segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Eleição no DCE -UFF

Hoje teve início o processo eleitoral para o DCE da UFF. Pelo que eu pude ver até agora está bem devagar mesmo, o que só reflete o desinteresse dos estudantes pelo processo político que está ocorrendo na universidade. Infelizmente esse é um problema que está acontecendo de maneira generalizada. Durante os eventos ocorridos no mês de Setembro aqui no ICHF (Instituto de Ciências Humanas e Filosofia) também se viu um desinteresse de grande parte dos estudantes, embora fatos como os dois piquetes, o primeiro principalmente, tenham causado uma grande agitação. A apatia dos estudantes tem sido motivo de muitas reflexões, não são poucos os que buscam desculpas para isso no que chamam de "falta de diálogo" que os movimentos políticos existentes na universidade estariam tendo com os estudantes. Eu fico imaginando se a maioria quer mesmo que se estabeleça algum diálogo de fato. Alguns grupos políticos entram nessa lógica e tratam de rebaixar o seu discurso para tentar atrair esses estudantes. Hoje, numa passagem de sala, uma militante da Chapa 1, composta por militantes dos grupos "Nós Não Vamos Pagar Nada" e "Vamos à Luta", ambos hegemonizados por militantes do P-SOL, chegou a dizer que era importante atrair estudantes, mesmo os que não tenham qualquer interesse em participar de atividades políticas como a luta contra o REUNI. É a decisão de tentar todo o tipo de manobra para se conseguir voto, sem qualquer preocupação em politizar o debate, achando que isso será possível depois que a pessoa for atraída. Essa visão de "fins que justificam meios" já resultou em muita coisa ruim; no caso do processo político da UFF vai resultar numa completa despolitização do processo político e em mais apatia. No fundo é a mesma visão que foi demonstrada no único debate que foi feito nessa eleição, onde um militante do PCdoB procurou justificar a atual postura do seu partido em apoiar o governo Lula com a afirmação de que era importante atuar por dentro da hegemonia. Ele chegou a declarar que a "hegemonia é porosa", portanto, seria possível penetrá-la e modificá-la por dentro. Eu não pude intervir no debate senão teria dito para ele que a hegemonia não é porosa, mas fagocitosa, ou seja, pode-se até penetrá-la, mas não modificá-la por dentro, ela é que modifica quem a penetra. Enfim, essa deve ser a eleição mais despolitizada da história do DCE-UFF, nem sei se vai dar Quórum. Nós do Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI até procuramos participar do processo a partir da montagem de uma Anti-Chapa 4. Era uma forma de tentar instigar algum debate mais aprofundado, mas a maneira como o processo se deu tornou isso praticamente impossível.

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