sexta-feira, 25 de abril de 2008

Assembléia da História

Acabei de participar de mais uma assembléia do curso de História aqui na UFF. Houve uma ontem à noite e foi complementada pela manhã, pois o curso tem aula nos dois horários. A pauta mais discutida foi a proposta feita pelo movimento do Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI, para a abertura de um processo de seleção para transformar o quinto andar do DCE numa moradia provisória. É claro que o coletivo Nós Não Vamos Pagar Nada se colocou contra a proposta. Os argumentos foram os mais absurdos possíveis, alguns remetendo a argumentos de liberais, do tipo "é o Estado que tem que fazer isso e não o DCE", mas eu digo, se o Estado não fizer vamos cruzar os braços? Parece aqueles empresários que não investem em assistência social porque já pagam impostos e é o Estado que tem de cuidar disso. Outros argumentos falam que isso não contribui para pressionar a reitoria à construir a moradia, como se a necessidade do DCE ser utilizado como moradia provisória devido a omissão da reitoria nesse assunto não fosse um bom argumento de pressão. Foi uma disputa de concepção bem acirrada, e eu não posso dizer que foi uma vitória total termos aprovado em assembléia o apoio do curso de História ao processo de seleção, pois ainda dá para ver muitas posições vacilantes, mesmo entre os que se declaram solidários. De fato, temos a consciência de que esse será um processo muito duro de luta, agora nem mais contra a reitoria, mas contra o grupo majoritário que dirige o DCE. A posição do Paga Nada beira ao reacionarismo, com uma de suas militantes chegando a usar o termo "invasão" para se referir a nossa ocupação do quinto andar, isso pouco antes de ter um verdadeiro ataque histérico em plena assembléia. No entanto, temos consciência de que estamos no caminho certo e vamos fazer esse processo de seleção, pois como eu bem disse na assembléia, na melhor das hipóteses, só vamos ter moradia na UFF no final do ano que vem, e até lá, fazemos o que? E as pessoas que precisam de um lugar para ficar agora? Vão ter que deixar a universidade? O que estamos oferecendo é uma medida paliativa, provisória e que não vai contemplar todas as necessidades, mas é a única opção que está sendo posta para ser discutida, o Paga Nada fala em lutar por bolsas, mas o fato é que a universidade não tem isso como opção de assistência à questão da moradia, no nosso caso, por exemplo, eles ofereceram bolsas, mas como um suborno, um "cala a boca", é claro que não aceitamos, pois não estamos nessa luta para resolver uma demanda pessoal, mas sim por uma luta política pela implantação de uma verdadeira política de assistência estudantil na universidade. É essa a nossa luta política e vamos continuar com ela.

Um filme a ser assistido por todos

Ontem eu vi a pré-estréia do documentário de longa-metragem "Condor". Trata-se da história da Operação Condor, organizada durante os anos 1970 pelos regimes militares de Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia, inicialmente para trocar informações a respeito de opositores desses regimes, mas logo se tornando também um processo de caçar e eliminar esses opositores, em qualquer parte do mundo. Isso fica bem claro no caso do assassinato de ex-chanceler do governo Salvador Aliende, Orlando Letelier, assassinado em plena capital dos Estados Unidos. O título dessa postagem já deixa bem clara a minha opinião sobre o filme, trata-se de um trabalho muito bom de reconstrução de uma época. O mais importante, na minha opinião é a honestidade do trabalho, é dado espaço para todas as opiniões sobre o que foi as ações levadas adiante durante as ditaduras militares da época. No filme temos os depoimentos do filho do General Pinochet, do líder da ditadura brasileira no Senada, Jarbas Passarinho, do chefe da polícia secreta chilena, Manoel Contreras, todos tiveram espaço para defender suas posições, mas o diretor não se utilizou disso para evitar a sua própria opinião e isso fica bem expresso ao longo do filme. Alternando depoimentos com filmes de época, o que temos em "Condor" é uma ótima reconstituição do que foi aquele período, inclusive acabando com certos mitos, como a onipresença da CIA, como se os nossos militares forem meros intermediários de suas decisões ou estivessem meramente cumprindo a agenda estadunidense para a América Latina. O filme mostra claramente que as pessoas que participaram das diversas ditaduras que assolarem a América do Sul nos anos 60 e 70 do século anterior não o fizeram porque eram meros bonecos nas mãos da política dos Estados Unidos, mas porque tinham convicções próprias sobre a necessidade de se combater o comunismo. Um filme assim é importante para acabar um pouco com essa história do "americano malvado", culpado por todos os nossos males. Um filme assim é importante para ver-mos que muitos dos nossos males, quase todos, eu acredito, são fruto de nossas escolhas e nossos erros e isso precisa ficar bem claro. Enfim, espero que esse filme faça bastante sucesso, mesmo não sendo comercialmente feito para isso, mas que pelo menos tenha uma ótima repercussão e provoque debates sobre o Brasil daquela época e o do de hoje.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Problemas no ICHF

Na última reunião de colegiado do ICHF ( Instituto de Ciências Humanas e Filosofia ), aqui na UFF, tivemos que engolir a aprovação de um projeto de expansão todo ele calcado no REUNI. Um detalhe é que o diretor do instituto se opôs ao REUNI aqui na UFF, mas agora adota o mesmo tipo de projeto. Aliás a semelhança se deu também nas manobras para sua aprovação. Tudo foi feito da maneira mais escondida, pois a aprovação do projeto sequer estava na pauta da reunião. O fato é que o projeto foi enfiado goela abaixo de todos, contanto com a postura omissa dos representantes docentes, os dois alunos que estavam lá decidiram não votar em protesto contra essa situação. Amanhã vamos ter uma assembléia no curso de história para debater a questão, eu confesso que estou temeroso a respeito do que vai acontecer, pois vejo entre muitos membros do CAHIS uma relação "vazilina" com o diretor do ICHF, pois dependem dele para uma série de fatores, incluíndo autorização para festas. Eu não tenho dúvida que sem romper com essa relação um tanto quanto promíscua não será possível impedir a implementação de absurdos como o curso de educação à distância que está previsto no projeto. Em 2004 isso chegou a acontecer e só foi impedido a partir de uma mobilização intensa por parte dos estudantes, a partir de uma política de enfrentamento contra a direção do instituto que eu não sei se vai ser encampada por alguns membros do CAHIS.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Mais notícias sobre a educação

Estudo lista os 37 municípios do País onde ensino público funciona


Fonte: O Estado de S. Paulo

Pesquisa que será apresentada hoje em Brasília aponta adoção simultânea de 10 'boas práticas' pela rede escolar

Ana Paula Scinocca

Apesar de não haver uma receita única, pesquisa fechada no final do ano passado e divulgada agora mostra que há dez metas indispensáveis para oferecer educação básica com qualidade e fazer da aprendizagem ferramenta de progressão social. A aplicação sistemática dessas metas transformou 37 municípios brasileiros - 0,66% das 5.564 cidades do País - em campeões de aprendizagem escolar.

Em todos os municípios vigora uma regra de ouro: 'Um a um, nenhum a menos'. Ou, como dizem os professores de Marilena (PR), 'a agente não deixa nenhum aluno para trás'. O que, na prática, foi sentido por um estudante da escola municipal de Guaramirim (SC) desta maneira: 'Os professores insistem, insistem, até a gente aprender'.

A pesquisa Redes de Aprendizagem-Boas Práticas de Municípios que Garantem o Direito de Aprender foi feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Ministério da Educação/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais e União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Os dados serão apresentados e debatidos hoje, em Brasília, no Fórum da Undime.

Nas 37 cidades onde governo, professores e pais sustentam um pacto pelo 'direito de aprender', as dez práticas sistemáticas são: 1) gestão para a aprendizagem, isto é, organizar a escola com o objetivo de chegar a um 'ensino de resultados', que é fazer com que o aluno aprenda; 2) prática de rede, que vem a ser a integração de todas as escolas do município a um mesmo método de trabalho; 3) planejamento, que envolve, obrigatoriamente, os pais dos alunos; 4) avaliações; 5) valorização dos professores; 6) investir na formação contínua dos docentes; 7) valorização da leitura; 8) atenção individual aos alunos; 9) agenda de atividades complementares e 10) parcerias envolvendo áreas da saúde, esporte, cultura e assistência social. Como destaca o relatório, 'o bom desempenho não (pode) ser creditado a fórmulas ou atividades complexas'.

A única complexidade está na fórmula criada (leia texto abaixo) para definir os 37 municípios alçados à condição de campeões de aprendizagem: uma parte do Indicador de Efeito Redes Municipais (IERM-Ideb) foi tirada dos resultados dos alunos ao fazer as provas que compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A outra parte da pesquisa e do indicador final levou em conta a condição socioeconômica dos alunos e dos municípios e como mesmo em situações adversas as redes de ensino obtêm resultados fora do padrões médios. 'Capricho' foi uma das palavras-chave que resumiram as principais atitudes das redes de excelência, que para os professores e os pais dos alunos significam o seguinte: 'Ninguém se deixa imobilizar pelas dificuldades.'

Em 29 dos 37 municípios há uma prática generalizada de incentivo à leitura. E, em vez de estantes com livros arrumadinhos, as escolas criam ambientes de bibliotecas ambulantes que usam ônibus, baús, carrinhos de mão e até jegues.

As redes escolares trabalham um fluxo de informações sobre práticas bem-sucedidas, o que gera um compromisso de toda a comunidade com as questões locais e com a qualidade da educação. Isso quer dizer que o aluno não é só de uma professora, mas de toda a rede. O professor não está sozinho, é parte da equipe da escola e da rede.

A simplicidade na resposta de dois profissionais de educação - um de João Monlevade (MG) e outro de Carmo do Rio Verde (GO) - despertou a atenção das 18 pesquisadoras que fizeram o trabalho de campo. Ao exemplificar como via o real compromisso com o aprendizado dos alunos, um dirigente da cidade mineira disse: 'Aqui é tudo pedagógico.' E, à mesma pergunta, uma professora da cidade goiana assegurou: 'A aula é gostosa, prazerosa. Educação é movimento.' A 'prática de rede' foi assim traduzida pelo pai de um dos entrevistados na Escola Municipal São Caetano, em Arroio do Meio (RS): 'A escola é de todos nós.'

Além dos dez pontos mais citados, os entrevistados apontaram alguns outros aspectos considerados importantes: acesso à educação infantil, interação com as famílias e comunidade, prática por projetos, respeito ao tempo escolar, infra-estrutura, perfil e papel da direção escolar.


Pesquisa tem informações sociais e prova

Para realizar a pesquisa Redes de Aprendizagem foi criado o Indicador de Efeito de Redes Municipais (IERM-Ideb). Uma parte do resultado saiu do desempenho dos alunos do ensino fundamental nos exames padronizados, de 2005, como a Prova Brasil, que compõe o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Foram selecionadas as redes de ensino municipal que tiveram nota igual ou maior que 4.

O IERM foi tirado de uma avaliação do perfil socioeconômico dos alunos, das famílias e dos municípios. Incluiu até variáveis como participação no Bolsa-Família, em que série o aluno entrou na escola, se ele mora com a mãe e o pai, o grau de instrução da mãe, além de porcentuais de alunos da escola que trabalham fora ou realizam trabalhos domésticos por mais de 3 horas. Também foi considerado o porcentual de alunos cujos pais os incentivam a estudar.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Reunião do Comitê Fora Salles

Ontem à noite tivemos a segunda reunião do Comitê Fora Salles no Bandejão. Foi uma reunião proveitosa onde tratamos de nos organizar para colocar a campanha na rua. Tanto a OELI quanto a ADE, bem como aqueles que não estão ligados a nenhuma organização política, mas entendem a necessidade da campanha, acertamos alguns detalhes que serão levados adiante. O filme feito por nós da OELI será exibido num dos próximos eventos que farão parte da campanha. Nós também discutimos os desdobramento da ocupação da reitoria da UNB, que por sinal tinha acabado naquele mesmo dia. Temos bem em mente que a nossa campanha vai bem além de um fora reitor e que estamos propondo um radical rompimento com os paradigmas institucionais da universidade. Ao propror-mos a Assembléia Comunitária sabemos que estamos rompendo com uma estrutura que mesmo setores de esquerda na UFF, ou que se reivindicam de esquerda, reconhecem como legítimo. Os nossos debates, no entanto, nos deixam ainda mais certos de estamos no caminho certo e que essa idéia deve ser levada a toda a comunidade da UFF.

Ensino à distância

Extraído do site NOTA 10:


MEC ainda não tem posição final sobre caso Iesde/Vizivali

O Ministério da Educação (MEC) ainda não tem um posição final sobre a legalização do diploma dos cerca de 35 mil professores que participaram do Programa de Capacitação para Docentes, ofertado pela Vizivali, do município de Dois Vizinhos. A comissão paranaense criada para defender a legalização dos diplomas esteve novamente esta semana em Brasília. O grupo defendeu o caso em duas reuniões. A primeira, na terça-feira, dia 15, a comissão foi recebida pelo secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky. Na quarta-feira, dia 16, se reuniu com a equipe técnica da mesma secretaria para fazer uma análise detalhada da situação.

Um dos problemas que envolvem a questão é que a Vizivali, em parceria com o Iesde, de Curitiba, ofertou o curso também para alunos que não tinham, na época da matrícula, vínculo empregatício como professor, um dos pré-requisitos, segundo a legislação, para o recebimento do diploma. Com vínculo empregatício seriam cerca de 10 mil professores. Os outros 25 mil, aproximadamente, estariam em situação irregular. Outro problema é que há discordâncias entre os órgãos ligados à educação, para saber se o programa pode ser considerado um curso e se foi semipresencial ou a distância, fato que altera as competências de quem poderia autorizar o funcionamento, o Conselho Estadual de Educação do Paraná (CEE-PR) ou o MEC.

O deputado Péricles de Mello (PT-PR), que integra a comissão, diz que as discussões estão numa fase intermediária. Segundo o deputado, o consultor jurídico do MEC, Esmeraldo Malheiros, não vê discordância entre o parecer 139 de 2007 do Conselho Nacional de Educação, que trata da competência do MEC para a autorização de cursos a distância, e a autonomia do Conselho Estadual de Educação em autorizar o programa da Vizivali.

“Estamos tendo prudência em resolver a questão. A emissão de um documento da Consultoria Jurídica do Ministério se posicionando favoravelmente sobre o programa precisa ser consolidada, por isso, para ter validade, o documento tem que ser homologado pela Secretaria de Educação a Distância”, explica.

No final de março passado, os integrantes da comissão tiveram uma primeira audiência na Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC. Na ocasião, o coordenador geral de Orientação e Controle da Sesu, Jorge Gregory, também entendeu não haver conflitos entre os pareces dos Conselhos Estadual e Nacional de Educação. "Opinião que dá segurança ao sistema estadual de ensino em solucionar o caso", assinala Péricles.

Reforço - As reuniões desta semana no MEC contaram com reforços. Além do deputado federal Ângelo Vanhoni (PT), que acompanha o caso deste o início, compareceram também representes da Comissão de Educação do Senado e prefeitos paranaenses. Da comissão especial estiveram o presidente do Conselho Estadual de Educação, Romeu Gomes de Miranda; o presidente da Undime Paraná, Carlos Eduardo Sanches; o diretor da Vizivali, Paulo Fioravante Giareta; o presidente da APP-Sindicato, José Rodrigues Lemos e o prefeito de Nova Laranjeiras Eugênio Bittencourt, representando a Associação dos Municípios do Paraná.

Comento:

Todo mundo sabe que a educação no Brasil precisa investir na qualificação dos professores, além de uma série de outras medidas para melhorar o ensino público. No entanto, essa é uma tarefa bem árdua, que exige investimentos e esforços muito grandes e os resultados não podem ser imediatos. É justamente aí que começam os problemas, pois governos que querem soluções imediatas, ou algo que possa ser apresentado como isso, acabam embarcando nessas espertezas de autorizar cursos que prometem resolver o problema bem rápido. Um dos grandes problemas da educação no Brasil é a nossa eterna mania de querer resultados imediatos, em vez de uma política de Estado de longo prazo se buscam essas terceirizações que acabam resultando em situações como essa. O tal curso teria sido ministrado para 35 mil pessoas, mas só 10 teriam condições de tê-los recebido. É óbvio que o fator grana levou os responsáveis a incluir um número muito maior para faturar mais. O pior é que esse problema vai continuar, pelo menos enquanto não tivermos políticas de Estado para a educação, políticas organizadas para pensar na próxima geração e não na próxima eleição.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Reunião de colegiado do CAHIS

Na última segunda-feira tivemos reunião do colegiado do CAHIS, no curso de História. Foi uma reunião que começou tensa, pois o grupo político do qual faço parte, a OELI ( Organização dos Estudantes em Luta Independentes ) apresentou o informe de vai ser feito um processo de seleção para transformar o quinto-andar do DCE em moradia provisória. É claro que algumas pessoas fizeram uma série de questionamentos, uma delas se posicionou contra o apoio de CAHIS se não houver uma negociação com a atual diretoria do DCE. No final ficou decidido pela aprovação de duas medidas: a oposição do CAHIS a qualquer medida que vise tirar as pessoas que estão acampadas no quinto-andar e o apoio a uma negociação com a diretoria do DCE para resignificar o local para ser utilizado como moradia provisória. As coisas esquentaram mais quando se discutiu a aprovação de maneira bem malandra do projeto de expansão do ICHF, que pode ser considerado uma versão local do REUNI. A discussão maior se deu pela proposta do nosso grupo, feita pela Mariana, de se promover uma ocupação do escritório do diretor do ICHF, o professor Palharini. É claro que essa proposta foi rejeitada por um bom número de presentes, sempre usando os mesmos argumentos vazios a respeito de "vanguardismo" e "sectarismo". No final retiramos a proposta, mas não temos dúvida que se quisermos impedir a implantação desse projeto, que já foi aprovado e inclui novamente o famigerado ensino à distância, vai ser necessário ao CAHIS abrir mão da relação "vazelina" que mantém com a direção do ICHF a tanto tempo. A decisão ficou para a assembléia de História, na semana que vem, e também para a assembléia do ICHF, daqui a duas semanas. No entanto, eu não tenho a menor dúvida que se quisermos impedir a implantação do projeto, a única solução será o enfrentamento.

Semana de luta

Hoje teremos a reunião do Comitê Fora Salles aqui na UFF. Na minha postagem anterior eu tinha dito que seria na sala 516 do Bloco O, no ICHF, mas houve um contratempo e não vai ser possível usar a sala, portanto, a reunião vai ser no Bandejão, o horário vai ser o mesmo. Essa luta política que o grupo político do qual faço parte, e outro grupo político também, no caso a ADE ( Ação Direta Estudantil ), não visa simplesmente pregar a saída do atual reitor da UFF, mas é uma luta política pela implantação de um novo paradigma institucional na universidade. Nessa reunião vamos tratar de vários assuntos, entre eles a aprovação de uma carta-manifesto, que eu divulguei na última postagem. Eu não sei se vamos ter mais pessoas além dos militantes do acampamento, da OELI e da ADE, talvez uns poucos que não estejam em nenhum desses grupos, eu acho. De qualquer forma todos estamos atentos ao fato de que essa campanha só pode dar certo se mais gente se envolver nela. Será uma campanha dura, mas estamos dispostos a levá-la adiante.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Amanhã teremos uma nova reunião do Comitê Fora Salles; vai ser na sala 516 do Bloco O do ICHF, aqui na UFF. Na ocasião iremos exibir um documentário que fizemos sobre os últimos embates políticos aqui na UFF. Segue abaixo um texto que se aprovado na reunião de amanhã poderá ser publicizado como uma carta aberta do Comitê Fora Salles. Eu o estou publicando neste blog por concordar integralmente com o seu conteúdo.

Niterói, abril de 2008

Carta Manifesto do Comitê: Fora Salles! O CUV não nos representa! Pela construção da Assembléia Comunitária na UFF já!

O conjunto daqueles que, de maneira real, tem promovido Lutas diversas para, simultaneamente, conquistar as pautas a fim de avançar na qualidade material e espiritual necessária para o bom funcionamento da universidade pública e combater o conjunto de políticas privatizantes ora em curso em nossa instituição de ensino, compreendem que as tarefas colocadas hoje em nosso horizonte político apontam para uma luta encarniçada com os setores privatistas os quais tais como sanguessugas parasitam as várias estruturas burocráticas de funcionamento na UFF. Estes, em nome da manutenção de seu projeto degenerado e corrupto de poder, vêm institucionalizando diversos mecanismo de controle e sistemática repressão com o objetivo de paralisar qualquer oposição organizada, produto da intervenção dos Movimentos Sociais existentes, que se proponha a, efetivamente, estabelecer resistência e combate as suas investidas. Desde o chamado da polícia federal para promover a ação de reintegração de posse e, por conseguinte, acabar com a Ocupação de seis meses da REItoria, passando pela aprovação do REUNI, com forte aparato repressor do estado burguês no Tribunal de Justiça e a covarde expulsão do Acampamento Maria Julia Braga do Campus do Gragoatá na sexta-feira de carnaval (ocupação esta que há 1 ano e 10 meses reivindicava a construção da Moradia Universitária), além da proibição da realização de atividades de confraternização no campus. São exemplos que traduzem a linha política promovida pelo atual REItor Roberto Salles e Emannuel. Seguem existindo os cursos pagos, a Fundação dita de “APOIO” Euclides da Cunha, a falta de Assistência Estudantil além dos vários outros problemas aqui não tangenciados.
No sentido de dar um basta a toda essa política foi realizado no dia dez de março um ato contra as repressões promovidas pela REItoria de Roberto Salles e Emannuel. E, em uma intervenção no último Conselho Universitário, os ativistas ligados ao AMJB qualificaram o REItor como ladrão dos pertences dos estudantes acampados uma vez que estes, até o presente momento, não lhes foram devolvidos. A nível nacional os estudantes da UNB deram um primeiro passo na transformação da estrutura de sua universidade ao conseguir, após a acertada Ocupação de sua REItoria, pressionar a renúncia do, agora, ex-REItor Timothy Mulholland que estava envolvido em um profundo esquema de desvio de verbas públicas. Cabe continuarmos o processo de oposição real iniciada no ano passado pelos acampados que desde o mês de abril do ano passado já Ocupavam a REItoria da UFF e que devido a tal evento aceleraram o desnudamento da concreta política do atual REItor para a UFF. Devemos, portanto, promover as diversas atividades de combate que venham pôr abaixo não só o REItor e a casta de parasitas que lhe dão sustentação mas também o modelo elitista de universidade que somos, ainda, obrigados a aceitar. Defendemos o fim do Conselho Universitário por entender que o mesmo representa um privilégio de uma aristocracia acadêmica que, análoga aos setores dominantes na época do antigo regime, determinavam ao bel prazer de suas conveniências os rumos de toda a sociedade na “assembléia” dos três estados. O Conselho Universitário da UFF e das demais universidades brasileiras representam, unicamente, os interesses privatistas no interior das instituições de ensino superior sendo uma correia de transmissão de governos imperialistas. Propomos a construção da Assembléia Comunitária a qual deve ser regida por sufrágio universal entre seus participantes não devendo prevalecer na mesma nenhum privilégio pelo fato de seus membros serem professores, funcionários ou estudantes e que a mesma seja institucionalizada como fórum máximo de deliberação sobre os assuntos de toda a universidade.
Queremos edificar uma universidade que tenha como referencial principal a formação humana de seus estudantes e a promoção efetiva da emancipação social do proletariado que ainda é obrigado, para sobreviver, a desenvolver as diversas atividades alienadas em prol da produção e reprodução da riqueza material das diversas frações das classes dominantes que lhes roubam a energia e todo o entusiasmo privando-os de uma parte essencial de seu processo de humanização, ou seja, o acesso ao conhecimento. Partimos do entendimento que as várias instituições de ensino superior do país precisam se emancipar do atrelamento com as estruturas de mercado que vem corrompendo sua identidade e autonomia enquanto instituição de ensino e assim tem diluído por completo o conceito historicamente edificado1 e que por nós, através dos vários embates cotidianos é recriado de forma permanente. Hoje, as diversas instituições do país, encontram-se refém de interesses econômicos externos e internos a suas estruturas cabendo a nós, como parte dos Movimentos Sociais que lutam por sua radical transformação, construir a Luta real, único meio capaz de materializar os objetivos estratégicos que defendemos cotidianamente.
Por isso conformamos o Comitê Fora Salles! O CUV não nos representa! Pela construção da Assembléia Comunitária na UFF já! com o objetivo de ampliarmos o diálogo entre os lutadores combativos e darmos seqüência a Luta que já estamos promovendo. Que venham todos que desejarem, de maneira sincera, construir uma universidade efetivamente comprometida com a eliminação do fenômeno da exploração do gênero humano pelo próprio gênero humano e com a construção de uma sociedade socialista e libertária. Oposição não se faz com discurso. Oposição não se faz com panfleto. Oposição se realiza com práxis libertária!
Abaixo a Fundação Euclides da Cunha!
Abaixo aos cursos pagos!
Fora Salles. O CUV não nos representa!
Pela construção da Assembléia comunitária na UFF já!
Pela Construção da Moradia Universitária na UFF já!
Todo apoio à Luta emancipatória do proletariado!
Pela construção da Universidade Popular!

domingo, 13 de abril de 2008

Notícias sobre educação

g1.globo.com/Noticias/Vestibular

10/04/2008 - 20h47 - Atualizado em 10/04/2008 - 21h08

Federação quer processar MEC por divulgação de ranking do Enem

Segundo Fenep, diversas escolas ficaram sem nota.
Inep afirma que instituições não forneceram dados para o cálculo.






A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) quer processar o Ministério da Educação (MEC) pela divulgação de rankings do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Na opinião do presidente da Fenep, José Augusto de Mattos Lourenço, o percentual de estudantes da rede privada que faz a prova não seria suficiente para representar o desempenho dos colégios pagos.

A divulgação das notas das escolas no Enem virou polêmica porque escolas ficaram sem conceito registrado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), que realiza a prova. Segundo Lourenço, o problema ocorreu em todo o país, com mais freqüência no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Rio Grande do Sul. Ele não informou nomes de escolas que sofreram o problema.

De acordo com o Inep, as escolas que não tiveram notas divulgadas não haviam fornecido dados para o Censo Escolar 2007. Sem essas informações, segundo o órgão do MEC, é impossível calcular o desempenho de cada instituição.

A federação também pretende questionar na Justiça um decreto da presidência da República que obriga o preenchimento de dados de estudantes pelas escolas particulares no Censo Escolar. “O código de defesa do consumidor exige sigilo das informações. Não podemos fornecer”, diz.

De acordo com o Inep, não há cobrança por dados sigilosos. As informações obrigatórias são nome do aluno, data de nascimento, nome da mãe e do pai, e raça/cor. Os três últimos itens podem ser preenchidos como “não-declarados”. Endereço e documentos dos estudantes são opcionais. O Inep diz ainda que as informações dos estudantes fornecidas permanecem sob sigilo no órgão.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse em entrevista à rádio CBN que as escolas que não preencheram o censo, o fizeram por recomendação de sindicatos das escolas particulares, por um “boicote” ao MEC.

“Precisamos dos dados do censo para elaborar o relatório das médias por escolas [no Enem]. Essas poucas escolas que atenderam ao clamor do sindicato acabaram sendo prejudicadas por isso, por não terem preenchido as informações”, declarou.





sábado, 12 de abril de 2008

A Experiência do Acampamento

Ao longo de quase dois anos eu passei por uma experiência de vida que poucas pessoas tiveram. Entrar para a universidade foi uma expectativa que eu acalentei durante muito tempo, mas tudo o que eu vivi até aqui foi muito diferente do que eu esperava, em verdade, eu entrei na universidade com a cabeça cheia de idéias do senso comum sobre o que seria essa experiência. De início eu pensei que poderia fazer o curso superior da mesma maneira que fiz o meu ensino médio, ou seja, trabalhar de dia e estudar a noite. O fato de ter passado o meu primeiro período recebendo um auxílio-doença devido a um acidente de trabalho me ajudou a compreender que viver uma universidade era muito mais que frequentar aulas; essa foi a minha primeira aprendizagem aqui na UFF, muitas outras viriam.

Durante quase dois anos eu morei numa ocupação dentro do campus do Gragoatá, na Universidade Federal Fluminense. Essa ocupação chamava-se Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI. Foi uma experiência muito rica em todos os sentidos, pois possibilitou a quem dela fez parte rever todas as suas crenças, o papel social em que fora colocado ao longo de sua vida. Durante o período de existência do acampamento, tivemos a chance de fazer uma série de discussões que nos permitiam pôr a limpo a nossa criação familiar, ver que esta nada mais era do que o reflexo do modelo de sociedade em que vivemos.

A vivência no acampamento permitiu a todos que lá estavam, e que se dispuseram a isso, refletir sobre a educação que tiveram e a maneira como esta influenciava na sua conduta. Foi um período em que houveram muitos conflitos, pois as pessoas nunca chegam prontas, cada um de nós tinha suas maneiras de lidar num espaço de multipla convivência, onde era necessário a colaboração mútua para garantir uma boa convivência. O dia-a-dia do acampamento foi uma verdadeira “escola” para quem se mostrou disposto a rever velhos conceitos de vida e convivência, divisão de trabalho e até de posturas diante da vida e das pessoas em geral.

Primeiramente vou falar de mim mesmo e de como a vivência que tive no acampamento me permitiu mudar muito da minha maneira de ser, fruto de minha criação e das concepções de mundo que tinha antes de entrar na universidade e me tornar parte do acampamento. Antes do acampamento eu morei quase um ano na Casa do Estudante Fluminense e nesse lugar enfrentei todas as dificuldades a que alguém não educado para uma vida realmente independente estava sujeito. Em primeiro lugar eu não tinha o menor jeito para cozinhar, para não dizer que não sabia nada eu posso dizer que sabia fazer café, mas era só isso. Numa noite eu cheguei a pedir ajuda para fazer um miojo.

A minha experiência no acampamento me permitiu romper com os diversos paradigmas que eu trouxera de minha criação familiar. No acampamento eu aprendi a cozinhar, que as tarefas de um lugar onde se mora devem ser compartilhadas por todos, sem distinção. A partir das discussões que fazíamos no acampamento aprendi que a convivência entre pessoas diferentes exige um respeito mútuo por parte de todas as pessoas do espaço. Enfim, no acampamento eu realmente aprendi a ser independente,

Tais considerações são importantes porque desde o início o acampamento foi concebido a partir de um série de debates a respeito de como tornar possível a presença de um bom número de pessoas num espaço de convivência onde estavamos sujeitos a uma série de intempéries, tornando necessária a colaboração efetiva dos que nele estavam para viabilizar a sua existência. Desde o início uma série de expressões resumiam o que tínhamos em mente para a concepção do que seria o acampamento: auto-gestão, horizontalidade, debates de idéias.

O conceito de auto-gestão foi aplicado no acampamento para garantir o seu funcionamento, no entanto, funcionava como um novo modelo de vida entre pessoas. A capacidade de gerir um espaço de convivência no seu cotidiano foi um desafio a que nos entregamos desde o momento em que percebemos que aquela poderia ser uma experiência longa para nós e que só poderia ser bem sucedida se deixássemos de lado os nossos preconceitos e visões de mundo aprendidas nessa sociedade em que vivemos.

Sem dúvida, o maior desafio para nós era enfrentar toda a criação que tivemos em nossas famílias, quebrar as velhas idéias de divisão social e sexual do trabalho, a nossa incapacidade de gerir nossas vidas com a necessária autonomia, sem depender de um apoio externo. A auto-gestão implicava em definir que todos tinham o mesmo papel no acampamento, que o trabalho manual não estava separado do trabalho intelectual, que as decisões surgiam a partir de discussões honestas entre os acampados. Era a partir daí que entrava a questão da horizontalidade, ninguém poderia assumir o papel de líder do acampamento, dizer o que os outros poderiam fazer, todos tinham a obrigação de tomar iniciativas para o bem-estar geral e o bom funcionamento do espaço.

É claro que atitudes assim não surgem da noite para o dia; algumas pessoas sempre estão mais avançadas do que outras em romper com seus antigos paradigmas. No entanto, isso era algo que sempre teria que ser resolvido a partir do debate de idéias entre os acampados, debates esses que tinham sempre uma grande regularidade. A função desses debates era buscar o avanço de todos no rompimento desses paradigmas, discutir o que foi possível avançar e o que falta ser feito, até onde todos tinham avançado.

O cotidiano do acampamento sempre oferecia novos desafios a todos nós. Entretanto, o compromisso de construir um paradigma de convivência baseado na horizontalidade de decisões, na igualdade de relacionamentos, no respeito mútuo entre os moradores e na quebra de antigos paradigmas de convivência nos ajudou a manter essa luta por quase dois anos. A reflexão que me proponho agora busca entender o que foi aquela experiência e o que pode ser aproveitado dela. A expulsão do acampamento do Gragoatá, agora que estamos no quinto andar do DCE, não significa o fim dessa experiência de vida, muito ao contrário, agora é hora de refletir sobre ela e como continuar a construção desse paradigma em outros espaços de nossa sociedade.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Extraído da área de educação do site de notícias do Terra


Quinta, 10 de abril de 2008, 18h44 Atualizada às 19h28

MEC: comissão controlará desigualdade no ensino

Dezenove representantes de movimentos sociais e sindicais do campo, de entidades de educação e dos Ministérios da Educação (MEC) e do Desenvolvimento Social compõem a Comissão Nacional de Educação no Campo, instalada hoje pelo ministro da Educação, Fernando Haddad.

A principal função do colegiado é assessorar o MEC na formulação de políticas de educação no campo.

Durante a cerimônia, Haddad reconheceu a enorme distância que existe entre a educação nos centros urbanos e nas áreas rurais e ressaltou que o índice de analfabetismo no campo é quatro vezes maior. "Equalizar as oportunidades educacionais é o nosso desafio e aí a questão do campo emerge com uma força desconcertante", avaliou.

Para a secretária-executiva da comissão, Sara Lima, além de vencer o desafio de estabelecer a eqüidade, as políticas precisam contemplar a diversidade no campo. "A própria forma de vida, os tempos, a organização familiar, tudo é diferente em relação à cidade. Cada povo tem sua história, sua forma de valorizar suas vivências e isso precisa ser respeitado", defendeu.

A participação das entidades do movimento social do campo é fundamental para o desenvolvimento das políticas públicas, apontou o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, André Lázaro. "Hoje quando você estuda os indicadores educacionais no Brasil e olha a questão entre campo e cidade, é onde está a maior desigualdade de acesso a educação no Brasil", destacou.

Amanhã, o grupo fecha o plano de trabalho para 2008. O objetivo é fazer reuniões pelo menos três vezes por ano para a elaboração de demandas.

A comissão é formada por membros da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Centros Familiares de Formação por Alternâncias (Ceffas), Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), Movimentos dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento das Mulheres Campesinas (MMC), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Rede Educacional do Semi-Árido Brasileiro (Resab).

Nova chopada no DCE

Hoje tem uma nova chopada no DCE da UFF. Não está previsto o uso do quinto andar, tal como aconteceu com a chopada de Odontologia, mas nós que estamos ocupando o quinto andar vamos ter que ficar atentos a isso. Na semana passada teve a chopada de Farmácia e tudo foi razoavelmente tranquilo, pois o quinto andar não foi utilizado. O vídeo sobre a chopada da Odontologia continua na internet e sendo bem acessado. Nós do Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI estamos preparando mais um vídeo sobre o atual reitor da UFF e o fato dos nossos pertences que foram levados durante o despejo do Gragoatá ainda não terem aparecido. É um história bizarra essa, quem quizer mais detalhes, além de conhecer melhor a nossa luta politica pode acessar o site do acampamento , ali está toda o nosso histórico de luta em fotos, documentos e reportagens. A utilização da internet como canal de comunicação é algo que estamos dominando agora como movimento político, mas é algo que queremos aproveitar cada vez mais. Chega dessa história dos movimentos proletários não terem o registro de sua própria opinião e dependerem daquilo que outros grupos registram sobre eles; quem quizer conhecer a história da luta do Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI pela assistência estudantil na UFF, principalmente pela construção da moradia estudantil pode acessa o nosso site. Será a nossa versão dessa luta que está registrada para a posteridade e isso é muito importante para nós.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O afastamento do reitor da UNB e o Fora Salles na UFF

Acabei de ler na internet que o reitor da UNB pediu um afastamento de 60 dias. Com certeza os estudantes que ocuparam a reitoria da universidade devem estar muito felizes com isso. Eu não sei se isso vai significar o fim da ocupação, mas com certeza mostra que a mobilização dos estudantes, quando feita com coragem e decisão pode dar resultados. A luta política que o grupo político do qual faço parte, a OELI, vem promovendo aqui na UFF nem de longe conseguiu a mesma repercução e apoio que o movimento que forçou o afastamento do reitor da UNB. É claro que muitos vão dizer que são casos diferentes, mas eu não tenho dúvida de que as duas universidades enfrentam situações muito semelhantes, no caso da UFF, a diferença é que aqui as coisas estão mais camufladas e não há por parte de uma parcela do movimento estudantil a necessária disposição para afrontar o nosso atual reitor. Isso não nos impedirá de tocar a campanha FORA SALLES! O CUV NÃO NOS REPRESENTA! PELA CONSTRUÇÃO DA ASSEMBLÉIA COMUNITÁRIA DA UFF JÁ! Entendemos que não se trata apenas de tirar um reitor autoritário, mas de mudar todo o paradigma institucional desse universidade, acabar com esse sistema de castas que ainda impera no que se refere a decidir os destinos da UFF. Essa é uma luta que será muito dura, mas que tem de ser iniciada para que o debate sobre o tipo de universidade que queremos seja finalmente deslanchado aqui na UFF.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Novas ocupações de reitoria e como são vistas

Nesse momento temos duas reitorias de universidades federais ocupadas no Brasil: a UNB e a UFMG. Na primeira o que temos é o protesto de estudantes contra a permanência do atual reitor, que insiste em se manter no cargo, mesmo depois de se ter descoberto uma série de irregularidades na sua gestão. É incrível como o apego aos cargos no Brasil tira qualquer senso de decência nas pessoas, mesmo depois do escândalo descoberto o cara não quer largar o osso. No caso da UFMG o que ocorreu foi a reprodução do que já se tornou rotina aqui na UFF. Para resolver um conflito no campus a reitoria local chamou a PM. Um dado que chama a minha atenção é como a imprensa insiste em chamar essas ocupações de invasão. É claro que isso não é atoa. Mesmo quem concorda que o reitor da UNB tem que sair é contra a ocupação, sempre alegando a velha questão da posse e tudo mais. Li uma postagem no blog do Reinaldo Azevedo em que ele se coloca contra a ocupação, mesmo reconhecendo que o reitor tem que sair. É claro que ele também não perde a oportunidade de manter a sua guerrinha ideológica com qualquer pessoa que se coloque como de esquerda. No entanto, algumas das colocações dele são mesmo para pensar, pois muitos dos que apoiaram a ocupação da USP não parecem entusiasmados em dar apoio ao movimento dos estudantes de Brasília por terem ligações com o reitor da UNB. Se for isso mesmo eu só posso lamentar que as mesmas mesquinharias ideológicas e oportunismos políticos continuem atrasando o movimento social. Isso fica ainda mais complicado com as notícias de que mais de mil estudantes estão participando da ocupação da reitoria da UNB. Só espero que essas mesquinharias políticas não atrapalhem o movimento como aconteceu na USP e também aqui na UFF, onde mantivemos uma ocupação de seis meses, apesar das sabotagens, frutos do mesmo tipo de oportunismo e mesquinharia política de que parecem vítimas os estudantes que estão ocupando a reitoria da UNB. Minha solidariedade a eles e ao pessoal da UFMG.

Más notícias sobre educação

Estou reproduzindo aqui uma reportagem sobre alguns dos resultados do ENEN. O texto da reportagem está em azul e os meus comentários estão em cor normal.

Pior escola particular supera 75% das estaduais


FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo

Os resultados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) divulgados ontem (3) expuseram o abismo que separa a qualidade do ensino médio privado do público na capital paulista: quase 75% das escolas estaduais tiveram média inferior à do pior colégio particular da cidade (confira o ranking abaixo).

Isso significa que das 572 escolas mantidas pelo governo estadual paulista com nota considerada na prova, apenas 157 ficaram acima da média 50,8, obtida pelo Colégio Integral Inaci, localizado no Jardim Paulista (zona oeste de SP). A escala vai de 0 a 100.

"Poderia ter sido melhor. Acho que os alunos não renderam tudo o que sabiam", avalia
a diretora da escola, Tatiana Faro, 37, que não faz críticas aos critérios da avaliação.

Ela conta que, para melhorar na próxima edição, o colégio começou a usar, neste ano, as
provas anteriores do Enem nas tarefas e exames.


Comento:

Eu fico imaginando que critérios seriam esses que a diretora não contesta. Se for apenas o critério da nota ele tem que ser contestado sim. O fato de colégios particulares terem notas melhores acaba sempre sendo usado para desqualificar o ensino público, mas as condições em que se dão os estudos não são levados em conta. Isso sem falar nas condições de trabalho dos professores e na própria estrutura da escola. Se essa questões não entram no critério de avaliação então esse critério tem que ser contestado sim.

Excetuando-se o Colégio de Aplicação da USP, que possui regras diferentes do restante
do sistema, a melhor escola estadual foi a Rui Bloem, que obteve média 59,3 e ficou em 335º
no ranking geral da cidade. A melhor escola da cidade, o Vértice, teve nota 81,7.

"O quadro da escola pública está assustador", afirmou o pesquisador da Fundação Carlos Chagas, Celso Ferretti.

Para Ferretti, os principais problemas da rede são as condições de trabalho dos professores, como longas jornadas devido aos baixos salários e a alta rotatividade dos docentes entre as escolas. Análise semelhante tem a Apeoesp (sindicato dos professores).

A Secretaria da Educação do governo José Serra (PSDB) afirma que espera melhorar a
qualidade do ensino "com ações inovadoras implantadas a partir deste ano".

Um dos principais reflexos do "quadro assustador" no sistema estadual é a chance de um
aluno da escola pública entrar num vestibular concorrido.

No último exame da Fuvest (que seleciona alunos para a USP), por exemplo, apenas 19%
dos aprovados estudaram integralmente na rede estadual.

O percentual de aprovação é ainda menor nos cursos mais concorridos. Em medicina, foi
de 3,7%. Os percentuais são reduzidos mesmo com a adoção na universidade de um bônus
de 3% na nota do vestibular para os alunos da escola pública.

Comento:

Menos mal que ao menos se faça o diagnóstico correto, o problema é saber quando se aplicarão as medidas necessárias para resolver o problema, simplesmente não dá para um professor trabalhar em diversas escolas diferentes para complementar o seu salário, sem uma política de valorização do magistério fica difícil sair desse círculo vicioso.

O ensino técnico foi uma exceção na rede pública na cidade. Entre as dez primeiras no ranking geral, entraram na lista o Cefet-SP (único centro federal mantido pela União na cidade) e a Escola Técnica de São Paulo (do governo do Estado).
Das 11 escolas técnicas estaduais que obtiveram nota no exame, seis ficaram entre as 50
melhores no ranking geral da capital paulista.

Comento:

É a velha história de só se preocupar em ensinar o pobre a ser um bom empregado. Embora seja importante ter um ensino técnico de qualidade, fica claro que ainda prevalece aquela visão de dois tipos diferentes de ensino. Para os pobres o ensino que os prepare para o mercado de trabalho, sempre com preferência para o trabalho mecânico, e para os mais abonados a melhores escolas para formar a elite do país em todos os setores. Fico imaginando se isso um dia irá mudar.

domingo, 6 de abril de 2008

vídeo no youtube

Atualmente no DCE, após a covarde expulsão de que fomos vítimas por parte da reitoria, nós do Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI temos enfrentado alguns problemas ao decidir manter a luta política que o acampamento representava na UFF. Além da má-vontade do grupo majoritário que dirige o DCE, ainda tivemos que enfrentar a lógica degenerada que sempre imperou na utilização do espaço do quinto andar. Essa lógica que sempre contou com a omissão da grupo majoritário que comanda o DCE ficou evidente para nós na última chopada de Odontologia, quando o acordo que fizemos para ceder o espaço em troca de ter os nossos pertences, os poucos que salvamos da expulsão, respeitados. Infelizmente não foi isso que aconteceu. Os atos de derespeito foram inúmeros, chegando alguns a urinarem em nossos pertences. No dia seguinte, descumprindo mais uma vez o acordo feito, o espaço do quinto andar estava inabitável, tamanha a sujeira e mal-cheiro e os responsáveis pela chopada ainda trataram as nossas reclamações com completo desdém. Diante disso nós fizemos um pequeno vídeo e o colocamos no youtube. A repercução desse vídeo parece ter sido grande, pois de imediato fomos procurados pelos organizadores da chopada, que aliás nem ligados ao DA de Odontologia eram, e estes tentaram nos intimidar para que retirássemos o vídeo. Apesar das ameaças estamos decididos a não ceder. Quem quizer ver o vídeo é só escrever amjb no youtube. Não é nossa intenção impedir festas no quinto andar, mas vamos querer que as coisas sejam feitas de maneira bem diferente do que foi feito na chopada de Odontologia. Também estaremos dispostos, enquanto estivermos no DCE a combater a lógica degenerada que vem imperando na utilização do quinto andar, vai ser mais uma briga que vamos comprar, parece que esse é o nosso destino dentro da UFF.