sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Assembléia dos estudantes da UFF

Era para eu ter postado essa mensagem ontem. Na noite de quarta-feira aconteceu a Assembléia dos estudantes da UFF. Foi uma assembléia esvaziada, ocorrida no bandejão da universidade, um lugar normalmente dispersivo e com pautas que interessavam ao grupo majoritário do DCE. Nós da OELI tratamos de colocar a nossa posição a respeito dos temas tratados, além de insistir num balanço das atividades do ano, que infelizmente foi negado. A verdade é que estavam apenas o que chamamos de vanguarda do movimento estudantil e nós acabamos perdendo para uma quase sempre mantida aliança entre P-SOL e PSTU. Essa aliança só não foi mais firme no final, quando foi votada uma proposta nossa de um mote FORA SALLES e O CUV NÃO NOS REPRESENTA, como forma de forjar uma forte mobilização dos estudantes contra a votação do projeto do REUNI no CUV (Conselho Universitário) do dia 12. Entendemos que sem enfraquecer políticamente o reitor não vamos conseguir impedir que ele imponha o REUNI aqui na UFF. Infelizmente o coletivo estudantil "Nós Não Vamos Paga Nada" continua com a sua política recuada que o levou a sofrer inúmeras derrotas nas instâncias burocráticas da UFF, naquele dia mesmo eles tentataram novamente emplacar a sua política no CUV e tomaram uma trolha na hora da votação (35 a 17). Na hora de votar a nossa proposta esse mesmo coletivo acabou fazendo um acordo com o "UFF que queremos" (PSTU), que simpatizava com a nossa proposta e além de jogar a decisão para um Encontro Unitário (SINTUFF, ADUFF e DCE), ainda mudou o mote para NÃO AO REUNI E FORA SALLES. Esse encontro foi marcado para elaborar um pretenso projeto autônomo para a UFF, bem como estratégias para a votação do REUNI. Isso tudo depois de terem passado o rôdo no Congresso Estudantil, aprovado pelo Conselho de DAs. É claro que a OELI vai estar nesse encontro, marcado para o próximo dia 5, teremos que colocar as nossas propostas e ir para o debate, denunciando a política recuada do "Paga Nada" e que, em nossa opinião, vai colocar a perder a luta contra o REUNI aqui na UFF.

Universidade não é condomínio fechado

Essa tem sido a semana acadêmica da UFF, em tese significa que a universidade estaria aberta a diversos contatos entre suas diversas áreas e a própria sociedade em geral, pois também está sendo realizada a Semana de Extensão. Infelizmente, entretanto, não é isso o que está acontecendo na prática. Eu que faço parte do Acampamento Maria Júlia Braga: O quilombo do século XXI, temos notado com uma frequencia cada vez mais constante os atos de repressão que estão sendo feitos a todos os grupos que não aceitam que a UFF se transforme num condomínio fechado, onde quem não é da universidade se sinta constrangido a pedir licença para entrar aos guardas da portaria, como relatou uma vez um dos meus colegas de bolsa de extensão, na época em que ainda não fazia parte da UFF. Nos últimos dias nós do acampamento temos notado uma série de ações que visam constanger os seus moradores, desde impedir o uso do banheiro do bloco N, passando por uma ação de constrangimento contra uma das moradoras por parte de um dos guardas, mas foi ontem que ocorreu um fato mais grave: dois dos nossos companheiros de luta, um deles morador do acampamento e o outro que é solidário com a luta, chegaram a ser ameaçados de violência física por quatro pessoas que estariam fazendo a "segurança" da Semanda de Extensão, um deles, não satisfeito, ameaçou outro de nossos moradores com a expressão "vou te quebrar"; quem conhece esse tipo de expressão sabe que se trata de uma ameaça de morte. Como não estamos dispostos a aceitar nenhum tipo de intimidação, tratamos de fazer queixa contra tais atitudes, até porque, dos quatros tipos, pelo menos três não pareciam ter qualquer vinculação com a universidade. Uma das coordenadoras do evento tentou alegar que a nossa foi a primeira queixa a respeito desse tipo de problema, como se as próprias estátisticas oficiais não deixassem dúvidas de que em casos como esse, na maioria das vezes, as pessoas preferem ficar caladas. Nós, no entanto, não ficaremos calados, pois está em curso um claro processo de privatização do espaço público dentro da universidade, enquanto pudermos, nós da OELI (Organização dos Estudantes Independentes em Luta), bem como todos os que integram o acampamento, vamos lutar contra isso.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Discussão de textos no acampamento

Ontem foi um dia bem interessante no Acampamento Maria Júlia Braga: O quilombo do século XXI. Iniciamos um grupo de discussão com textos nossos e alguns que achamos interessante trabalhar. De início discutimos um texto que eu fiz e que abordava a questão da universidade e os diversos interesses existentes dentro dela. Foi uma discussão bem proveitosa, pois me permitiu entender o quanto eu preciso aprender a respeito da Universidade, de sua história e das razões que motivaram a sua criação. Embora já tivéssimos tido diversors grupos de discussção no acampamento, ontem foi a primeira vez que discutimos um texto que é fruto de nossa própria experiência, de nossas próprias refexões, foi um momento muito rico e que pretendemos repetir mais vezes. O segundo texto que discutimos foi de um professor da UFF, Ciro Flamarion Cardoso, e falava sobre as categorias do discurso político e nos permitiu uma boa discussão sobre os truques que envolvem as disputas políticas dentro do modelo atual. Foram discussões muito boas e que serão seguidas de outras. Essa atividade faz parte do processo de formação política da OELI (Organização dos Estudantes em Luta Independentes), mas estava aberta a todos os que quisessem participar dela. É também mais uma atividade em que se procura integrar o acampamento á luta política do dia-a-dia, através de uma melhor formação teórica de seus ocupantes, sejam eles da OELI ou não.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Semanda complicada

Eu estou colocando essa postagem na manhã de segunda sem saber se vou conseguir fazer outra durante o resto da semana. Vão ser dias de muita pauleira para mim, além de fazer o esforço concentrado para adiantar os meus trabalhos finais, ainda vou ter que participar de uma série de atividades com a OELI (Organização dos Estudantes em Luta Independentes), estamos num trabalho sério de construção de uma organização política dentro da universidade e isso só vai ser possível com um trabalho de formação teórica. É claro que a formação teórica tem que ser acompanhada da prática política, mas nisso eu acho que nós estamos indo bem; ao longo do ano nós atuamos na ocupação de reitoria mais longa feita esse ano (seis meses), fizemos e participamos de diversos atos políticos dentro da UFF e reafirmamos a luta pela construção da moradia universitária e pela assistência estudantil em geral. É claro que vou ter dificuldades de conciliar tudo isso com a minha atividade acadêmica, mas vou ter que dar um jeito. Falando nisso, eu estou cada vez mais convencido de que a área de educação é para onde eu devo conduzir o meu futuro acadêmico aqui na UFF, tenho lido textos que me fazem ter um interesse cada vez maior nessa área. No entanto, eu ainda pretendo continuar no curso de História, mas é cada vez mais claro para mim que os estudos da educação no Brasil é o que me atrai.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Dilemas de final de período

O meu sexto período do curso de história está terminando, e eu estou preocupado. Até hoje eu tenho levado a universidade com relativa tranquilidade, passei em todas as matérias, tenho um bom CR e boa quantidade de CAs (créditos acumulados). No entanto, este tem sido um semestre em que tenho encontrado muita dificuldade com os estudos. É verdade que foi um semestre pauleira, com as minhas atividades políticas com a OELI (Organização dos Estudantes Independentes em Luta) e os problemas de atrazo da minha bolsa de extensão e as dificuldades do acampamento. Na próxima semana vou ter que fazer um esforço concentrado para terminar uma série de trabalhos para as disciplinas que estou cursando e garantir assim, mais um semestre vitorioso em meu objetivo de completar a universidade em no máximo cinco anos. A verdade é que agora atingi a metade do curso, eu me vejo tendo que fazer escolhar que vão definir a minha vida na UFF. Sinto-me confuso com as possibilidades que me são apresentadas. Aqui na UFF nós que fazemos história temos dois tipos de escolha na hora de construir a nossa grade de estudos: um eixo cronológico, o meu preferido é o de Moderna, e o eixo temático, o meu preferido é o de cultura e mentalidades. Entretanto, eu vejo que os dois eixos que quero são meio complicados de fazer aqui na UFF; além disso eu me vejo cada vez mais interessado em questões que dizer respeito a educação; não que eu queira mudar de curso e fazer pedagogia, mas eu já penso em fazer o mestrado nessa área. Como se tudo isso não bastasse eu descobri hoje que é possível um estudante de história fazer a sua monografia na educação. É realmente complicado, é claro que antes de pensar em monografia e mestrado eu tenho que passar pelas disciplinas que estou fazendo nesse período, o que também não está nada fácil. Fico imaginando quantos estudantes não passam pelos mesmos problemas, só espero que eu consiga resolver os meus.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Bourdieu e a educação

A primeira vez que eu li Bourdieu foi uma tortura, realmente eu achei a leitura muito chata. Entretanto, Bourdieu é uma leitura praticamente obrigatória quando você lida com questões como a educação. Seja por conta das obrigações da minha bolsa de extensão, seja pelas leitura exigidas nas minhas disciplinas pedagógicas do curso de história, eu tive que ler os textos do sociológo francês em vários momentos. Com o tempo, por sua vez, a leitura de Bourdieu foi se tornando mais interessante e eu pude aproveitar muito do que estava escrito em seus textos para a minha formação pessoal. Isso não significa que a leitura de Bourdieu havia se tornado fácil, nada disso, simplesmente eu consegui exercitar a minha capacidade de superar as dificuldades com o texto do autor francês. Leitura é, antes de tudo, um exercício, que vai se aperfeiçoando a medida em que você vai praticando. Se o texto de um autor é difícil você pode tentar um autor que trate de um assunto similar como maior simplicidade ou insistir com a leitura até ter compreendido melhor o texto. Um professor meu, falando justamente de Bourdieu, disse que a melhor maneira de se iniciar no autor francês era pela leitura de um livros seu chamado "As coisas ditas", trata-se de uma coletânea de palestras de Bourdieu, onde os assuntos que ele aborda com profundidade em seus livros podem ser vistos a partir de uma leitura mais simplificada. Eu não tive essa chance, tive que "pegar o touro pelo chifre mesmo", no entanto, me considero hoje um grande adimirador de Bourdieu e de suas visões a respeito da educação.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

O acampamento e as chuvas

Eu nunca gostei de chuva em minha vida, mas desde que vim morar no acampamento essa irritação que sempre me acompanhou quando chovia só fez aumentar. O problema é que a falta de uma infra-estrutura melhor sempre fez com que as chuvas se tornassem um transtorno para nós acampados. Atualmente estamos enfrentando mais um período difícil por conta de novas chuvas, mas estamos resistindo. A nossa luta política, simbolizada no Acampamento Maria Júlia Braga, vai continuar, apesar de todos esses transtornos. É claro que às vezes dá uma vontade de largar tudo, mas ela é logo superada pela união que se estabeleceu no acampamento. Nós estamos conscientes da importância da luta que abraçamos e vamos até o fim com ela. Aliás, no último fim de semana eu terminei de ler um livro do Manoel Bomfim, "O Brasil Nação", que recomendo a todos. Esse autor, de quem já havia falado numa postagem anterior foi de grande ajuda para enfrentar os problemas decorrentes das novas chuvas. O que posso dizer do texto de Manoel Bomfim, e faço questão de ressaltas a injustiça do seu esquecimento, é que me fez refletir muito sobre uma série de questões em minha vida. Em verdade, o capítulo final do livro parece ter sido escrito por ele para dar força a um bando de "malucos" que escolheram se estrepar, assim mesmo, sem aspas, em nome de uma luta política. Após ler os seus livros, "A América Latina: males de origem", "O Brasil na América" e "O Brasil Nação", ainda não li "O Brasil na História", mas pretendo, com certeza vou tratar de falar mais sobre Manoel Bomfim neste blog e em outros espaços, dando assim, a minha modesta contribuição para tirá-lo do esquecimento em que ele jamais deveria ter caído.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Reflexões sobre o último Conselho Universitário

Na último Conselho Universitário (CUV) da UFF, ocorreu o que a corrente política que milita no movimento estudantil da UFF, e da qual faço parte, a OELI (Organização dos Estudantes em Luta Independentes) havia já configurado em suas reflexões conjuntas: aqueles que acreditavam ser possível conseguir através da institucionalidade os seus objetivos políticos, nesse caso específico, encaminhar uma boa solução para a luta contra o REUNI na universidade, acabaram vítimas de um novo golpe da reitoria. Em verdade, nem dá para considerar como golpe o que foi uma manobra onde se usou os meios institucionais previstos nas regras do CUV. O grande problema da corrente "Nós não vamos pagar nada", como sempre, foi acreditar basicamente na via institucional para lidar com questões como a luta contra o REUNI. Infelizmente ainda prevalece no movimento estudantil tradicional a tese de que a mobilização da massas universitária deve sempre ser mantida sob o controle das lideranças; que radicalização é sinônimo de irracionalidade nos atos políticos. A grande verdade, e a OELI já vem dizendo isso há um bom tempo, é que, em se tratando da atual reitoria da UFF, a duas opções possíveis são o confronto aberto ou a rendição. Na verdade, no que se refere a questão do REUNI a nível federal, essas são as únicas opções que restam; isto está presente até mesmo em alguns discursos, tanto a favor como contra o REUNI. Na avaliação da OELI, a única forma de impedir que o REUNI seja implantado na UFF é partir para o enfrentamento com a reitoria, mas isso só vai ser possível através de uma forte mobilização dos segmentos contra o projeto do governo Lula para as universidades públicas. Essa mobilização, no entanto, ainda mais agora, em pleno final de ano, só vai ser possível com um mote que realmente leve os segmentos contra o REUNI, principalmente os estudantes, a se mobilizar de verdade, por isso mesmo que nós da OELI estamos lançando o mote "Fora Salles" . Acreditamos que só assim, imprensando a reitoria contra a parede, só tendo a coragem de "encostar a faca no pescoço do Reitor" nós poderemos enfraquecer a reitoria o suficiente para impedir o REUNI de ser implantado na UFF, caso não tenhamos a coragem de radicalizar essa luta, indo para o enfrentamento de verdade, o REUNI vai passar na UFF.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Reflexões sobre o bandejão da UFF

Logo que eu entrei aqui na UFF, o bandejão tornou-se uma peça fundamental para a minha permanência na universidade. Embora eu ainda não tivesse sido agraciado com a bolsa-alimentação, o fato de pagar apenas R$ 0,70 (setenta centavos) em cada ticket já era uma extraordinária economia para mim. De início eu via o Bandejão como uma forma de assistência estudantil, mas eu logo me dei conta que ele vai muito além disso aqui na UFF. É preciso ter em mente que o Bandejão atende a toda a comunidade universitária, não apenas aos estudantes mais pobres. Em 2005, a reitoria da universidade tentou aumentar o preço para mais de R$ 2,00 (dois reais), parece pouco eu sei, mas numa universidade que já não tinha moradia a atitude da reitoria revelava bem que, tanto naquela época como hoje, ainda não há uma visão de como políticas como o Bandejão com um preço apenas simbólico é importante para a universidade. Eu não estou me referindo apenas a questão da assistência estudantil, mas também a um fato que comecei a reparar quando ouvia um dos argumentos mais usados pela reitoria, e aqueles que a apoiava, para justificar o aumento do Bandejão, o outro era a melhoria da qualidade da comida, de que seria um absurdo que algumas pessoas viessem comer no Bandejão dirigindo um Audi, ou seja, tentava-se o argumento falacioso de dizer que o Bandejão deveria ser um programa de assistência estudantil para os estudantes mais pobres da universidade e um restaurante comum para os que podiam pagar. Hoje estou convencido que esse argumento era muito ruim e que é muito bom mesmo que estudantes "venham de Audi" comer no Bandejão, é muito bom essa mistura de estudantes de diversas origens sócio-econômicas e culturais, proporcionadas pela Bandejão. Considero muito bom que pessoas de origens tão diferentes compartilhem juntas aquele espaço, mesmo que cada grupo específico fique cada um no seu canto, ainda assim, a simples possibilidade de pessoas com origens tão diferentes possam conviver num mesmo espaço, em pé de igualdade, já é fator de impacto que merece ser incentivado. Hoje em dia, defendo mesmo que aja uma rubrica específica no orçamento da universidade para o Bandejão e que o mesmo seja de graça para todos, não como uma forma de assistência estudantil, mas como mais uma maneira da garantir um espaço de convivência, e possível integração, entre diferentes grupos.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Análises a respeito do fechamento da reitoria

Eu fiquei na reitoria da sexta-feira à noite até o final da tarde da quarta-feira seguinte, quando a ocupação da reitoria da UFF chegou ao seu final, depois de seis meses. A nossa decisão de fechar a reitoria na terça-feira foi classificada por um dos professores como absurda, um erro terrível. Nós da OELI (Organização dos Estudantes Independentes em Luta) temos uma conclusão bem diferente, de fato, se não tivessimos promovido o nosso ato no dia do Conselho Universitário (CUV), eu vejo três situações que poderiam ter se dado: 1- a avaliação das CETs (Correntes Estudantis Tradicionais), bem como de seus aliados da ADUFF e do SINTUFF, estavam certos e o REUNI seria rejeitado no CUV. Com isso todos esses grupos sairiam da reitoria cantando vitórias e iriam felizes e contentes para Brasília, nos deixando esquecidos no hall da reitoria, o mesmo acontecendo com a luta pela moradia. 2 - a avaliação desses grupos estaria errada e o REUNI passaria, aí uma radicalização seria complicada, pois eles teriam aceitado as regras do jogo ao terem disputado o projeto no CUV. 3 - o reitor, pressentindo a derrota, poderia ter arranjado outro motivo para cancelar o CUV, aí uma radicalização seria inevitável, ou então seria a desmoralização do movimento estudantil da UFF. De qualquer forma nós estaríamos secundarizados no processo, no máximo poderíamos fazer número numa possível ocupação organizada pelas CETs, que iria tratar de ignorar o fato de que uma ocupação já estava ocorrendo há pelo menos seis meses. Ao fazer-mos o nosso ato radicalizado nós colocamos a pauta da moradia no mesmos patamar da luta contra o REUNI, rompemdo assim com a lógica do movimento estudantil, que insiste em secundarizar a luta pela moradia e pela assistência estudantil de modo geral. Infelizmente o movimento estudantil da UFF ainda vê a luta pela moradia como um objetivo micro-estrutural, portanto, de muito menor importância do que a luta contra o REUNI, na avaliação deles, um objetivo macro-estrutural, portanto, teria que ter prioridade sobre a luta pela moradia. Nós da OELI lutamos contra essa lógica hegemonista, somos contra o REUNI também e sempre estamos juntando forças contra essa tentativa de mudar a natureza essencial da Universidade Pública, que é a indissossiabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, no entanto, entendemos que as lutas que dizem respeito a estrutura interna da universidade não podem ser secundarizadas em função do REUNI ou de qualquer outra luta macro-estrutural. Ao contrário do que eu ouvi pessoalmente de um militante do coletivo estudantil "Nós Não Vamos Pagar Nada", a moradia é tão importante quanto a luta contra o REUNI, uma luta não pode secundarizar a outra.