segunda-feira, 11 de junho de 2007

A luta pela moradia na UFF: capítulo 4

Depois de vários dias sem postar aqui estou de novo para falar sobre a luta pela moradia na UFF. A ligação dessa luta com os acontecimentos na Casa do Estudante Fluminense se dá porque a quase totalidade dos moradores daquela instituição são da UFF. O grupo que se insurgiu  contra as arbitrariedades do governo do estado teve que enfrentar um grande problema a partir do momento em que parte dos moradores decidiram aceitar as imposições que estavam sendo feitas pelo governo estadual. Diante disso, acabaram referendando a decisão de não apoiar o novo processo de seleção que havia sido decidido em assembléia. Por conta das pressões do governo estadual foi convocada uma nova assembléia que teria deliberado o cancelamento desse novo processo seletivo em resposta a falta de disposição do governo  estadual em fazer ele mesmo esse processo. É bom lembrar que todos os processos seletivos feitos desde 1998 tinham sido decididos em assembléia pelos moradores que se dispunham a colocar estudantes na CEF. Na assembléia que decidiu ir contra essa decisão compareceram moradores que praticamente nunca participavam do processo e que só o fizeram devido a pressão exercida pela diretora da CEF no sentido de deslegitimar o processo que estava sendo conduzido pelos moradores mais combativos da CEF. A decisão de cancelar o processo de seleção e impor um estatuto absurdamente autoritário aos moradores levou esse grupo mais combativo a se colocar em choque direto com o governo do estado e o processo de seleção foi feito no peito e na marra;  eu fui um dos oito moradores que entraram nesse processo, apesar de todas as pressões em contrário. A situação tornou-se de confronto total e num processo que durou mais de um ano, o governo do estado conseguiu uma vitória judicial que lhe permitiu expulsar os moradores que combatiam as suas práticas autoritárias. Ocorrida em 31 de março de 2006, essa expulsão não desanimou os moradores da CEF, mas apenas os colocou diante de um novo desafio; a luta agora seria travada fora da CEF e envolveria toda a UFF.  Em vez de se manter na CEF, a luta agora seria pela moradia universitária, cuja contrução fora aprovada em 2003 e ainda não tinha saído do papel. Na próxima postagem falarei sobre o surgimento do Acampamento Maria Júlia Braga.

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