sexta-feira, 16 de maio de 2008

Notícias sobre cotas

Extraído do site: http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular


UEM define regras para cotas sociais

Universidade reservará 20% das vagas para alunos de escolas públicas.

Sistema começa a valer nos vestibulares do ano que vem.


O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP) da Universidade Estadual de Maringá (UEM buscar), aprovou as regras para o sistema de cotas buscar sociais que começa a vigorar nos vestibulares de 2009 - com ingresso dos alunos na universidade em 2010.



De acordo com o texto aprovado pelo CEP, a universidade reservará 20% das vagas dos cursos de graduação para candidatos classificados no vestibular que tenham cursado o ensino fundamental e médio em escolas públicas. Além disso, a renda per capta da família do vestibulando deve ser de até 1,5 salários mínimos.



A reserva de vagas começa a valer para os vestibulares de verão e inverno de 2009, para acesso em 2010. De acordo de assessoria de imprensa, a universidade oferecem cerca 1.500 vagas em 49 cursos de graduação em cada processo seletivo.



O CEP aprovou a implantação de uma política de cotas sociais na instituição no dia 9 de maio do ano passado. A regulamentação do sistema de cotas foi votada nesta quarta-feira (14) e aprovada por 48 votos a favor, nove abstenções e um voto contrário.



Comento: É bom prestar atenção na notícia, pois quando se fala em cotas logo se pensam em cotas raciais. Na verdade o que foi aprovado foi uma politica de cotas com critérios exclusivamente sócio-econômicos e não étnicos. De qualquer forma não deixa de ser um avanço. A questão das cotas ainda suscinta muitos debates, principalmente quando envolve a questão étnica. Muitos dos seus críticos gostam de dizer que é um erro incentivar a diferenciação racial, que a genética provou que somos uma só raça. É meio difícil levar isso em conta nas demonstrações cotidianas de racismo que são praticadas no Brasil. Quero ver alguém defender esse argumento quando um negro for parado numa blitz junto com um branco e ficar bem claro o modo diferenciado com que ele quase sempre é tratado. Gemeticamente somos uma só raça sim, e foi um grande avanço que a ciência tenha podido provar isso, mas o conceito sócio-cultural de raça ainda é muito forte entre nós e querer negar isso é esconder o problema. Eu sou favorável as cotas raciais na universidade, embora tenha clareza de estas são uma solução emergencial e que a pior coisa que pode acontecer é que se torne uma medida permanente. Investir no ensino fundamental e médio, como os críticos do sistema de cotas pregam para justificar a sua posição, é uma necessidade urgente também, mas os seus resultados são a longo prazo, o que fazer com as pessoas de agora? Eu não tenho a menor dúvida que cotas e investimentos em educação não são excludentes e quem tenta passar essa impressão está falseando o debate. Quanto a outra alegação dos críticos das cotas de que elas podem acirrar a questão racial dentro da universidade, eu só posso dizer que vai, na verdade, fazer algumas pessoas tirarem suas máscaras, ninguém vira racista por causa das cotas, na verdade já era, apenas não precisa explicitar isso. Espero que mais universidades adotem as políticas e cotas e avançem em relação a essa universidade de Maringá, não sei se o fato de adotarem critérios exclusivamente sócio-econômicos tenha a ver com questões locais, talvez não haja uma população compostas por negros na região que tenha motivado essa solução, mas onde essa população está e precisa ter aberta as portas da universidade, as instituições de ensino superior tem que enfrentar essa discussão. Aqui na UFF , por exemplo se adotou um critério de cotas ainda mais limitado, a verdade é que a discussão sobre cotas precisa avançar mais por aqui

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