quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Rescaldos da luta política no ICHF

Escrevo esse texto já sabendo do resultado do seminário que foi feito nos dois dias anteriores a respeito do plano de expansão do ICHF (Instituto de Ciências Humanas e Filosofia). No final foi aprovado o plano de expansão, a criação do curso de Antropologia, o que significa o início do fim do curso de Ciências Sociais na UFF, mas foi rejeitado o curso de Segurança Pública. Todas essas decisões vão ser levadas para o Colegiado que vai decidir hoje o que vai ser realmente aprovado. Da minha parte, enquanto membro de um movimento político, o Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI, vejo que tudo isso vai ser utilizado para justificar a política de repactuação que foi promovida pela burocracia estudantil e pela Chapa Ocupação do CAHIS. Eu creio que o Colegiado deva referendar as decisões do seminário, pois estas em nada contestam o seu direito de dar a palavra final sobre decisões que vão decidir o destino do instituto. Ao longo das diversas Assembléias Comunitárias que foram feitas neste último mês, o que se viu foram disputas de concepções, um grupo acabou se pautando por acordos dentro da estrutura para dizer que se conseguiram avanços, se o diretor do instituto, o professor Palharini, conseguir vencer as resistências do grupo que quer implantar o curso de Segurança Pública, provavelmente a rejeição do curso vai ser utilizada como plataforma para justificar a repactuação que foi feita. Da nossa parte, enquanto acampamento, bem como os outros grupos e indivíduos que participaram dessa luta para contestar a própria estrutura de poder existente na universidade, o que houve foi uma pequena concessão que foi feita, um "anel" que se deu para que mantivesse os dedos. É claro que a burocracia estudantil e acadêmica vão usar isso como uma grande vitória do movimento. Não há como negar que ainda é muito predominante entre os estudantes a visão hierarquizada de uma universidade e uma sociedade com pessoas exercendo posição de mando enquanto outras se resignam a obedecer. A idéia da representatividade também é muito forte e segue definindo a maioria das posições. Nós do acampamento, bem como os outros grupos e indivíduos que defendemos uma universidade horizontalizada em seus fóruns de decisão temos a consciência que representamos uma posição minoritária, no entanto, as lutas políticas do último mês foram registradas e serão utilizadas num documentário que estamos fazendo. Vai ser muito importante ter esse registro, tanto para divulgação como para estudo. As lutas políticas que foram travadas nessa universidade durante o último mês devem servir de acúmulo para as novas lutas que virão daqui para frente e a preservação de uma memória sobre elas é de fundamental importância nesse sentido.

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