terça-feira, 8 de abril de 2008

Novas ocupações de reitoria e como são vistas

Nesse momento temos duas reitorias de universidades federais ocupadas no Brasil: a UNB e a UFMG. Na primeira o que temos é o protesto de estudantes contra a permanência do atual reitor, que insiste em se manter no cargo, mesmo depois de se ter descoberto uma série de irregularidades na sua gestão. É incrível como o apego aos cargos no Brasil tira qualquer senso de decência nas pessoas, mesmo depois do escândalo descoberto o cara não quer largar o osso. No caso da UFMG o que ocorreu foi a reprodução do que já se tornou rotina aqui na UFF. Para resolver um conflito no campus a reitoria local chamou a PM. Um dado que chama a minha atenção é como a imprensa insiste em chamar essas ocupações de invasão. É claro que isso não é atoa. Mesmo quem concorda que o reitor da UNB tem que sair é contra a ocupação, sempre alegando a velha questão da posse e tudo mais. Li uma postagem no blog do Reinaldo Azevedo em que ele se coloca contra a ocupação, mesmo reconhecendo que o reitor tem que sair. É claro que ele também não perde a oportunidade de manter a sua guerrinha ideológica com qualquer pessoa que se coloque como de esquerda. No entanto, algumas das colocações dele são mesmo para pensar, pois muitos dos que apoiaram a ocupação da USP não parecem entusiasmados em dar apoio ao movimento dos estudantes de Brasília por terem ligações com o reitor da UNB. Se for isso mesmo eu só posso lamentar que as mesmas mesquinharias ideológicas e oportunismos políticos continuem atrasando o movimento social. Isso fica ainda mais complicado com as notícias de que mais de mil estudantes estão participando da ocupação da reitoria da UNB. Só espero que essas mesquinharias políticas não atrapalhem o movimento como aconteceu na USP e também aqui na UFF, onde mantivemos uma ocupação de seis meses, apesar das sabotagens, frutos do mesmo tipo de oportunismo e mesquinharia política de que parecem vítimas os estudantes que estão ocupando a reitoria da UNB. Minha solidariedade a eles e ao pessoal da UFMG.

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