terça-feira, 7 de outubro de 2008

Amanhã é dia de piquete 2

Estou postando aqui um panfleto que foi feito por nós do Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI para chamar as pessoas que compõem a comunidade do ICHF em particular, e da UFF em geral a participar da luta política que ocorrerá a partir de amanhã. O novo piquete se justifica pela total incapacidade do Colegiado em atender qualquer das demandas políticas levadas até ele pelas diversas Assembléias Comunitárias que foram feitas. Nem se pode dizer que foram demandas absurdas, até mesmo do ponto de vista institucional, pois algumas propostas eram até recuadas, como a realização de um Seminário propositivo e deliberativo, mas com voto paritário, o que manteria o predomínio dos professores, até mesmo porque estes certamente teriam o reforço de diversos estudantes que se deixam levar por suas determinações. O panfleto segue abaixo:


Breve reflexão sobre este processo de luta!

Este é um texto dedicado a você, estudante preguiçoso, que não se dispõe a ler um texto muito longo. Nesta breve reflexão de uma página, iremos resumir os nossos argumentos para tentar instigar você a ler (e criticar) o texto que nós realizamos na integra*. O desafio está lançado!
Palavras-chave (para facilitar a leitura!): REUNI, Projeto de Expansão, Colegiado ICHF, Assembléia Comunitária, Piquete, Estrutura de Poder.
No final do ano passado o REUNI foi imposto à UFF após uma longa luta política em que o poder constituído da universidade, ou seja, a REItoria, resolveu utilizar o braço armado do Estado para impor a sua vontade. Neste ano, o projeto de expansão do ICHF, que é nada menos do que um desdobramento do REUNI, acabou sendo imposto de forma autocrática pela direção do ICHF, que se estrutura de forma extremamente hierarquizada, reproduzindo a lógica predominante na sociedade burguesa. Diante de tal situação e da possibilidade concreta do Colegiado aprovar o projeto político pedagógico dos cursos de Antropologia e de Segurança Pública, que na prática seria a ratificação completa da aprovação de todo o projeto de expansão, a Assembléia dos Estudantes do ICHF decidiu pela realização de um piquete no dia 11 de setembro.
O piquete foi realizado e gerou um grande debate a respeito da sua legitimidade enquanto ação política. Palavras como “democracia”, “autoritarismo” e “violência” eram atiradas a esmo pelos que se colocaram contra a sua realização. A alienação das pessoas, muitas delas ignorando que o Colegiado iria votar sobre questões que se refletiriam no seu futuro na universidade, as levava a criticar o piquete sem se preocupar em conhecer os motivos de sua realização, bem como o que estava para acontecer no ICHF no dia de sua realização.
Da parte das pessoas que bancaram o piquete havia um claro entendimento de que somente com uma ação radicalizada seria possível obrigar a direção do ICHF a recuar de sua postura aristocrática, concentrando a decisão sobre o futuro do instituto nas mãos de um pequeno grupo de pessoas. Antes do piquete do último dia 11 o que tínhamos era uma situação de completa apatia política por parte de todos os setores do ICHF. A realização das Assembléias Comunitárias, que é um espaço horizontal, bem como a participação ativa dos estudantes em diversos Colegiados injetou um ânimo político até então inexistente na discussão, não só a respeito do plano de expansão ou dos cursos de Antropologia e Segurança Pública, mas também da própria estrutura de poder dentro da universidade.
Cabe lembrar que o Colegiado do ICHF não acatou nenhum ponto do que foi deliberado pela Assembléia Comunitária, somente a realização de um Seminário, mas castrou-lhe o poder de deliberação, sendo apenas indicativo. Do que adianta debater um tema, se, em última instância, quem decidirá será o próprio Colegiado do ICHF!? Repudiamos a Estrutura atual por entendermos que desta forma projetos que pautem a superação da sociedade de classes jamais serão aprovados. O que também não aconteceria necessariamente em um espaço horizontal. Mas, sem dúvida, seria um avanço.
O que se vê hoje, quando estamos às voltas com um novo piquete a mobilizar as opiniões no ICHF, é uma discussão efetiva sobre que projeto de universidade cada pessoa defende e deseja construir. Os debates nas listas de discussões, nas Assembléias Comunitárias têm servido para obrigar as pessoas, independente de segmento ou agrupamento político a que pertence, a se posicionarem sobre as estruturas de poder existente na universidade. Provocar tal debate, por si só, já torna o piquete válido como ação politizadora do processo político que está ocorrendo no ICHF.
Agora é com você...

* O mesmo será entregue aos interessados na barricada atual e nas que virão.

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