sexta-feira, 7 de novembro de 2008

SECRETÁRIA CLÁUDIA COSTIN CONFIRMA O FIM DA APROVAÇÃO AUTOMÁTICA

Escolhida para a Educação, a economista foi ministra do governo FH. Especialista em gestão pública, ela tem perfil técnico, segundo Paes.


O prefeito eleito Eduardo Paes (PMDB) anunciou oficialmente o nome da paulistana Cláudia Costin para ocupar a Secretaria de Educação. Segundo ele, uma escolha técnica. Cláudia foi ministra da Administração Pública e Reforma do Estado, em 98 e 99 e secretária de Cultura de São Paulo, entre janeiro de 2003 a maio de 2005. Especialista em gestão de políticas públicas, ela explicou que não é filiada a qualquer partido.

"Quando trabalhei como ministra ou secretária, o governo do PSDB era coligado ao PMDB", disse Cláudia, que é, atualmente, vice-presidente da Fundação Victor Civitta.

Segundo Pedro Paulo, chefe da Casa Civil, que pela manhã confirmou o nome da secretária, desde a campanha o prefeito eleito já tinha dito que poria um técnico na Secretaria de Educação.

FIM DA APROVAÇÃO AUTOMÁTICA

Embora tenha dito que vai manter o regime de ciclos nas escolas, Cláudia disse que é contra a aprovação automática. Ela pretende rever o sistema de ensino e introduzir o reforço escolar.

"Criança tem de aprender. Os ciclos continuam, mas não será mais proibido repetir de ano. Vamos introduzir o reforço escolar", disse a nova secretária, afirmando que o Rio tem um grande números de mestres e doutores e bons professores nas universidades, que vão ajudar a melhorar a qualificação dos professores do ensino básico.

Cláudia também disse que quer triplicar o número de vagas nas creches e investir na leitura e na pré-escola. A nova secretária disse que vai ampliar o número de escolas que funcionam em horário integral.

"Meu maior desafio é conseguir fazer com que as crianças aprendam",disse a secretária.


COMENTO: Eu me lembro do meu professor de TMH (Teoria Métodos e Historiografia), no segundo período, falando de como a inovação no modelo de ensino que resultaria no fim da reprovação automática acabou se pervertendo no que hoje é chamado de aprovação automática. A idéia original era criar meios para apoiar os alunos que iam mal na escola, seja a partir de um acompanhamento individual de sua situação por parte dos professores, com aulas de reforço para corrigir para corrigir as suas deficiências, bem como muitas outras medidas para criar um ambiente capaz de minorar as suas dificuldades. Falava-se também em turmas com no máximo 25 alunos, o que permitiria ao professor uma melhor condição de acompanhar os seus alunos. É claro que tudo isso implicava em investir pesado em educação, acabar com a falta de professores nas escolas, melhorar seus salários e suas condições de trabalho, além de melhor qualificá-los. A aprovação automática era apenas parte do processo, mas é claro que a demagogia dos nossos governantes só se preocupou com o que não demandava esforços e investimentos e só colocou em prática a aprovação automática. O resultado foi isso que se viu: estudantes terminando o ensino fundamental praticamente analfabetos, enquanto isso a prefeitura do Rio de Janeiro gasta meio bilhão de reais com um Cidade da Música que, parece, vai se transformar no novo elefante branco da cidade. O que está colocado agora é saber se o fim da aprovação automática vai resultar na volta da reprovação automática, o que seria apenas trocar um problema por outro.

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