sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Fechando a reitoria 3

Retomando o assunto das duas postagens anteriores, o movimento organizado pela OELI (Organização dos Estudantes em Luta Independentes), junto com outros estudantes que tinham acordo com a nossa pauta de luta, se manteve firme durante toda a terça-feira, apesar da incompreensão de algumas pessoas que se sentiram prejudicadas com a nossa atitude de fechar a reitoria, bem como dos movimentos políticos da UFF, exclusivamente preocupados com a questão do REUNI para dar atenção à questão da moradia. Durante o tempo em que estive lá a atitude das demais correntes estudantis tradicionais (CETs) ficou claramente simbolizada pela fala de um dos seus líderes. Na visão dele, e isso eu ouvi pessoalmente, a luta da moradia tinha uma importãncia totalmente secundária diante da luta contra o REUNI. Na sua visão, todas as demais pautas existentes na UFF deveriam ser deixadas de lado pela luta contra o REUNI, era assim que ele tentava justificar a decisão das CETs de não estar do nosso lado na luta pela moradia. É claro que eu contra-argumentei que ambas as lutas são igualmente importantes e precisam ser tocadas juntas. A verdade é que o movimento estudantil tradicional sempre secundarizou a questão da assintência estudantil, que aqui na UFF tem na construção da moradia o seu principal foco. A OELI sempre se caracterizou por combater essas prática, nunca deixamos de combater o REUNI em prol da luta pela moradia, pois entendemos que ambos estão o mesmo contexto de luta por uma universidade a serviço de toda a sociedade. Felizmente a posição do sujeito com quem conversei não era hegemônica entre os que estavam na reitoria para barrar o REUNI, pois um grupo deles fez a proposta de uma plenária unificada entre os dois movimentos que estavam na reitoria. Essa plenária ocorreu a partir das 5 da tarde e um acordo foi feito unificando as duas lutas numa única pauta. A partir daí os dois movimentos se uniram e foi na hora certa, pois logo depois chegou uma notificação da justiça de que a reitoria entrara com uma liminar pedindo a expulsão dos estudantes, não só da reitoria como também o fim do Acampamento Maria Júlia Braga: o quilombo do século XXI. A partir daí uma nova plenária foi marcada naquela mesma noite. A situação chegara a um ponto limite de tensão. Na próxima postagem eu conto como tudo acabou sendo provisoriamente resolvido.

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