quinta-feira, 21 de junho de 2007

A luta pela moradia na UFF: capítulo 8

O dia-a-dia do Acampamento Maria Júlia Braga: o quilombo do século XXI costuma ser uma mistura de alegria, dificuldades, confusão e conflitos, mas principalmente de aprendizado. Eu fui aprender a cozinhar nesse lugar, não sou um mestre cuca, mas hoje posso dizer que saberia me virar sozinho se precisasse. como em qualquer ambiente de convivência, estabeleceram-se regras para garantir que a vida pudesse ser tocada ali. Uma de nossas maiores preocupações foi garantir um mínimo de condição para que se pudesse estudar no acampamento, isso foi conseguido quando a reitoria concordou em instalar uma ligação de energia que nos permitiu ter iluminação noturna. Os piores momentos do acampamento foram as tempestades que voltam e meia caem e que costumam provocar grandes estragos na estrutura, principalmente nas barracas onde dorminos e guardamos nossos objetos pessoais. Estabelecer turnos de permanência para que o acampamento não ficasse vazio em nenhum momento foi a nossa preocupação. Outra preocupação importante foi a de transformar o acampamento num local de encontro para se discutir todo tipo de questões, políticas, econômicas, sociais, culturais e até mesmo religiosas, embora quase todo mundo ali se declare ateu, eu pessoalmente não me incluo nesse grupo. Foi dessa forma que nós conseguimos superar a crise que nos reduziu a oito pessoas e agregar novos companheiros para a luta pela moradia da UFF e demais reivindicações de asssistência estudantil. Esse longo trabalho de divulgação e retomada de forças nos levariam a um novo patamar de luta que seria uma participação mais efetiva no processo político-eleitoral da universidade.

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