segunda-feira, 19 de maio de 2008

Congresso Estudantil da UFF

Eu participei do V Congresso Estudantil da UFF que ocorreu neste fim de semana no campus do Gragoatá. Como integrante de um movimento político que é o Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI e de uma organização política que é a OELI ( Organização dos Estudantes em Luta Independentes ) foi importante estar lá para colocar a nossa posição frente àquele congresso. A minha avaliação é que foi um boa intervenção, apesar das óbvias dificuldades e da visível desorganização, que algumas vezes parecia proposital. A verdade é que o congresso foi organizado de forma a reforçar a hegemonia do coletivo Nós Não Vamos Pagar Nada dentro do movimento estudantil da UFF. O que se viu foi um levantar de crachás na hora de votar as questões, uma reprodução do que acontece nos congressos da UNE. Essa lógica hegemonista foi muito contestada, por nós e pelos outros coletivos, mas foi o que prevaleceu. O que eu vejo como problemático é a falta de firmeza de grupos que criticam o Paga Nada, mas no fundo gostariam de estar no lugar dele, era o caso da CST, do UFF que Queremos e do Barricadas, tanto que nos momentos decisivos acabavam fechando com o o grupo hegemonista que criticavam. No congresso foi aprovada uma moção contra o nosso processo seletivo da moradia provisória, mas isso já era esperado, incluíndo argumentações canalhas de que estaríamos sendo privilegiados por estarmos no quinto andar do DCE. O que me espantou mesmo foi a fala de um dos principais integrantes do Paga Nada na hora da votação de uma proposta de participação dos alunos dos pré-universitários ligados a UFF, inclusive com direito a voto no fóruns do movimento estudantil. Uma das argumentações utilizadas era do mesmo tipo que os burocratas da UFF, principalmente os docentes, para justificar a negação da paridade nos colegiados e conselhos superiores da universidade ou o voto universal nas eleições da UFF. Isso mostra o quanto temos no movimento estudantil uma burocracia encastelada nos órgãos de direção que em nada se diferencia da burocracia da própria UFF, principalmento no seu desejo de concentrar poderes de decisão em suas mãos. O congresso teve bons momentos, pudemos entrar em contato com várias pessoas do interior e daqui de Niterói, divulgamos nossos documentos e o documentário que fizemos mostrando os rumos do movimento estudantil nos últimos dois anos e a atuação das diversas correntes políticas; agora é esperar e tratar de continuar o trabalho de luta.

Nenhum comentário: