sexta-feira, 1 de junho de 2007

A luta pela moradia na UFF: capíitulo 2

Estou de volta para falar sobre a luta pela moradia na Universidade Federal Fluminense. Essa luta que teve início pra valer em 2002 com o fórum de luta pela moradia estudantil, conseguiu uma vitória simbólica em 2003 com a aprovação da construção da moradia estudantil no Conselho Universitária, a instância máxima da universidade. Você que caso venha a ler essa mal traçadas linhas pode perguntar, porque simbólica? Simplesmente porque desde então nada foi feito para materializar essa moradia. A luta por essa conquista sempre foi vista como um elemento secundário das pautas do movimento estudantil da UFF. Essa situação se dá pelo fato de que esse movimento estudantil é feito basicamente por pessoas de classe média frequentemente alta e que, portanto, não consegue se identificar com essa demanda, bem como as demais demandas por assistência estudantil. Diante disso, o que fazer? Vamos demonizar esse movimento estudantil que aí está e as pessoas que dele participam? No meu entendimento o que se coloca é que as pessoas a quem as demandas por acesso e permanência na universidade são mais efetivas se coloquem para que as suas posições sejam ouvidas, não dá para colocar a culpa somente em quem não vê essas demandas como urgentes. Com o acesso cada vez maior das classes mais pobres a universidade, é necessário que essas demandas por assistência estudantil sejam enfatizadas, mas é necessário que os mais pobres dentre os universitários se mobilizem para isso. Esse longo preâmbulo é para dizer que já há uma movimentação nesse sentido dentro da UFF. Pessoas de origem proletária que estão se colocando a frente dessas lutas. Quando eu entrei na UFF em 2005, tive uma boa amostra de como essa questão da moradia é deixada de lado. A política de assistência estudantil na universidade é tocada pelo DAC ( departamento de assuntos comunitários ) e quando eu fui lá tentar alguma ajuda em matéria de alojamento o que me recomendaram foram diversas pensões a preços que eu não podia pagar; não foi dita nenhuma palavra sobre a Casa do Estudante Fluminense ( CEF ), a única possibilidade de alojamento para alguém nas minhas condições. Em minhas primeiras semanas de UFF eu simplesmente dormia no terminal rodoviário da Niterói, ou era isso ou desistir da universidade. Na próxima postagem eu vou falar sobre a minha entrada na CEF e voltar a falar mais da luta pela moradia de uma forma mais geral.

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