segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

De volta à UFF

Estou fazendo essa postagem de um computador da BCG, a biblioteca principal da UFF, no Gragoatá. Depois de ter sido praticamente interditado na sexta de carnaval finalmente as pessoas podem voltar a frequentar a universidade. Ainda estou um pouco sobre o impacto da expulsão do acampamento. No dia em que ocorreu passou pela minha cabeça a idéia de que teria de pedir transferência, a escolhida seria a UFRJ, hoje eu vejo que isso teria sido um erro e que eu não estava sendo capaz de refletir direito sobre a situação. Durante todos esses dias eu e meus colegas de acampamento, bem como todas as outras pessoas, que sem serem moradoras do AMJB, estavam conosco na luta, estávamos refletindo sobre o que fazer daqui por diante. A nossa conclusão é que a luta tem que continuar com mais força do que nunca. Durantes os dias anteriores nós nos limitamos a atuar via internet, colocamos dois comunicados contando a nossa versão do ocorrido e divulgamos em diversos lugares, em duas postagens anteriores eu coloquei esses comunicados aqui no blog, mas tem também no CMI e em várias comunidades do Orkut vinculadas a UFF. Em muitas dessas comunidades, por sinal, tivemos que responder a algumas argumentações equivocadas, algumas inescrupulosas mesmo, e outras de pessoas sem qualquer sensibilidade social. Eu respondi a uma das argumentações que vi como equivocada, na comunidade da História-UFF. Um rapaz contestava a nossa visão que o ato da reitoria de Roberto Salles e Emanoel teria sido autoritário através de uma argumentação legalista, ou seja, não era autoritário porque estava amparado na lei. Infelizmente, nessas horas, as pessoas não param para pensar que o autoritarismo não precisa estar desvinculado da legalidade. Nos anos 1970, quando o regime militar mandava prender uma pessoa apenas por que está manifestava uma posição contrária aos seus desmandos estava fazendo isso dentro da lei, pois o AI - 5 lhe dava legitimidade legal para isso, no entanto, a capa de legalidade não disfarçava o extemo autoritarismo do ato. As pessoas não podem ficar presas a essa visão estreita do legalismo para justificar qualquer ato. A ação da reitoria de Roberto Salles e Emanoel foi autoritária sim e nenhuma capa legalista pode encobrir o fato, senão também não poderíamos classificar de autoritária a maneira como o REUNI foi aprovado na UFF, pois a mesma capa legalista foi usada para justificá-la. De qualquer forma, estaremos prontos para continuar a nossa luta política pela construção da moradia estudantil na UFF e por uma verdadeira política de assistência estudantil em nossa universidade e espero que todos os que tenham sensibilidade social estejão conosco nessa luta.

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