segunda-feira, 31 de março de 2008

A atual estada no DCE

Para quem for ler esse blog a primeira vez, eu me chamo Marcos e faço o curso de História na UFF; faço parte de um movimento político chamado Acampamento Maria Júlia Braga - O Quilombo do Século XXI. Esse movimento surgiu em virtude da expulsão de um grupo de estudantes da Casa do Estudante Fluminense (CEF). Essa semana vai fazer dois anos que o acampamento foi fundado, quem quizer mais detalhes pode acessar o site que nós fizemos . A nossa luta enquanto movimento está diretamente ligada a assistência estudantil, com ênfase principal na luta pela construção da moradia estudantil. Esse acampamento caminhava para dois anos de ocupação no campus do Gragoatá quando numa sexta-feira, véspera de carnaval foi covardemente expulso por ordem da reitoria. Atualmente estamos no quinto andar do DCE e nos deparamos nesta semana com a maneira degenerado como o lugar vem sendo ocupado. Foi feita uma chopada organizada por estudantes do curso de Odontologia e cujo resultado foi muito ruim para nós, tanto que o nosso movimento fez um pequeno documentário mostrando o fato e nos posicionando sobre o ocorrido. Esse documentário foi postado no youtube e está também no nosso site. É claro que não somos contra que se faça uma festa naquele espaço, nós fizemos uma no dia anterior e pretendemos fazer outra na próxima quinta, para comemorar os dois anos do acampamento, mas não concordamos com a forma degenerada como o espaço foi tratado por quem o utilizou e se depender de nós isso não acontecerá de novo. O nosso objetivo é transformar aquele espaço numa espaço de luta política dentro da universidade e vamos fazer isso, nem que tenhamos que comprar uma briga séria com quem quer manter a lógica degenerada que parece imperar ali sempre que tem festa.

quinta-feira, 27 de março de 2008

REFLEXÕES SOBRE O REUNI


Um dos meus professores das disciplina pedagógicas obrigatórias que tenho de fazer no curso de História, ao fazer a crítica ao REUNI, disse que um dos maiores problemas do projeto era o de manter a mesma lógica de todas as reformas educacionais que já foram feitas antes no Brasil, ou seja, a idéia de que o ensino tem que ser dividido em duas partes: um ensino para formar uma elite letrada e outro ensino para formar a mão-de-obra para o mercado de trabalho. Essa lógica vem sendo adotada em todas as reformas que foram feitas desde os anos 1930; é uma lógica que sempre leva em conta as transformações econômicas da sociedade, em vez de priorizar a formação de uma população com capacidade crítica e de reflexão sobre a realidade à sua volta. No caso específico do REUNI, há uma clara relação com todo um projeto de governo onde a formação humana das pessoas é totalmente relegada a segundo plano em função das necessidades do mercado.

Quando eu vejo a defesa que algumas pessoas fazem do REUNI eu me pergunto como as pessoas podem achar que o tipo de universidade a surgir desse projeto pode ser realmente o tipo de universidade que esse país precisa. Um dos argumentos utilizados pelos defensores do REUNI é que este vai expandir o número de vagas no ensino superior. De fato, essa expansão está prevista no projeto, o problema é como essa expansão vai se dar e que tipo de universidade as pessoas vão encontrar quando entrarem nela. Quando se olha para as meta definidas no REUNI vemos o quanto as pessoas que o elaboraram estavam fora da realidade; a idéia de se ter um índice de 90% de taxa de conclusão ao fim de cinco anos e de se aumentar a relação professor/aluno sem atentar que cada curso tem dinâmicas totalmente diferenciadas em relação a essa questão dá uma boa idéia disso.

Atualmente o próprio governo Lula e os defensores do seu projeto têm procurado relativizar essa questão, mas o fato é que as metas estão lá e servirão de parâmetro para a aprovação de todos os projetos que forem apresentado pelas universidades. Outro problema sério é a total falta de garantias que mesmo as universidades que aderirem docilmente ao REUNI terão de que vão realmente receber as verbas prometidas, até agora o único real chamariz a motivar a defesa do projeto. No próprio projeto do REUNI, bem como no edital que foi lançado para a apresentação dos projetos, está bem claro que a liberação das verbas vai estar condicionada à disponibilidade orçamentária do MEC, isso num governo que é useiro e vezeiro em cortar verbas a seu bel-prazer, principalmente em áreas como a educação.

Outros pontos sobre o REUNI que são muito preocupantes para o próprio caráter público das universidades é que a criação da função de professor equivalente pode, e provavelmente vai, abrir caminho para a contratação de uma enorme quantidade de professores contratados. Um amigo meu que se formou em Matemática na UFRRJ em 2005, me disse que esse problema estava sério, a tal ponto que ele desistiu de uma disciplina eletiva ao perceber que o professor seria um ex-colega dele que se formara um pouco antes. A idéia das universidades contratarem professores sem vínculos mais fortes com a instituição teria como resultado transformar as mesmas em meros escolões de 3grau.

Na verdade, isto está até previsto no novo modelo de ensino superior que se prepara aqui no Brasil, é esse o princípio da chamada Universidade de Ensino, que seria diferenciada dos chamados Centros Tecnológicos, enfim, a idéia embutida na reforma de ensino superior do governo é criar alguns poucos centros de excelência para uma pequena elite enquanto teríamos um monte de escolões de 3grau, justamente para essa massa que os defensores do REUNI dizem que vai ser incorporada à universidade. certo que o Rio de Janeiro vai ter um desses centros de excelência, mas basta fazer uma pequena reflexão para concluir qual das quatro públicas federais vai ser e quais vão ser os três escolões.

Para concluir Barbara, podemos dizer que o governo Lula está seguindo a mesma lógica dos governos anteriores que fizeram reformas educacionais; está mais preocupado em formar mão-de-obra para um mercado que precisa de gente um pouco mais qualificada, mas ao mesmo tempo não quer deixar de ter a sua força de trabalho de reserva para negociar para baixo a questão salarial. Na outra ponta, por sua vez, continua com a lógica de reservar um ensino específico para uma pequena minoria privilegiada. a mesma lógica que criou as escolas públicas de ensino fundamental e médio que são ilhas de excelência no setor público, tipo D. Pedro II e as CAPs, onde estão concentrados alunos da classe média para cima, convivendo junto com as escolas públicas destinadas aos mais pobres, estas literalmente caindo aos pedaços. O REUNI é parte de um projeto educacional que, no entender de pessoas como eu, busca trazer essa lógica para o ensino superior.

justamente essa lógica que pessoas como eu está combatendo. Aqui na UFF estamos num embate terrível com a reitoria, por enquanto tudo o que conseguimos foi retardar a implantação do REUNI. Há uma movimentação para se construir um projeto autônomo, ou seja, fora dos marcos do REUNI, mas é uma tarefa difícil, pois mesmo entre os que são contra o projeto há uma clara divisão sobre qual a melhor maneira de impedir a sua implantação na UFF.

De qualquer forma Barbara, é preciso você entender que eu estou lhe dando a minha opinião sobre o que eu compreendi do projeto. Na verdade, eu nem me sinto com tanto acúmulo assim para fazer uma reflexão mais aprofundada sobre o REUNI, por isso mesmo eu te aconselho a procurar mais fontes de informações sobre o projeto. Entretanto fico feliz com o seu interesse, e espero que mais pessoas aí na RURAL também sigam o seu exemplo.


Beijos do Marcos.

Reflexões para uma amiga

Há algum tempo atrás uma amiga minha chamada Barbara, que estuda na UFRRJ, mais conhecida como RURAL, me mandou um e-mail pedindo uma opinião minha sobre o REUNI, foi no final do ano passado quando a luta contra esse projeto estava a toda em diversas universidades, principalmente aqui na UFF. Eu escrevi um texto e mandei para ela, mas não me preocupei em postar aqui no blog. Apesar do atraso eu resolvi fazer essa postagem agora. É claro que esse atraso teve consequências e isso poder ser lido no final do texto, quando eu falo na luta conta a aprovação do REUNI na UFF. O texto foi escrito antes do nosso "querido" reitor aprovar o REUNI na marra, no tribunal de justiça, com polícia, spray de pimenta e proibindo a entrada de que iria votar contra o projeto. De qualquer forma acho que vale a pena postar o texto ainda que com atraso.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Rescaldos da assembléia

Ontem tivemos uma assembléia de estudantes da UFF. Devo dizer que fiquei triste com várias coisas, infelizmente não dá mesmo para estabelecer um mínimo de pautas comuns com grupos como o Nós Não Vamos Pagar Nada, a tendência deles para tornar qualquer movimentação política recuada é irrecuperável, fico triste por algumas poucas pessoas ali que me parecem sinceras e que ficam amarradas àquela estratégia, que visa cortar qualquer política que não siga o seu modelo recuado. Nós do acampamento e da OELI, decidimos colocar em prática a nossa política de confronto aberto, não apenas com a figura do reitor, mas com a própria estrutura institucional da universidade. Nos informes nós já colocamos algumas questões que criaram impacto, as duas principais a decisão de renunciar a nossa vaga no CUV, uma vez que entendemos que não dá mais para perder muito tempo naquele espaço, e a decisão de transformar o espaço que estamos ocupando no DCE em moradia provisória, por isso anunciamos que vamos abrir um processo de seleção para quem queizer morar lá. É claro que isso provocou reações, uma militante do Paga Nada perguntou a quem esse processo incomodaria? Em resposta o Rodolfo disse que a pergunta estava errada, ela deveria perguntar a quem o processo beneficiaria? Infelizmente essa estratégia do Paga Nada foi beneficiada pela posição oscilante dos militantes do PSTU, a omissão da ADE ( Ação Direta Estudantil ) e a ausência dos militantes do CAHIS. No final eles passaram um abaixo-assinado caô, mas com um elemento canalha embutido nele, onde pedem que a reitoria providencie uma moradia provisória para os que estão no DCE, isso apesar de nós deixarmos claro que já tinhamos recusado esse tipo de oferrecimento, tanto da gestão atual quanto da antiga, é claro que a idéia só apareceu por conta da decisão de transformar o quinto andar do DCE em moradia provisória. De qualquer forma foi importante ter ido na assembléia e colocado mais uma vez a nossa política. A minha tristeza é que foi provavelmente menos gente do que na assembléia da história, embora tivessem inventado um caô de pegar assinaturas de quem estava passando para garantir o quórum. Infelizmente a assembléia de ontem só confirmou a grande apatia política existente na UFF, uma apatia que grupos como o Paga Nada só contribuem para aumentar. De qualquer forma vamos continuar na luta.

terça-feira, 25 de março de 2008

Assembléia dos estudantes da UFF

Hoje teremos a primeira assembléia dos estudantes do ano na UFF. Eu não tenho muitas esperanças de que tenha muito mais gente do que os que são orgânicos nessas assembléias. Infelizmente o movimento estudantil passa por um momento de grande refluxo, o que foi possível perceber no ato que fizemos contra as políticas repressivas da reitoria. É verdade que eu também achava que iria bem menos gente do que foi na última assembléia do curso de história, sempre se pode, portanto, ter uma esperança de que outras pessoas menos orgânicas apareçam, o que seria muito bom. Ontem eu e meus companheiros de organização, no caso a OELI, e de movimento, no caso o Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI, tivemos uma reunião e definimos como iremos atuar na assembléia, temos o entendimento que é importante estar presentes a esses espaços, ainda que defendendo uma posição minoritária, pois é importante que essa posição seja o mais publicizada possível. A verdade é que a universidade em que estudo está passando por um dos momentos mais difíceis de sua história, com uma reitoria cada vez mais autoritária e intransigente, temos que tomar uma posição quanto a isso e o grupo do qual faço parte considera que só uma firme política de enfrentamento pode dar conta dessa situação. Iremos mais uma vez fazer a defesa da campanha FORA SALLES! O CUV NÃO NOS REPRESENTA! PELA CONSTRUÇÃO DA ASSEMBLÉIA COMUNITÁRIA NA UFF JÁ! Entendemos que é o melhor caminho para enfrentarmos a situação de autoritarismo que está colocada desde o fim do ano passado. Sabemos que não é o caminho mais fácil, sabemos que estamos indo contra a ordem institucional, sabemos que podem vir represálias, principalmente se conserguirmos eco em nossa campanha, mas estamos dispostos a comprar essa briga e esperamos que muitos mais façam o mesmo.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Análise da assembléia da história

Ontem ocorreu a assembléia dos estudantes do curso de história da UFF. Foi uma assembléia tensa nos seus dois turnos, ocorreu de manhã e a noite. De positivo eu posso dizer que foi a presença de um número de pessoas que há muito tempo não vai a uma reunião dessas. No entanto, foi uma discussão dura em virtude da ação da organização política Nós Não Vamos Pagar Nada, que insistiu em suas políticas recuadas de confronto político ao tentar barrar, e conseguir, a possibilidade do curso de história adotar o mote FORA SALLES. Essa proposta, por sua vez foi feita por um dos integrantes da chapa 1 na última eleição do CAHIS, o Lucas. A nossa proposta de mote era FORA SALLES. O CUV NÃO NOS REPRESENTA. PELA CONSTRUÇÃO DA ASSEMBLÉIA COMUNITÁRIA NA UFF JÁ. Durante uma das minhas falas eu fiz questão de fazer essa diferenciação por entender que a proposto que nós resolvemos encampar devido a ação do pessoal do NÓS NÃO VAMOS PAGAR NADA, era a melhor opção no momento em que o curso estava vivendo. Havia uma crise entre alguns membros que formaram a chapa 1 e o acampamento como movimento político e a OELI como organização política, quem quiser saber mais detalhes deve ir na comunidade história uff para ver como foram as discussões, e é claro que o NÓS NÃO VAMOS PAGAR NADA resolveu tentar tirar proveito da situação, conseguiu em parte o seu intento, pois por 23 a 22 decidiu-se que o curso vai adotar uma política de oposição a reitoria bem genérica e sem o mote FORA SALLES. É aquele velho modelo de política recuada que esse grupo sempre adotou e que sempre se baseia na fala do medo, a tese de que o FORA SALLES não poderia agregar os demais estudantes demonstra bem isso, a desculpa de que o curso de história ficaria isolado dá uma boa mostra dessa política de apresentar as dificuldades que qualquer campanha de oposição a reitoria teria, não para se buscar meios de superação dessa dificuldade, mas sim para forçar as pessoas a se manterem sempre recuadas, eternamente depedentes da política representativa de que esse grupo não quer abrir mão. Para terminar, devo dizer que a não aprovação do mote, o NÓS NAO VAMOS PAGAR NADA teve que ressucitar vários de seus militantes que a muito tempo não apareciam para conseguir o seu intento; ainda assim avalio como positiva a assembléia, foi um debate franco em que muitas das pessoas que fizeram críticas no orkut tiveram que dar uma recuada em suas posições. Creio que o melhor em tudo isso é ter colocado na cabeça de algumas pessoas a necessidade de uma discussão classista no curso de história, um dos integrantes do NÓS NÃO VAMOS PAGAR NADA chegou a afirmar que não faz discussão classista na UFF porque esta é um espaço pluriclassista, se alguém for levar esse argumento a sério não vai fazer discussão classista em lugar algum, pois a sociedade inteira é policlassista. De qualquer modo a discussão está posta, talvez esse tenha sido o que de melhor surgiu de todo esse debate. Para finalizar mesmo, afirmo que o acampamento, enquanto movimento político, e a OELI, enquanto organização política, é sempre importante fazer a distinção, pois nem todos os membros do acampamento são da OELI, vai continuar a tocar a campanha FORA SALLES. O CUV NÃO NOS REPRESENTA. PELA CONSTRUÇÃO DA ASSEMBLÉIA COMUNITÁRIA NA UFF. É claro que temos consenso de que não podemos levar essa campanha sozinhos, vamos colocar esse mote em discussão em todos os espaços que pudermos falar e buscar o máximo de apoio possível, mas esse é um posicionamento político que nós temos e vamos defender esse posicionamento, independente das dificuldades e oposições que existirem.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Novas discussões sobre o ato

Amanhã vamos ter uma assembléia no curso de história da UFF que terá como um dos pontos de pauta a discussão sobre o ato do dia 10. Eu espero que as pessoas que se dispuseram a sustentar grande polêmicas no orkut tenham a coragem de fazer o mesmo cara a cara, embora eu ache que poucas delas efetivamente o faram. Postar um texto no orkut é muito fácil, você não tem que encarar as pessoas a quem critica e tem tempo para pensar no que vai dizer. Eu só espero também que as pessoas que se dispuserem a ir na assembléia o façam com o desejo de construir algo realmente concreto em matéria de movimento político dentro do curso e da universidade, que suas posições não sejam baseadas em "camaradagens", mas sim na coragem de expor as suas posições, ainda que isso tenha um custo até mesmo em matéria de relações pessoais. Eu não sei se vai muita gente nessa assembléia, infelizmente, e as passagens de sala no dia do ato mostraram isso, há uma terrível apatia dentro do movimento estudantil da UFF, as pessoas simplesmente não querem se envolver, ainda que concordem com a legitimidade de uma causa, ainda que reconheçam o estado em que se encontra a universidade e o absurdo das políticas autoritárias promovidas pela atual reitoria. Essa falta de mobilidade das pessoas é um problema sério, mas não é com tentativas de responsabilizar quem se dispõe a levar a luta política para fora da institucionalidade por essa desmobilização que esse problema vai ser resolvido. Enfim, espero que a assembléia de amanhã ajude a colocar as coisas em ordem e que, independente de diferenças políticas, ideológicas ou de estratégias, as pessoas que querem os estudantes do curso de história e da universidade em geral, atentos e participantes das lutas políticas que envolvem a UFF encontrem formas de atuarem juntas.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Repercuções do ato na reitoria

O ato que foi feito na reitoria na segunda-feira não foi do jeito que eu acharia ideal, gostaria que tivesse ido mais gente, teria sido positivo encontrar o reitor por lá e o tumulto que houve no hall poderia ter sido evitado. No entanto, me desgosta muito, e me irrita também, ver a atitude de algumas pessoas que participaram do ato e que agora parecem dispostas a desmoralizá-lo por conta dos problemas que aconteceram. De minha parte, eu digo que o ato valeu a pena sim, fomos até a reitoria do que jeito que tinhamos decidido, mesmo sem apoio logísitico, só no gogó e na coragem. Os problemas que tivemos lá aconteceram muito mais em virtude das iformações truncadas que nos foram passadas por quem já estava lá. Uma dessas pessoas, de nome Jônatas chegou a ligar e dizer que 20 seguranças tinham sido deslocados para nos esperar, lógico que chegamos lá esperando a repressão; em vez disso tinhamos pessoas que participaram da construção do ato querendo barrar a nossa entrada no evento com a desculpa de que o reitor não estava mais lá. Entramos e falamos, se as falas não contemplaram a todos, quem não se sentiu contemplado poderia ter pego o microfone e falado em vez de ficar postando mensagem no orkut para criticar quem teve a coragem de enfrentar uma multidão claramente hostil. Infelizmente algumas pessoas parecem estar brincando de movimento estudantil, só esperando a hora de se formar e esquecer algum dia que existiu uma universidade na sua vida. O problema é que as pessoas não entendem que conseguir o seu canudo e cuidar da própria vida não é a melhor maneira de lidar com os problemas da universidade, que saindo dela estará se livrando dos problemas, mas a universidade não é só para ela, é também para os filhos que vier a ter daqui a vinte anos. Entretanto, do jeito que as coisas estão indo ficamos na dúvida sobre que tipo de universidade existirá daqui a vinte anos se não lutarmos contra os seus problemas agora. Para algumas pessoas a omissão parece a melhor escolha, para outras, o momento em que o embate se torna mais duro é a senha para se recolher à sua vida particular, no entanto, eu e várias outras pessoas, independente de visão política ou origem social, vamos escolher o caminho da luta. Com certeza não é o caminho mais fácil, normalmente não é, mas é o mais certo. É claro que eu e todos os que fizerem essa escolha poderão ser acusados de donos da verdade, na verdade, isso já está acontecento, é uma das acusações preferidas pelos que se colocam contra quem participou do ato, no entanto, o embate está declarado, na UFF só há dois caminhos a seguir, ou você se submete ao autoritarismo do reitor ou parte para o enfrentamento, eu e muitos outros escolhemos a segunda opção.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Ato na reitoria

Hoje de manhã tivemos um ato que foi em passeata até a reitoria para protestar contra as políticas repressivas da atual gestão de Roberto Salles e Emanoel. Em minha opiniião foi um ato importante e que valeu apena, apesar dos problemas enfrentados, desde as dificuldades de organização, passando pelo fato de não termos conseguido mobilizar a quantidade de pessoas que gostaríamos que tivesse ido. Ainda assim foi um bom ato, com mobilização e passagens de sala. O maior problema se deu no final, com um tumulto na hora de entrar no cinema onde estava se dando o evento, houve confunsão com seguranças e alguns de nossos colegas, mas no final conseguimos entrar e fizemos várias falas que foram recebidas com hostilidade por muitos ali presentes. Ao final do ato fizemos uma plenária de avaliação do mesmo e muitas falas partiram do princípio de que a maneira como foi feita a intervenção foi infeliz e que muitos ali no cinema poderiam estar do nosso lado se a intervenção tivesse sido feita de outro modo. Em minha avaliação, os problemas verificados no ato devem ser discutidos, mas eu discordo da idéia de que seja possível conseguir o apoio daquela galerinha que estava no cinema, quem se dispunha a isso foi até onde estavamos fazendo a plenária e deu o seu apoio, o resto, como eu disse na minha fala, está pouco se importando com os problemas da universidade. Eu faço parte de uma organização política, OELI ( Organização dos Estudantes em Luta Independentes ), cuja visão política defende que só pelo enfrentamento às políticas repressivas e privatizantes do reitor é que poderemos construir uma universidade realmente voltada para a construção de uma sociedade mais justa. É essa a luta que temos levado adiante a quase dois anos desde a fundação do Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI. Essa luta vai continuar, mesmo depois da covarde expulsão do acampamento do Gragoatá.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Ação política na UFF

Hoje de manhã eu participei de uma passagem de sala em dois campus da UFF: no Gragoatá, que é onde fica o meu curso de História, e na Praia Vermelha. Foi um ato político que visa chamar os alunos para o ato que está sendo construído para o dia 10 de março. Eu faço parte de um movimento político, o Acampamento Maria Júlia Braga - O Quilombo do Século XXI - e de uma organização política, a OELI ( Organização dos Estudantes em Luta Independentes ), tanto a organização quanto o movimento político da qual faço parte decidiram tocar o mote "Fora Salles! O CUV não nos representa! Pela construção da Assembléia Comunitária na UFF já!". Esse mote, no entanto, enfrenta resistências por parte de outras organizações políticas que atuam na UFF e também de pessoas que se afirmam como independentes de organizações políticas. Nós, entretanto, temos a opinião que uma política de enfrentamento direto com a atual gestão da universidade é fundamental para barrar as diversas políticas que vem sendo implementadas pela atual gestão da UFF. É claro que o mote tem que ser entendido na sua totalidade, pois não adianta nada tirar o atual reitor se forem mantidas as atuais estruturas de funcionamento da UFF. Repudiar o caráter elitista do CUV ( Conselho Universitário ) e pregar a construção de uma Assembléia Comunitária, onde todos os que ajudam a construir a universidade tenham direito a voz e possam efetivamente participar das decisões envolvendo o futuro da universidade é fundamental. A construção do ato do dia 10, no entanto, é uma tentativa de aglutinar todas as forças políticas que se opõe ao reitor e por isso não insistimos em colocar o nosso mote como tema central do ato. O ato vai se concentrar no bandejão do Gragoatá às 08 horas e partir em passeata até a reitoria. Como forma de aglutinar todas as forças políticas que se opõe ao reitor, o tema central do ato será o combate as políticas repressivas da atual reitoria, a última delas foi quase impedir que o curso de História fizesse a festa de recepção dos calouros. Combater essas políticas de repressão que estão cada vez mais constantes e tendem a piorar é fundamental por parte dos estudantes, e consegue unir grupos políticos que de outro modo continuariam divididos. Ainda assim, está rolando uma discreta sabotagem por parte das CETs ( Correntes Estudantis Tradicionais ), pois as mesma parecem observar tudo de longe, não movem uma palha para construir o ato, ainda não participaram de nenhuma reunião e não estão fazendo passagens de sala para chamar para o ato. O que se depreende é que estão esperando para saber se o ato vai dar certo e então só ir na boa. É um tremendo oportunismo e temos que denunciar, principalmente se o ato der certo.