sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Nova semana de lutas

Estas últimas semanas aqui na UFF tem sido muito agitadas por conta dos processos de discussão que têm ocorrido aqui no ICHF ( Instituto de Ciências Hunamas e Filosofia ). foram uma Assembléia do ICHF, um piquete, três Assembléias Comunitárias e duas participações ativas em reuniões de Colegiado. Tudo dentro de um objetivo que para aqueles que viam nessas movimentações muito mais do que discutir planos de expansão ou obter migalhas do tipo um aumento de vagas estudantis no Colegiado, a oportunidade de se discutir o tipo de unversidade que temos e o que queremos ter daqui para frente. Essas discussões permitem que se mostre a ampla diversidade de posições, objetivos e opiniões que compõem a comunidade estudantil. Normalmente os estudantes são tratados como uma massa homegênea, mas nós do Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI temos a convicção de que isso não passa de bobagem, frequentemente utilizada pelas burocracias estudantis para não fazer um debate politizado sobre que tipo de universidade e sociedade os estudantes em seu conjunto desejam. A idéia de ter que confrontar os interesses de classe que movem muitas opiniões e atitudes dos estudantes apavora essa burocracia que não consegue viver fora dos espaços institucionais, que vive a legitimar o sistema que afirma combater ao participar das eleições burguesas sem se dispor a fazer com o eleitor um debate sério sobre a validade de tudo isso e os enganos e manipulações a que estão sujeitos. Não dá sequer para analisar essa participação dentro dos parâmetros leninistas que muitos membros dessa Esquerda Tradicional reinvindicam ao serem contestados. O que se vê é o discurso de que é necessário disputar esses Espaços Institucionais Burgueses, os parlamentos na sociedade, Colegiado do ICHF ou ou CUV ( Conselho Universitário ), no caso das unviersidades. O fato é que essa burocracia estudantil e os equivalentes dos partidos da Esquerda Tradicional acabam legitimando essa sociedade burguesa, liberal e capitalista que aí está, com essa Demcracia Liberal que dizem combater, mas que só fortalecem com suas atitudes. Quando se fala em disputar os Espaços Institucionais Burgueses, tanto na universidade quanto na sociedade, se está distorcendo o parâmetro leninista que admite a participação, não para participar, mas para denunciar esses espaços. Na verdade o que esses partidos e seus representantes na burocracia estudantil fazem mesmo é o que o professor da Universidade Estadual de Goiás, Nildo Viana, afirma em seu livro "O que são partidos políticos", trata-se de "um processo de simulação dissimulação", ou seja, simula-se um discurso para dissimular para as pessoas um objetivo. O grande problema é que a simulação e a dissimulação tende a gerar uma identificação com o processo de tal forma que com o tempo acaba ganhando ares de "verdade" e o objetivo original se perde na simples busca de manter os espaços mínimos concedidos pelo sistema liberal-burguês. Com o tempo o que se vê é o que está acontecendo agora com o PT, um partido que não tem mais projeto de sociedade, e sim um projeto de poder, em nome do qual todas as convicções são sacrificadas. Nao é nada fácil lutar contra isso, denunciar isso já é extremamente difícil. Aqui na UFF, nós do acampamento somos tachados de sectários, "esquerdistas", de fazer "picuinhas", quando procuramos evidenciar essa contradição. Infelizmente é um fato que está colocado e o nosso objetivo é nos qualificarmos para continuar essa luta.

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