunto. Se essa discussão pudesse ser feita de maneira mais aprofundada quem sabe eu até poderia mudar a minha opinião como aconteceu com o Pró-Uni que eu também apoiava, mas que hoje já reconheço como algo que beneficia muito mais os tubarões do ensino privado do que os estudantes mais pobres. Da minha parte e do coletivo em que milito já há um esforço por trazer essa discussão a baila, pois tendo ou não uma opinião favorável, o fato é que não dá mais para adiar uma discussão sobre esse tema dentro da UFF.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Completando a postagem anterior

Esse blog as vezes me deixa louco, já é a segunda vez que uma postagem minha fica incompleta. Vou ter que repetir boa parte do que escrevi, me desculpe quem ler.

Desde a semana passada que eu tenho visto a UFF num completo esvaziamento. As férias já chegaram para todos, hoje é o último dia oficial de aulas do semestre. Os problemas da universidades vão mesmo ficar para setembro quando começa outro período. Nós estamos passando por uma greve dos servidores que se não fosse pelo bandejão e pela biblioteca fechados, talvez nem fosse notada pelos alunos. É incrível como as coisas acontecem e até pessoas que são afetadas por elas paracem não se importar muito. Essa greve é apenas parte dos problemas que a universidade enfrenta atualmente e tem sido tratada pela principais autoridades da universida do mesmo jeito que a ocupação que estamos fazendo no hall da reitoria a três meses, sem falar no acampamento montado no Gragoatá. Essas autoridades, o reitor a frente, parecem fingir que não é com eles enquanto esperam que as pessoas desistam de suas reivindicações. Infelizmente esse tipo de atitude é responsável por muitos dos problemas ainda sem solução da universidade, a começar pela falta de uma moradia estudantil. Até quando as pessoas que dirigem a universidade vão se omitir em relação a isso? 

A universidade em férias

Desde a semana passada que eu tenho visto a UFF num completo esvaziamento.  As férias já chegaram para todos, hoje é o último dia oficial de aulas do semestre. Os problemas da universidades vão mesmo ficar para setembro quando começa outro período. Nós estamos passando por uma greve dos servidores que se não fosse pelo bandejão e pela biblioteca fechados, talvez nem fosse notada pelos alunos. É incrível como as coisas acontecem e até pessoas que são afetadas por elas paracem não se importar muito. Essa greve é apenas parte dos problemas que a universidade enfrenta atualmente e tem sido tratada pela principais autoridades da universida do mesmo jeito que a ocupação que estamos fazendo no hall da reitoria a três meses, sem falar no acampamento montado no Gragoatá. Essas autoridades, o reitor a frente, parecem fingir que não é com eles enquanto esperam que as pessoas desistam de suas reivindicações. Infelizmente esse tipo de atitude é responsável por muitos dos problemas ainda sem solução da universidade, a começar pela falta de uma moradia estudantil. Até quando as pessoas que dirigem a universidade vão se manter aparentemente alheias ao que está acontecendo? Fico me perguntando sempre que percebe essa aparente omissão em relação aos problemas que só fazem se acumular.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Universidade em mudança

Até bem pouco tempo atrás a universidade era quase que exclusividade de uma pequena parte da população desse país. Os pobres que conseguiam chegar até ela eram geralmente uma pequena parcela de sortudos, quase sempre sob o apadrinhamento de alguém mais endinheirado. Hoje em dia, apesar de ainda enfrentar-mos muitas dificuldades, já é possível a uma pessoa mais pobre entrar numa universidade por sua própria conta ou de sua família. O perfil da universidade pública brasileira vem mudando com os anos, já é possível ver uma quantidade razoável de negros em muitos campus, os pobres já começam a não ser mais excessão em alguns cursos. É verdade que essas divisão ainda obedece a muitas das questões sócio-econômicas que permeiam a nossa sociedade. Se antes os pobres tinham extremas dificuldades para entrar numa universidade, agora as dificuldades se concentram mais nos cursos mais disputados, que exigem dedicação integral e, mesmo numa universidade pública, exigem grandes gastos financeiros. De fato, o número de pobres em cursos como medicina, odontologia, direito ou na maioria das engenharias, por exemplo, ainda é mínimo. Os mais pobres acabam optando por cursos que exigem menos gastos, não sejam em tempo integral para poderem exercer algum trabalho por fora, e que não sejam muito disputados, pois não é fácil concorrer contra quem teve oportunidades bem melhores de estudos. Com tudo isso, é evidente que cada vez mais pobres conseguem entrar numa universidade. Obviamente que isso deve ensejar desde já uma série de mudanças na maneira como estas funcionam, pois é evidente que, descontando algumas tímidas políticas de assistência estudantil, a universidade ainda parece funcionar como se todos os seu corpo discente ainda fosse de classe média para cima. A ausência de cursos noturnos em diversas áreas, a falta de apoio para adquirir materiais de estudo, sem falar nas políticas mais sérias como bolsas de estudos, moradia ou bandejão. Essa visão antiquada do atual perfil universitário também fica evidente na estrutura acadêmica dos cursos, no fato, por exemplo, de não existirem matérias instrumentais obrigatórias de línguas estrangeiras. Quando entramos numa universidade ainda é exigido que sejamos já fluentes em pelo menos uma língua estrangeira, como se todos os universitários de hoje tivessesm estudado inglês além da Escola Pública. Falta às pessoas de definem a estrutura acadêmica da universidade a percepção de que a quantidade cada vez maior de pobres e de membros de uma classe média proletarizada que entra numa universidade não teve oportunidade de estudar num curso de línguas desde criança e que precisaria de um suporte melhor por parte da universidade. Em vez disso o que temos aqui na UFF é um curso de línguas pago ocupando metade do terceiro andar do Instituto de Letras. Numa única palavra: um absurdo. É claro que não dá para culpar apenas quem não consegue ver a mudança de perfil dos estudantes da universidade. Evidentemente que essa mudança precisa se enfatizada pelos estudantes que a representam. Sem que esses estudantes a coloquem na ordem do dia, tudo continuará como está.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

A luta continua

Agora é questão de honra, se não dá para botar os sites, vamos tentar dar umas dicas. Vá para o sobresites.com e tente achar um link sobre Harry Potter, estando lá, clik em sites nacionais e ali clik em potterplanet.

Harry Potter na internet

Acabei de ler o sétimo livro da série Harry Potter num site da internet que disponibilizou uma tradução não-oficial em português. Já havia feito isso antes com o sexto livro e fico me perguntando se não estaria agindo errado, logo eu que reconheço como colaboração com o crime a idéia de se comprar produtos piratas. Em meu favor eu posso dizer que o site onde li o texto não está faturando nada com isso, é só um bando de fãs da série que está compartilhando o texto com outros fãs que como eu não lêem em inglês e não estão dispostos a esperar até o fim do ano para isso. É claro que é preciso tomar certos cuidados para em relação a isso, eu ainda me oponho fortemente a certas espertezas dos que acham certo comprar produtos piratas, mas acho que a leitura de um texto não-autorizado na net dá para fazer. O grande problema quando você toma certas atitudes é a sua tentativa de justificá-las, eu li esse livro e sei que não foi uma atitude realmente correta, é claro que os direitos autorais devem ser respeitados. Isso, de certa forma, também coloca o mesmo dilema em nossa universidade quando pensamos nos textos xerocados que nos são indicados. O que fazer então? É claro que o ideal é termos livros suficientes na biblioteca para serem utilizados, mas o fato é que vivemos no mundo real e não no mundo ideal, enquanto isso temos meio que "andar no fio da navalha". O jeito é conciliar interesses particulares com o dos outros, conciliar aquilo que consideramos certo com as nossas necessidades imediatas, ainda que isso não seja possível em alguns momentos. Quanto aos interessados como eu em ler antecipadamente o sétimo livro da série Harry Potter, eu indico dois sites: e foi nesses dois que eu encontrei as traduções.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Universidade em férias, mas ocupação não

Acabei fazendo uma lambança e postei só o título do texto que eu queria escrever. O fato é que a UFF está de férias, o semestre acaba oficialmente nesta sexta. Eu vou ter a minha última aula hoje, mas a ocupação da reitoria ainda continua e só pretendemos que acabe quando as pautas por assistência estudantil forem levadas realmente a sério. É uma pena que um número ainda pequeno de estudantes esteja efetivamente participando deste movimento. A luta por assistência estudantil, principalmente a moradia é algo que tem importância até para quem não precisa, pois diz bem o tipo de universidade que nós temos. O que dizer de uma universidade que não tem uma moradia estudantil embora perto de 70% dos seus alunos (são números oficiais) não moram na cidade de Niterói. Fica claro que a questão da assistência não é uma real prioridade. A ocupação da reitoria da UFF completou três meses hoje, foi a segunda a ser feita no país, antes da tão badalada ocupação da USP e se mantem de forma coerente. Essas ocupação não é "propriedade" política de nenhuma corrente política que atue na universidade, embora muitos grupos se recusem a participar dela por achar que isso fortaleceria politicamente a corrente da qual eu faço parte: OELI (Organização dos Estudantes em Luta Independentes). É claro que isso é desculpa para não atuarem num movimento real, pois uma das razões que levam a questão da assistência estudantil na UFF a ser colocada em segundo plano é justamente a opção de diversas correntes estudantis que atuam na universidade de priorizar lutas no plano superestrutural, em vez da luta de fato. Nós da OELI colocamos todas estas questões para serem discutidas numa nota que está publicada no CMI (Centro de Mídia Independente), veja www.midiaindependente.org e veja, se você que estiver lendo este texto, concorda com algumas de nossas conclusões.

Universidade em férias, mas ocupação não

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Tragédia no ar 2

Volto a esse assunto após passar por uma banca de jornal e ler que o avião que caiu em São Paulo estava voando com um equipamento que ajuda a frear sem estar funcionando. Parece que a alegação da TAM é que o tal aparelho não era obrigatório, ou seja, segurança não é mesmo uma prioridade. O jornal também mostrou o que teria sido uma comemoração de um importante acessor do presidente ao saber do fato. Com um gesto obceno ele comemorava o que considerava o livramento do governo de qualquer culpa pelo acidente. É muito comum no Brasil sempre tentar se livrar de respossabilidades. A TAM diz que não teve culpa, pois a falta de equipamento não era considerada impeditiva para o vôo e, portanto, para garantir o faturamento da empresa. De outro lado, o governo se exime de culpa por ter tantas autarquias cuidando do setor de aviação e não ser capaz de criar condições mínimas de segurança para os passageiros dos aviões. No final todos vão tratar de tirar o seu da reta e talvez sobre para o lado mais fraco da corda, ou seja, o piloto.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Tragédia no ar

Eu resolvi escrever sobre esse acontecimento terrível em São Paulo, pois ele reflete bem o que é comum em nosso país, o descaso das autoridades públicas com a segurança e o bem-estar de sua população. Normalmente isso acontece nas camadas mais pobres, é só pensar nos hospitais lotados, no caso específico aqui da UFF, temos o Hospital Universitário Antônio Pedro, que teve 32 de seus leitos desativados. No caso do avião da TAM, os afetados eram pessoas de classe média para cima, normalmente quem costuma estar mais ciente de seus direitos em relação aos impostos que pagam. O descaso dos nossos governantes está atingindo cada vez mais pessoas, agora não só apenas os mais pobres estão entregues a própria sorte quando vão para um hospital sem leitos, médicos ou remédios, até mesmo os mais abonados estão a mercê de uma estrutura deficiente nos aeroportos. A violência chega nos lares mais abonados também. É verdade que a polícia ainda não esta botando o pé nas portas de apartamentos dos condomínios da Barra da Tijuca, mas é evidente que da classe média para cima, já não há mais garantia contra o clima de insegurança que tomou conta de nosso país e que está presente tanto no chão quanto nos ares.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Humanas X Exatas 2

Neste ano eu fiz uma disciplina chamada Psicologia da Educação V que me pôs em contato com vários alunos que cursam disciplinas da área de Exatas. Vários foram os momentos em que ficou evidente as diferentes visões e a maneira equivocada como alunos de uma área vêem os da outra. Tal situação ficou evidente durante os seminários quando uma das alunas que cursava Matemática falou sobre as suas dificuldades com a leitura, procurando justificar isso como parte das características de alunos de sua área. São questões muito comuns que surgem nessas horas. O fato de alguém estudar numa área como Exatas a tornam necessariamente refratária a leitura? Esta não tem utilidade na área de exatas assim como a habilidade matemática é inútil na área de Humanas? Eu penso que muitos clichês foram durante tanto tempo recitados que se transformaram em quase dogmas. E o pior é que até os professores ajudam a passar esse problema adiante ao demonstrar a sua ignorância sobre o que se passa em áreas de ensino longe da sua. Isso ficou patente durante uma prova, quando a nossa professora ficou escandalizada quando um aluno da área de Exatas pediu para fazer a prova de lápis. Para ela era um absurdo um aluno fazer tal pedido, pois afirmava que a prova é um documento, portanto devia ser feita à caneta. É verdade que esse é um preceito estabelecido na área de Humanas, mas não significa que o mesmo aconteça numa área como Exatas, onde nos foi explicado que era inviável usar canetas numa prova de calculo. Tais diferenças demonstram o quanto precisamos avanças para acabar com o isolamento e a ignorância existentes entre nós sobre o que acontece nas disciplinas das outras áreas. Um professor que eu tive no segundo período disse para a minha turma uma vez que se você ficar limitado aos cursos em que se inscreveu não vai poder dizer que fez uma universidade e eu acho que ele está certo, não que eu pretenda pegar uma disciplina na Física, por exemplo, mas é muito importante acabar com esse isolamento que existe entre os estudantes de áreas diferentes, pois nós somos igualmente afetados pelos problemas mais sérios que existem na UFF.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Humanas X Exatas

Uma das coisas que mais me impressiona aqui na UFF é o clima de Vasco X Flamengo que existe entre as áreas de humanas e exatas da universidade. É sempre um desfilar de clichês que integrantes de cada área jogam um contra o outro. Para o pessoal das exatas na humanas está cheio de maconheiros e vagabundos que não querem saber de estudar. Que figem fazer política como desculpa para se manter o máximo possível na universidade, um bando de estudantes profissionais. No caso dos alunos de humanas, estes vêem os de exatas como um bando de alienados, sem qualquer sensibilidade social, gente que só pensa em dinheiro. Da minha parte eu sempre achei esses clichês uma grande besteira. Gente sem semsibilidade social pode ser facilmente encontrada nos cursos de humanas, da mesma forma que deve ter muito maconheiro na área de exatas. Infelizmente não há da parte de muitas pessoas a capacidade de entender que os problemas da universidade afetam a todos, que essa visão mercadológica que estão querendo dar a educação vão trazer vantagens apenas ilusórias para os cursos mais afinados com o mercado. A precarização da universidade vai acabar afetando a todos. É só pensar no tipo de ensino que as universidade particulares em sua grande maioria dão aos seus alunos de exatas para se ter uma idéia de que a tese do "cada um por si e o Deus-mercado por uns poucos" vai ser tão prejudicial para a área de exatas da universidade quanto para todas as outras.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Reflexões de final de período

Estou aqui em quase férias, pois só deverei ter mais uma aula no dia 23 para terminar esse período. Já estou quase na metade da universidade e sinto que ainda não fui capaz de aproveitá-la na sua totalidade, pelo menos no que se refere ao seu sentido acadêmico. O fato de ter me decidido a mudar meus planos originais de conciliar o estudo com um trabalho efetivo foi justamente pela possibilidade de aproveitar melhor o que a universidade tem a oferecer em matéria de palestras e seminários, onde eu poderia aprender até mais do que aprendi nas aulas. Isso se deu num seminário sobre a questão do negro, onde eu descobri que a lei Áurea só beneficiou 5% dos negros da época, pois o restante já era livre. Coisas assim eu não aprendi em sala de aula e nem em livros didáticos. Infelizmente eu não tive a chance de ter uma quantidade maior de experiências como essa. Eu lembro também da fala do meu professor de Geohistória dizendo que não podemos ficar limitados a pegar matérias apenas em nossos cursos ou estaremos apenas fazendo um curso e não uma universidade. Questões como essa me preocupam visto que não parece haver nenhum interesse das pessoas que dirigem essa universidade em acabar com essa estranha segregação que existe entre os diferentes cursos e áreas. Em minha opinião deveria haver tentativas de integrar áreas diferentes como humanas e exatas, mostrar como uma poderia ajudar a outra. Infelizmente o que eu vejo é um ridículo clima de Vasco X Flamengo entre essas áreas, quando deveria haver integração. Talvez coubesse a nós estudantes quebrar esse clima, mas parece que não há interesse mesmo entre nós de fazer isso. É mesmo uma pena.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Assumindo posições 3: a questão das cotas raciais

Dando continuidade à postagem anterior, eu gostaria de afirmar que sou favorável a implantação de cotas raciais na universidade. É claro que não acho que as cotas tenham que ser um fim em si mesmo, trata-se de uma política emergencial e que não terá maior consequencia se não for acompanhada por mudanças estruturais de longo prazo como um forte inverstimento na educação pública. Sem investimentos no ensino básico teremos o que se viu no Rio de Janeiro, onde o casal Garotinho implantou as cotas na UERJ e não se preocupou em fazer os investimentos no ensino básico e ficamos na situação que foi denunciada a tempos atrás pelo jornal "O globo", que durante o governo de dona Rosinha não se construiu nenhuma escola pública nova. Infelizmente o que se vê são governantes demagogos e oportunistas de um lado e pessoas com discursos falaciosos de outro. Os primeiros apenas interessados em medidas de impacto no curto prazo e os segundos se declarando contra as cotas com o argumento de que o certo seria investir no ensino básico. Com esses péssimos governantes, nós temos uma política meramente populista,  que não busca fazer as mudanças estruturais que este país precisa. Enquanto isso, muitos que se colocam contra as cotas vem com um discurso hipócrita, como se uma política emergencial não pudesse ser aplicada ao mesmo tempo que uma política de longo prazo. O que se deve fazer é manter a política de cotas com um prazo determinado para acabar enquanto se investe para valer no ensino público básico. No caso das cotas, é preciso atentar também para a questão sócio-econômica, até para não se correr o risco de se criar uma aristocracia negra no país, pouco interessada em apoiar as mudanças estruturais que são necessárias.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Assumindo posições 2: a capa da VEJA

A algumas semanas atrás a revista VEJA publicou uma matéria a respeito das cotas.  Na capa da revista estavam dois irmão gêmeos que haviam se inscrito na UNB pelo sistema de cotas local, mas um deles foi considerado branco. Partindo desse fato a VEJA colocou afirmou na sua capa que esse fato provava que raça não existe. É claro que a reportagem da VEJA se referiu apenas ao aspecto genético do conceito de raça para chegar a essa conclusão. De fato, se for o caso de abordar a questão por esse viés não há o que duvidar. Na verdade, foi uma grande contribuição da ciência o fato das pesquisas genéticas terem comprovado que a raça humana é uma só, que um brasileiro caucasiano pode estar mais próximo geneticamente de um nativo da Austrália do que de um caucasiano europeu.
No entanto, a VEJA não parece se preocupar em mostrar que o conceito de raça vai muito além da questão genética; é verdade que eu não pude ler a reportagem e, portanto, vou me ater apenas ao que li na capa. A grande verdade é que a questão que envolve o conceito de raça também esta ligado a fatores sócio-culturais que não são resolvidos pelas descobertas científicas. O fato da genética ter comprovado que só existe uma raça humana, não anula milhares de anos de separação existente entre negros, brancos e amarelos. Hoje em dia não dá mais para sustentar cientificamente teorias sobre a inferioridade de determinados grupos raciais para justificar atitudes e políticas racistas, mas isso não significa que as pessoas vão abrir mão de conceitos existentes desde quase sempre. Ainda pretendo ler a reportagem da VEJA para ter uma idéia melhor do que foi dito ali, mas desde já me coloco contra as conclusões que a capa da revista parecem indicar.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Assumindo posições

De volta a esse blog depois de um bom tempo sem postar, eu venho fazer algumas considerações importantes. Eu sou um estudante do curso de História da Universidade Federal Fluminense. Atualmente faço parte de uma corrente política dentro do movimento estudantil da UFF chamada OELI ( Organização dos Estudantes Independentes em Luta Independentes). Porque eu destaquei o "em"? Recentemente a OELI publicou no CMI (Centro de Mídia Independente) o manifesto político de nossa organização e dois comentários críticos foram colocados lá. "Quem sai a chuva é para se molhar", já dizia o velho ditado, é claro que haveriam críticas a muitas das posturas por nós assumidas naquele documentos, mas o que irrita mesmo é o sujeito mentir para fundamentar o seu argumento. Nos chamar de sectários já virou rotina, mas fundamentar isso dizendo que a ocupação da reitoria não foi discutida nos fóruns estudantis da UFF é inaceitável. Como estudante de história, eu e vários militantes da OELI participamos de várias assembléias e reuniões de colegiado do curso e colocamos o movimento que resultou na ocupação para ser discutidos pelos estudantes. O DA de história da UFF declarou apoio político à ocupação e o seu GT de moradia participa ativamente dela. Na única assembléia geral de estudantes da UFF que foi feita neste semestre, nós colocamos a ocupação em discussão e a assembléia deliberou por consenso pelo apoio político ao movimento. Na hora em que essa moção de apoio foi colocada em votação nenhum pessoa ou grupo político presente colocou qualquer objeção. No encontro do interior nós também estivemos presentes para colocar a questão da ocupação da UFF para ser discutida e no documento final ela foi citada como parte da luta dos estudantes por uma universidade melhor. Dizer que a ocupação não foi discutida nos fóruns do movimento estudantil é uma deslavada mentira, mas o pior mesmo foi o sujeito ao citar o nome de nosso coletivo dizer: Organização dos Estudantes de Luta Independentes. Quem ler pode achar que foi um erro inocente de grafia, mas eu não acredito nisso. É claro que para fundamentar a sua acusação de sectarismo esse sujeito colocou o "de" no lugar do "em" como forma passar a impressão de que nós nos consideramos os únicos estudantes realmente de luta da UFF. Na ocupação da reitoria atuam vários estudantes que não pertencem a OELI e nem a qualquer outra organização, muitos provavelmente nem pertencerão. Há também estudantes que são filiados a partidos políticos, é o caso de alguns integrantes do P-Sol, mas não filiados a corrente estudantil "Nós vão vamos pagar nada". Esses estudantes entenderam que o processo que ocorre na reitoria não pertence a OELI, mas é uma luta de todos os estudantes que querem um universidade realmente democrática, realmente aberta a todos, sem discriminação. Infelizmente esse não é o caso do sujeito que comentou o manifesto da OELI no CMI; para essa pessoa os movimentos de luta precisam ter "donos", esse não é o caso da OELI e por isso estamos nessa luta e no apoio a greve dos servidores da UFF, mesmo tendo sérias divergências com a corrente política (CST), que está conduzindo o processo.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Greve dos servidores na UFF

Não há dúvida de que os estudantes têm sido os mais prejudicados pela greve dos técnicos-administrativos da UFF. Com o bandejão fechado, a despesa com alimentação aumentou, com a biblioteca fechada tivemos que enfrentar sérias dificuldades nesse final de período na realização de trabalhos que demandavam um boa biografia, eu estou digitanto este texto no laboratório de informática da psicologia, que está funcionando porque tem monitores que o mantém aberto, ao contrário do que acontece com o laboratório da história, onde o funcionário está em greve. É sem dúvida que essa greve tem causado a nós estudantes uma série de transtornos, mas por conta disso devemos ser conta ela? Eu afirmo que não? Digo isso porque sou um desses alunos que adoram brincar de líder político e revolucionário enquanto não se forma e vai trabalhar na empresa do pai ou do amigo do pai, ou então arruma uma bocada no serviço público, quem sabe então uma carreira política ou sindical? Nenhuma dessas opções, embora eu procure estar por dentro da vida política da universidade, o fato é que eu reconheço na luta dos servidores a mesma luta em que estou envolvido, a luta por uma universidade melhor para todos. O fato inegável é que a Universidade Pública vem sendo sucateada ao longo dos anos e é preciso parar esse processo. No entanto, só a partir do enfrentamento com as forças que vem promovendo esse sucateamento é que vai ser possível parar esse processo. Estudantes, professores e técnico-administrativos precisam esta juntos para promover essa luta, mas é preciso que essa solidariedade seja mútua e que um setor não sabote a luta de outro por conta de injuções políticas, divergências de encaminhamento na luta, infelizmente isso ainda é muito comum aqui na UFF. Eu que faço parte da luta pela assistência estudantil na universidade e por isso apoio a ocupação da reitoria, apoio de verdade e não apenas com palavras vazias, vejo isso na própria atuação do SINTUFF ( Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal Fluminense ) onde sua mídia sindical deu amplo destaque a ocupação da USP, mas simplesmente tem ignorado a ocupação que está ocorrendo na universidade onde atua. Esse tipo de atitude, que revela a mesquinharia política do grupo que controla o sindicato ( a corrente CST, ligada ao P-Sol ) e sua maneira equivocada de promover a luta política dentro da universidade. Com tudo isso, o grupo político do qual faço parte, a OELI ( Organização dos Estudantes em Luta Independentes ) estamos apoiando a greve dos servidores, pois ela não é a greve de uma corrente política, mas uma luta que diz respeito a todos de nós que lutamos por uma universidade melhor.