segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Ato político no ICHF 2

Os jornais do dia seguinte ao piquete que fechou o ICHF no dia 11 mostram que a desconfiança em relação a mídia burguesa é sempre fundada em situações concretas. A cobertura dessa mesma mídia acabam quase sempre com declarações dadas por pessoas que se dispõe a participar dos movimentos sociais sendo deturpadas em nome de um processo de criminalização desses movimentos. É o que sempre acontece quando estes se colocam contra a ordem vigente e advogam mudanças a partir de atos radicalizados, sem se pautar por movimentações na instâncias burocráticas. Ao longo dos quase dois anos que estivemos acampados no campus do Gragoatá, nós do Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI passamos por situações análogas. Já fomos acusados de ter roubado energia elétrica da universidade, quando o ponto de luz que tínhamos fora instalado pela própria instituição. Um ativista nosso teve uma declaração falsificada, pois no jornal que o entrevistou publicou que este defendia a construção da moradia, pois era uma forma de economizar para poder fazer um dos cursos pagos oferecidos pela UFF. Esses são exemplos que nos ajudam a entender as reportagens do dia seguinte ao ato no ICHF. As reportagens insistiam em afirmar que o nosso único intuito era ser contra o curso de Segurança Pública, quando estamos lutando por algo muito maior. O principal objetivo do ato foi contestar a própria maneira como as decisões são tomadas na universidade, sem se preocupar em conhecer a opinião daqueles que vão ser mais afetados por essas mesmas decisões. Essa luta que vai continuar na quinta-feira, na Assembléia Comunitária tem por objetivo criar um contra-poder dentro da UFF. O nosso objetivo é dar início a um processo de contestação do paradigma hierárquico de tomada de decisões na UFF. A nossa luta tem por objetivo colocar em evidência um novo paradigma, onde a hierarquia seja substituída pela responsabilização consciente de todos os que desejam construir uma universidade voltada para a sociedade e não para o mercado

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