sexta-feira, 27 de junho de 2008

Notícias sobre educação

Esta é uma notícia que sempre me afeta muito, pois muito do que estou fazendo aqui na universidade tem como objetivo ser aplicado numa sala de aula, ou seja, um dia eu posso estar no lugar da vítima da agressão.

Extráido do site

19/03/2008
Professor é esfaqueado ao separar briga de alunas no RS

Agencia Estado
O professor Ozório Alceu Feline levou uma facada no abdome quando tentava separar duas adolescentes que estavam brigando no pátio da Escola Técnica Estadual Bernardina Rodrigues Padilha, em Vacaria, no nordeste do Rio Grande do Sul, na segunda-feira à noite. Feline passou por uma cirurgia e permanecia internado no Hospital Nossa Senhora da Oliveira, em estado regular, no final da tarde de hoje.

O incidente começou com um desentendimento entre as alunas. Feline se aproximou e tentou fazer com que as duas se afastassem. Um rapaz, identificado como namorado de uma das moças, se aproximou e pediu que o professor não se metesse. Na seqüência, feriu Feline com um objeto cortante. O agressor ainda não foi preso.

Hoje, depois de uma reunião com o Ministério Público e o Conselho Tutelar, a Brigada Militar (a polícia militar gaúcha) decidiu colocar um soldado para vigiar o pátio onde ocorreu a briga e aumentar a vigilância em todo o bairro onde fica a escola. As aulas, que estavam suspensas, foram retomadas hoje.


COMENTO: É dessa situações realmente preocupantes, pois muitas vezes temos a tendência a pensar se vale a pena se meter em briga alheia. Entretanto, o fato ocorreu numa escola e a pessoa como professor não podia simplesmente ficar assistindo. No entanto, é um alerta para o clima cada vez mais violento existente dentro das escolas. Nos dois últimos períodos da universidade eu fiz duas disciplinas, Prática de Ensino e Pesquisa I e II, estas me levaram a entrar em contanto com uma escola pública pela primeira vez na condição de alguém que pode fazer daquilo uma profissão. Eu não vou negar o choque que eu senti ao ver o pouco respeito que os alunos, de idades que variavam de 11 a 14 anos, tinham com a professora. Eu já comentei isso em postagens anteriores. É verdade que a juventude de hoje está bem diferente da que frequentava a escola 20 ou 30 anos atrás, a violência também era bem mais restrita, as brigas ocorriam, mas geralmente eram na base dos punhos mesmo. A idéia de alguém levar uma arma para a escola parecia meio absurda, no entanto, o que vemos hoje assusta. Imagino que seja produto dos novos tempos ou será que o processo já tinha começado bem antes e simplesmente foi ignorado até que estivesse no estágio atual. Eu tendo a acreditar na segunda hipótese, acho que situações como a que levaram ao acontecimento relatado nessa reportagem são o fruto de décadas de descaso com o ensino público. A conta chegou e está difícil de pagar.

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