terça-feira, 12 de junho de 2007

A luta pela moradia na UFF: capítulo 5

A expulsão da Casa do Estudante se deu num contexto muito tenso, teve polícia, muita gente revoltada e a ação comandada pela diretora da instituição que não descansou até que a expulsão se completasse. Alguns dos moradores que apoiavam a expulsão fizeram questão de se manter presentes e demonstrar toda a sua felicidade pelo acontecimento. Vários integrantes do movimento estudantil da UFF também se fizeram presentes, alguns a primeira vez, embora a crise já ocorresse a muito tempo. Nos primeiros dias ficamos ali mesmo na calçada, foi uma aventura e tanto, com cobertura de parte da mídia. Ainda não tínhamos idéia disso, mas ali estava nascendo o Acampamento Maria Júlia Braga: o quilombo do século XXI. Porque esse nome? Trata-se de uma homenagem dupla, seja pela dona original do casarão que viria a se tornar a Casa do Estudante Fluminense, ela tinha o costume de abrigar estudantes mais pobres que vinham estudar em Niterói e ao morrer deixou o casarão em testamento para o governo estadual com a condição deste continuar abrigando estudantes pobres. Também houve o desejo de se homenagear a luta por liberdade e resistência a todo o tipo de opressão representada na luta pelos antigos quilombos de nossa história. Ficamos na calçada quase uma semana até decidir-mos nos mudar para o gramado da reitoria. Essa decisão levou essa luta para um novo estágio e dela falarei na próxima postagem.

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