quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A audiência pública na UFF

Ontem foi feita uma audiência pública na UFF para tratar de duas questões específicas: o encaminhamento que a universidade vai dar ao projeto do REUNI e a questão da assistência estudantil na UFF, com ênfase na construção da moradia universitária. Entretanto, o que se viu foi a decisão de se priorizar a discussão do REUNI, além de se fazerem duras críticas aos atos do atual reitor. Da minha parte, eu vi apenas dois discursos, um do Josemar, meu colega de OELI (Organização dos Estudantes Independentes em Luta) e de acampamento, e outro de uma professora do departamento de educação da universidade, Maria Lúcia, que fez questão, inclusive, de ir com uma crachá do acampamento, como forma de demonstrar a solidariedade com a luta que o mesmo representa. Fora isso o que se viu em matéria de discussão sobre assistência estudantil e moradia foi o discurso da reitoria querendo reduzir tudo a mero assistêncialismo, como se uma simples oferta de bolsas de assistência para que alguns dos acampados, isso porque nem todos os membros do acampamento são da universidade, pudessem pagar um pensão. A visão da reitoria do acampamento como um monte de pobres coitados que não tem para onde ir é a típica visão de quem não quer resolver o problema de fato, mas apenas escondê-lo, assim não "ofende" os "sensíveis" integrantes da comunidade universitária com a visão dos acampados. No entanto, reafirmo aqui o que o Josemar falou naquela audiência, o Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI, escrevo assim, com bastante ênfase nas letras iniciais maiúsculas não é atoa; pois esse acampamento, é um foco de resistência sim, resistência contra a insensibilidade de uma universidade que aprovou a construção da moradia em 2003 e até hoje não tirou essa resolução do papel, resistência contra quem acha que a universidade não é lugar de pobre, e tem muita gente assim dentro da UFF, resitência contra o discurso que tenta desvalorizar a luta da moradia, dizendo que não é uma questão estrutural e o que a prioridade deve ser barrar o REUNI, resistência efim, aos que insistem em secundarizar a questão da assistência estudantil na universidade. Por isso eu posso dizer que nós do acampamento não vamos aceitar nenhuma oferta de bolsa em troca do fim dessa luta, não estamos acampados apenas por uma questão de necessidade econômica, estamos lá também por uma luta política, só sairemos de lá, ou expulsos pela polícia, ou quando o problema da moradia tiver sido definitivamente resolvido.

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