terça-feira, 2 de setembro de 2008

Visões de universidade

Na semana anterior eu entrei numa polêmica na lista de e-mails do meu curso de História aqui da UFF. Essa polêmica se deu porque eu postei uma mensagem na lista contestando a avaliação que havia sido feita numa outra postagem por um militante do coletivo "Nós Não Vamos Pagar Nada". Qualquer um que for ler as postagens mais antigas desse blog sabe que eu faço parte de um movimento político na UFF que vive entrando em confronto com o "Paga Nada" por conta de uma série de diferenças, tanto em termos ideológicos quanto táticos. No caso da lista de e-mail, eu contestei a avaliação que o militante do outro grupo fez sobre o último Conselho Universitário ( CUV ), onde este falou de uma série de "vitórias do movimento estudantil". Eu tratei de pontuar que o que ele chama de vitória não passavam de concessões feitas pela reitoria da UFF e que nada mudava a estrutura de poder na universidade ou a implantação por parte da gestão do atual REItor de seu projeto de universidade totalmente mercantilizado. Não preciso dizer que a resposta foi imediata e bem dura, como abordagens desqualificadoras sobre o movimento de luta do Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI, que eu tive que rebater. O que mais lamentei na verdade foi o fato de só nós dois termos debatido, tal como aconteceu no CUV apenas uma pequena minoria de pessoas tem se manifestado em relação ao que está acontecendo na UFF, e quando o faz se limita ao seu curso ou instituto, tal como aconteceu ontem aqui no ICHF ( Instituto de Ciências Humanas e Filosofia ) da UFF. Aqui está havendo uma polêmica a respeito do plano de expansão vinculado às metas do REUNI e também sobre um polêmico curso de Segurança Pública que estão querendo implantar, tendo de quebra uma nova tentativa de implantar também o ensino à distância. Infelizmente a grande maioria dos estudantes da universidade ainda está presa a uma série de lógicas que favorecem ao modelo dominante de sociedade, que por sua vez, só favorece ao projeto de universidade que a atual REItoria quer implantar: uns estudantes não conseguem enchergar a universidade como um todo, ficam limitados ao seu curso ou instituto, outros, vinculados a partidos políticos institucionalizados, preferem disputar os espaços institucionais burgueses, no caso da UFF, o CUV, e dentro das regras existentes nesse espaço, que foram feitas para garantir o poder aos grupos dominantes; a maioria, entretanto, segue omissa e apática, isso sem falar nos que aplaudem o projeto de universidade do REItor. Da nossa parte, seguiremos na luta, pautando as contradições e buscando afirmar o nosso projeto de uma universidade voltada para toda a sociedade e principalmente para o proletariado, enfim defenderemos um projeto classista dentro da UFF, pois esse é o caminho da afirmação por parte dos históricamente oprimidos.

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