sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Universidade não é condomínio fechado

Essa tem sido a semana acadêmica da UFF, em tese significa que a universidade estaria aberta a diversos contatos entre suas diversas áreas e a própria sociedade em geral, pois também está sendo realizada a Semana de Extensão. Infelizmente, entretanto, não é isso o que está acontecendo na prática. Eu que faço parte do Acampamento Maria Júlia Braga: O quilombo do século XXI, temos notado com uma frequencia cada vez mais constante os atos de repressão que estão sendo feitos a todos os grupos que não aceitam que a UFF se transforme num condomínio fechado, onde quem não é da universidade se sinta constrangido a pedir licença para entrar aos guardas da portaria, como relatou uma vez um dos meus colegas de bolsa de extensão, na época em que ainda não fazia parte da UFF. Nos últimos dias nós do acampamento temos notado uma série de ações que visam constanger os seus moradores, desde impedir o uso do banheiro do bloco N, passando por uma ação de constrangimento contra uma das moradoras por parte de um dos guardas, mas foi ontem que ocorreu um fato mais grave: dois dos nossos companheiros de luta, um deles morador do acampamento e o outro que é solidário com a luta, chegaram a ser ameaçados de violência física por quatro pessoas que estariam fazendo a "segurança" da Semanda de Extensão, um deles, não satisfeito, ameaçou outro de nossos moradores com a expressão "vou te quebrar"; quem conhece esse tipo de expressão sabe que se trata de uma ameaça de morte. Como não estamos dispostos a aceitar nenhum tipo de intimidação, tratamos de fazer queixa contra tais atitudes, até porque, dos quatros tipos, pelo menos três não pareciam ter qualquer vinculação com a universidade. Uma das coordenadoras do evento tentou alegar que a nossa foi a primeira queixa a respeito desse tipo de problema, como se as próprias estátisticas oficiais não deixassem dúvidas de que em casos como esse, na maioria das vezes, as pessoas preferem ficar caladas. Nós, no entanto, não ficaremos calados, pois está em curso um claro processo de privatização do espaço público dentro da universidade, enquanto pudermos, nós da OELI (Organização dos Estudantes Independentes em Luta), bem como todos os que integram o acampamento, vamos lutar contra isso.

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