terça-feira, 4 de novembro de 2008

Eleições no DCE-UFF 2

Hoje é o segundo dia das eleições para o DCE-UFF e estou vendo a mesma apatia que se percebia na campanha eleitoral e no dia anterior. Eu votei de manhã, mais para garantir um voto para a chapa da qual faço parte (FORA SALLES! O CUV NÃO NOS REPRESENTA! PELA CONSTRUÇÃO DA ASSEMBLÉIA COMUNITÁRIA NA UFF JÁ!). Eu ainda não sei se essa eleição vai ter quórum ou não, talvez se consiga que pessoas votem na base da camaradagem, sei lá, mas ainda assim será um processo extremamente despolitizado e que só vai contribuir ainda mais para a apatia das pessoas. A grande verdade é que os partidos de esquerda que atuam no processo político brasileiro estão numa situação em que se acham com a necessidade de escamotear o discurso que normalmente fazem na hora de produzirem teses. O discurso de esquerda é considerado velho e ultrapassado, falar em luta de classes, de um projeto classista de sociedade, são coisas que não atrairiam mais as pessoas e por isso devem ser escondidas atrás de um discurso pós-moderno e diluído, onde questões específicas é que são tratadas. Em vez da luta por uma sociedade socialista o que se fala é de luta contra o machismo, o racismo, a homofobia, fala-se em defesa da natureza, mas não se toca na questão da exploração capitalista de um planeta que já começa a esgotar os seus recursos. Enfim, trata-se de uma política de simulação e dissimulação do discurso, como eu cheguei a ler num artigo de um professor da UEG (Universidade Estadual de Goiás), Nildo Viana, de quem já postei um artigo nesse blog. Até hoje me lembro de um estudante vinculado ao P-SOL, dizendo numa assembléia de estudantes de História, que não fazia discussão classista na universidade porque está é um espaço policlassista, ou seja, falta coragem para falar sobre o que, pelo menos em tese, se acredita, pois o interesse eleitoral é mais importante do que tudo. Infelizmente o que se vê é toda a lógica do processo político baseado na democracia liberal permear o processo político do DCE-UFF. Em vez de uma discussão politizadora, o que se vê é o eterno vale-tudo pelo voto.

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