sexta-feira, 13 de julho de 2007

Assumindo posições 3: a questão das cotas raciais

Dando continuidade à postagem anterior, eu gostaria de afirmar que sou favorável a implantação de cotas raciais na universidade. É claro que não acho que as cotas tenham que ser um fim em si mesmo, trata-se de uma política emergencial e que não terá maior consequencia se não for acompanhada por mudanças estruturais de longo prazo como um forte inverstimento na educação pública. Sem investimentos no ensino básico teremos o que se viu no Rio de Janeiro, onde o casal Garotinho implantou as cotas na UERJ e não se preocupou em fazer os investimentos no ensino básico e ficamos na situação que foi denunciada a tempos atrás pelo jornal "O globo", que durante o governo de dona Rosinha não se construiu nenhuma escola pública nova. Infelizmente o que se vê são governantes demagogos e oportunistas de um lado e pessoas com discursos falaciosos de outro. Os primeiros apenas interessados em medidas de impacto no curto prazo e os segundos se declarando contra as cotas com o argumento de que o certo seria investir no ensino básico. Com esses péssimos governantes, nós temos uma política meramente populista,  que não busca fazer as mudanças estruturais que este país precisa. Enquanto isso, muitos que se colocam contra as cotas vem com um discurso hipócrita, como se uma política emergencial não pudesse ser aplicada ao mesmo tempo que uma política de longo prazo. O que se deve fazer é manter a política de cotas com um prazo determinado para acabar enquanto se investe para valer no ensino público básico. No caso das cotas, é preciso atentar também para a questão sócio-econômica, até para não se correr o risco de se criar uma aristocracia negra no país, pouco interessada em apoiar as mudanças estruturais que são necessárias.

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