quarta-feira, 13 de junho de 2007

A luta pela moradia na UFF: capítulo 6

A mudança para o gramado da reitoria se deu num contexto em que era preciso levar para a UFF a questão da moradia e forçar a universidade a tomar uma posição a respeito desse assunto e da questão envolvendo a Casa do Estudante Fluminense ( CEF ). Foi no gramado da reitoria que se começou a configurar que estávamos formando um acampamento cuja função era mostrar à universidade a necessidade de se colocar a questão da moradia estudantil na ordem do dia. O contexto da época também favoreceu a aproximação das entidade representativas das comunidades universitárias, ADUFF, SINTUFF e DCE. Estávamos em pleno período eleitoral na universidade para a escolha do reitor e embora as entidades não tivessem declarado apoio a nenhum candidato, os grupos políticos que as dirigiam estavam claramente apoioando a candidatura de Cláudio Gurgel para o cargo e viram naquele acampamento na reitoria uma forma de criar problemas para o candidato da situação. Durante o período eleitoral, portanto, o acampamento teve forte apoio logístico por parte dessas entidades. A atuação dos grupos políticos que apoiavam a candidatura de Cláudio Gurgel e seus interesse em utilizar a luta do acampamento para obter vantagens no processo eleitoral ficaram claras quando um dos estudantes expulsos e que era ligado a esses grupos políticos sugeriu uma permanência por tempo indetermindado no Hall da reitoria, para onde nós formos quando o acampamento no gramado foi destruído por uma violente tempestade. O que mais me revoltou nessa proposta foi o fato desse mesmo estudante não estar no acampamento, mas residindo na sede do DCE, e o claro interesse em nos usar como peças no xadrez político das eleições. Felizmento o fórum de deliberação do acampamento decidiu-se contra essa idéia. Eu posso dizer mesmo que a identidade como Acampamento Maria Júlia Braga começou a ser contruída naquele momento em que nos afirmamos e a nossa luta independente dos interesses políticos momentâneos das correntes que compõe a UFF e que estão sempre ligados a diversos partidos políticos. Após uma breve volta ao gramado decidimos pôr em prática um projeto político próprio e que já vinha sendo discutido desde antes da expulsão da CEF: a montagem de um acampamento em pleno Gragoatá, o mais importante campus da UFF, pelo menos em termos de movimentação política. Nascia em definitivo o Acampamento Maria Júlia Braga.

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