quarta-feira, 30 de julho de 2008

Manifesto do ENEH

Quem leu postagens nesse blog sabe que eu e mais três colegas estivemos no ENEH ( Encontro Nacional dos Estudantes de História ). A parte alguns momentos de descontração, como o meu "batismo" na "Babilônia", um dos muitos momentos festivos do evento, o nosso objetivo lá era continuar a nossa luta política aqui na UFF, divulgando-a para os estudantes de outras universidades. Podemos dizer que uma das melhores consequencias desse trabalho foram os contatos que estabelecemos por lá e que nos permitiram construir, junto com outros estudantes de diversas universidades um panfleto onde procuramos tomar posição sobre uma série de acontecimentos que ocorreram durante o ENEH. O resultado dessa construção esta aí embaixo. Eu só espero que não fique apenas nisso e novos contatos ocorram.


MANIFESTO DOS ESTUDANTES AUTÔNOMOS ( EM CONSTRUÇÃO )

O movimento estudantil vive uma crise ou é a crise que vive no movimento estudantil? O ENEH é emblemático para compreendermos este processo. A estrutura verticalizada da organização do evento, mesmo bem intencionada, distancia e também desresponsabiliza a participação dos estudantes, fortalecendo a passividade politica, engendrando uma relação onde um grupo produz o evento e outro o consome. Essa relação beneficia os gestores de estudantes, vanguardas de “iluminados” que usa o Movimento Estudantil como escola de formação partidária. A representatividade, ou seja, os autoritários modelos de dirigentes X dirigidos, traduzidos em eleições de CA' s e DCE' s, desresponsabilizam os estudantes dos rumos do movimento e criam as figuras dos “profissionais da política”, deseducando e eliminando a política como prática cotidiana.
As ocupações de reitoria como as da UFF, UFRJ, USP, UFPE, entre outras, demonstraram que a vanguarda do atraso ( FOE, CONLUTE, etc. ), radical e revolucionária no discurso, mostrou-se oportunista e conservadora na prática, travando o movimento ou abandonando a luta.
Esses grupos, orientados por modelos criados no interior de partidos políticos, não conseguem aceitar lutas independentes, ou que busquem se auto-organizar sem hierarquias e não pautados por marcos institucionais burocráticos. Tais setores burocratizados tentam nos convencer que o problemas do Movimento Estudantil, incluindo a fraca participação dos estudantes, seria uma crise de conjuntura ou direção. No entanto, acreditamos que a crise é de concepção de movimento. A partidarização é o problema e não a solução. É preciso deixar claro que entendemos como partido os grupos que, institucionais ou não, se organizam de forma hierárquica, burocrática e que sejam pautados pela representatividade. Porém, não podemos insentar de responsabilidade os estudantes que se afastam de toda a atividade política e encaram a universidade como um espaço de trampolim econômico ou mero ganho de status. Vide os estudantes que consomem o ENEH e aproveitam o paraíso de néon e turismo proporcionado pelas emolas do capitalismo.
Propomos um Movimento Estudantil autônomo, horizontal, classista e que lute junto aos movimentos sociais. Entretanto, isso não será conseguido mediante o aparelhamento de entidades, com congressos de cartas marcadas, pretensamente democráticos, mas apenas com a mobilização e a auto-organização dos estudantes que tenham fôlego para a luta, insatisfeitos com o imobilismo e a burocracia.
Quanto ao ato que está sendo puxado nesse ENEH, é preciso entendê-lo no seu verdadeiro sentido. Independente da legitimidade de suas pautas, o fato de estar inserido num evento qu vem adquirindo um caráter turístico pode torná-lo um mero passeio, parte de uma tradição dos encontros e na maioria das vezes o tema do ato não é debatido anteriormente para que haja um posicionamento consciente dos participantes, tornando-se despolitizante e perdendo o real objetivo de enfrentamento. Buscar entender o verdadeiro sentido desse ato faz parte de uma tentativa mais ampla de se entender o próprio significado da crise do Movimento Estudatil.

Construa essa idéia conosco: estudantesautonomos@yahoogrupos.com.br

3 comentários:

Mr. Durden Poulain disse...

Marcus... lembra de mim? rafael, da farj, história-eneh... ufrj, banquinha de livros... enfim...

Vamos manter este contato... o grupo de discussões está meio parado... espero que as coisas andem...

Queria convidar vocês do AMJL para um evento que vai rolar no CCS e aí a gente podia continuar aquelas conversas políticas...

Um forte abraço!!

Marcos F. Luder disse...

Fala aí Rafael, quem ficou de fazer a lista de e-mails foi o Zé e eu até hoje não fui adicionado, falei com ele hoje sobre isso e ele prometeu resolver, acho que esse problema está acontecendo com mais gente, de qualquer forma fico feliz pelo seu contato, é importante mesmo que ele não se perca.
Um abraço do Marcos

Marcos F. Luder disse...
Este comentário foi removido pelo autor.