quinta-feira, 12 de julho de 2007

Assumindo posições 2: a capa da VEJA

A algumas semanas atrás a revista VEJA publicou uma matéria a respeito das cotas.  Na capa da revista estavam dois irmão gêmeos que haviam se inscrito na UNB pelo sistema de cotas local, mas um deles foi considerado branco. Partindo desse fato a VEJA colocou afirmou na sua capa que esse fato provava que raça não existe. É claro que a reportagem da VEJA se referiu apenas ao aspecto genético do conceito de raça para chegar a essa conclusão. De fato, se for o caso de abordar a questão por esse viés não há o que duvidar. Na verdade, foi uma grande contribuição da ciência o fato das pesquisas genéticas terem comprovado que a raça humana é uma só, que um brasileiro caucasiano pode estar mais próximo geneticamente de um nativo da Austrália do que de um caucasiano europeu.
No entanto, a VEJA não parece se preocupar em mostrar que o conceito de raça vai muito além da questão genética; é verdade que eu não pude ler a reportagem e, portanto, vou me ater apenas ao que li na capa. A grande verdade é que a questão que envolve o conceito de raça também esta ligado a fatores sócio-culturais que não são resolvidos pelas descobertas científicas. O fato da genética ter comprovado que só existe uma raça humana, não anula milhares de anos de separação existente entre negros, brancos e amarelos. Hoje em dia não dá mais para sustentar cientificamente teorias sobre a inferioridade de determinados grupos raciais para justificar atitudes e políticas racistas, mas isso não significa que as pessoas vão abrir mão de conceitos existentes desde quase sempre. Ainda pretendo ler a reportagem da VEJA para ter uma idéia melhor do que foi dito ali, mas desde já me coloco contra as conclusões que a capa da revista parecem indicar.

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