sábado, 8 de dezembro de 2007

Política deliberada

Como integrante da OELI (Organização dos Estudantes em Luta Independentes) e morador do Acampamento Maria Júlia Braga: o quilombo do século XXI, eu e meus companheiros e companheiras de luta temos notado e combatido as práticas da atual administração da UFF. A gestão do reitor Roberto Salles tem sido marcada por uma série de medidas que confirmam o seu caráter elitista e o perfil que pretende para a universidade. Durante a semana acadêmica, cuja principal função é integrar a universidade e promover a sua inserção junto à comunidade, o que se viu foram uma série de medidas que visavam cercear a presença de pessoas "indesejáveis", ainda que fossem da universidade, mas que não estavam dentro do figurino "ideal" que a atual gestão persegue. O autoritarismo da atual gestão e sua política de boicote à luta promovida pelo acampamento vem se refletindo em diversas medidas, pequenos entraves contra os seus moradores e pessoas ligadas a nossa luta. Um colega nosso, estudante da UFF, com um perfil que até se ajusta ao modelo elitista que muitos defendem para a nossa universidade, jovem, branco e de classe média, chegou a ser ameaçado em sua integridade física por um segurança durante a semana acadêmica, ele e dois moradores do acampamento. Eu fui impedido de entrar num dos blocos onde estava acontecendo a semana acadêmica, mesmo tendo me indentificado como estudante da universidade. Atitudes como essa têm se tornado cada vez mais frequentes e fazem parte dessa política elitizante da atual reitoria. A idéia não é apenas elitizar a universidade, mas dar combate a todos que se opõem a essa política. Ontem eu tomei conhecimento de mais um ato da reitoria no sentido de dar um caráter ainda mais elitista a universidade: O colégio universitário (CONLUNI)recém-criado não vai mais oferecer refeições aos seus alunos no ano que vem, e está sendo cobrado uma taxa de R$ 40,oo para quem quiser inscrever os filhos em busca de vaga no CONLUNI. Antes de se tornar parte da estrutura da UFF , aquele era um colégio estadual, na verdade, é um brizolão que fica quase do lado do campus do Gragoatá. O perfil dos estudantes era de classe pobre, mas com as novas medidas está claro que a idéia da atual reitoria é dar-lhe um perfil de classe média atravé de medidas claramente excludentes, ou seja, a idéia da atual reitoria é sutilmente expulsar a maior quantidade possível de estudantes pobres e negros para consolidar o seu projeto de elitização. É por atitudes como essa que não se pode dar trégua a essa reitoria.

Nenhum comentário: