quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Mais uma vez o ENADE

Extraído do site:http://noticias.terra.com.br/educacao

ENADE TEM O MENOR ÍNDICE DE ABSTENÇÃO EM 4 ANOS


Dos 560 mil estudantes convocados para participar no último domingo do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), 13,2% não compareceram aos locais de prova. O índice de abstenção é o menor registrado desde 2004, quando o exame foi criado. O Enade é obrigatório e quem não faz a prova fica sem diploma no final do curso. Entre as 30 áreas avaliadas, Pedagogia foi o curso que apresentou menor abstenção, com 11% de faltosos. Já os alunos dos cursos de Tecnologia em Construção de Edifícios foram os que mais faltaram 34%.
Nas edições anteriores, o Ministério da Educação criou uma comissão para avaliar as justificativas de falta dos estudantes, apesar de não haver nenhuma obrigação legal para isso.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova, ainda não há previsão para que a comissão seja instalada este ano.
Quem faltou à prova precisa esperar até a edição de 2009 do Enade para regularizar sua situação e retirar o diploma. O boletim de desempenho dos participantes do Enade 2008 serão divulgados somente em julho do ano que vem. O gabarito das provas está disponível na página do Inep.


COMENTO: Eu participei do ENADE no meu primeiro período na UFF. Naquela época já havia a campanha do boicote e eu participei dela deixando a prova em branco. Existe uma grande falta de debate sobre essas questões envolvendo a avaliação das instituições de ensino superior no Brasil. Eu sei de muitas pessoas que boicotam o ENADE sem nem saber direito o porquê disso, outras fazem a prova também pelo mesmo motivo. Eu sou a favor do boicote, pois entendo que é um absurdo o governo insistir em colocar no mesmo saco universidades públicas e particulares, principalmente aquelas que não tem a mínima preocupação com pesquisa e extensão e frequentemente são meras fábricas de diplomas para quem se dispuser a pagar por eles. Sem dizer que existem casos de "universidades" que só tiram notas baixas por anos a fio e continuam atuando. O que mais irrita mesmo é o uso do ENADE como parâmetro de excelência por universidades particulares que estão longe disso. É claro que não dá para avaliar uma universidade por um prova, mas a insistência em usar desse parâmetro só mostra a política de um governo que trata a educação de maneira superficial irresponsável. Em vez de vê-la como um dado fundamental na construção de uma sociedade menos desigual, trata-se da educação como uma mercadoria, comparada em "testes de qualidade" homogeneizdores.

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