terça-feira, 23 de setembro de 2008

Assembléia do ICHF

Na última quinta-feira foi realizada uma Assembléia Comunitária no ICHF ( Instituto de Ciências Humanas e Filosofia ). Tratou-se do desdobramento do piquete que foi feito na semana anterior para combater a forma como foi feito o projeto de expansão do instituto pelo seu colegiado. Na verdade, a luta que levou até aquela assembléia tem muitos matizes, entre os que se dispuseram a fazê-la estão colocados diferentes maneiras de ver a universidade e as lutas políticas a serem levadas adiante dentro dela. Entre os que fizeram a luta pelo piquete estão pessoas que votaram contra o mesmo na Assembléia dos estudantes do ICHF. O piquete foi muito criticado como sendo incapaz de trazer os estudantes para a luta contra o REUNI e a maneira como as decisões que envolvem a universidade são tomadas. Um conjunto expressivo de estudantes não se dispõem mais a aceitar isso, mas é claro que mesmo entre estes existem diferentes concepções de universidade e sociedade. Essas diferenças ficam evidentes quando estas pessoas se posicionam nas assembléias e atos políticos. Eu faço parte de um grupo que defende uma concepção horizontalizada de universidade e sociedade, é claro que não temos ilusão de que essa concepção vai ser adotada dentro da realidade de uma sociedade capitalista. O que entendemos é que o processo que foi desencadeado a partir da luta política que está ocorrendo no ICHF tem um efeito pedagógico, não temos a ilusão de mudar a universidade e a sociedade, mas sabemos que só será possível disputar a consciência das pessoas que se dispuseram a lutar por uma universidade e uma sociedade diferente. Não temos a ilusão de que todos na universidade querem isso. A universidade e seus integrantes tem concepções diferentes, interesses de classe e projetos de vida diferenciado. Achar que é possível unir a todos num projeto comum é uma ilusão pós-moderna, que membros da burocracia estudantil representada por coletivos como o “Nós Não Vamos Pagar Nada” tentam vender como forma de frear toda luta política radicalizada. Algumas falas na Assembléia Comunitária definem bem isso, algumas tentaram induzir as pessoas ao erro ao utilizar um exemplo de voto universal para defender o voto paritário, ou quando um membro do PC do B utilizando o nome de Marx para falar em convencimento e conciliação de classe. A Assembléia Comunitária não teve um começo promissor, pois a nossa proposta de que todos os presentes tivessem direito a voz e voto foi derrotada por uma concepção que repete os piores defeitos da nossa atual sociedade, essa idéia de diferenciação entre pessoas que deveriam se tratar como iguais, essa política do “cada um por si”. Felizmente o desdobramento permitiu que uma proposta de luta política efetiva foi aprovada e agora temos um ato no dia da próxima reunião de colegiado, na terça-feira que vem para tentar aprovar a proposta de um seminário onde um novo plano de expansão que efetivamente se contraponha ao REUNI seja definido. Será uma luta muito importante e poderá definir o tipo de universidade que teremos daqui a alguns anos, o mais importante porém, são as lições que poderão ser tiradas dessa luta política. O acúmulo que permitirá às gerações que vierem depois de nós continuar essa luta por uma nova universidade e sociedade.

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