quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Assistência estudantil na UFF

Eu entrei na UFF em 2005 e logo em meu segundo dia aqui fui procurar o setor que cuida das questões de assistência social na universidade. A minha maior preocupação era como eu poderia me arranjar na cidade, pois não tinha condições de alugar um quarto e não dava para pagar passagem todo dia. Infelizmente eu não obtive qualquer ajuda nesse sentido, tudo o que a assistente social fez foi me mostrar uma listagem de pensões onde eu poderia ficar. Na época eu já tinha ouvido falar vagamente da Casa do Estudante Fluminense ( CEF ), no entanto, a assistente social não falou sobre ela, embora soubesse de sua existência, pois a UFF já tinha uma longa relação de assitência com os moradores, uma vez que quase todos eram da universidade. Esse tipo de descaso já dá uma boa amostra de como a questão da assistência estudantil é tratada na universidade. Felizmente eu cheguei até a CEF por conta própria e isso foi fundamental para que eu permanecesse na UFF. Até hoje a universidade não deu um passo efetivo na construção da moradia estudantil embora esta já tenha sido aprovada no Conselho Universitário ( CUV ) pelo menos três vezes. Infelizmente esse tipo de situação tornou-se cíclica na UFF; de início o movimento estudantil consegue mobilizar a comunidade universitária para a pauta da moradia, a reitoria sente-se pressionada e aprova a sua construção, promessas são feitas, projetos são anunciados, mas é só o movimento diminuir a pressão que nada mais é feito. A primeira vez que isso aconteceu foi antes mesmo de eu entrar na universidade, a moradia foi aprovada no CUV em 2003, após uma mobilização liderado pelo Fórum de Luta pela Moradia Estudantil, um órgão formado por pessoas que estavam cansadas da omissão das correntes políticas tradicionais em relação a essa pauta, é claro que essas mesmas correntes acabaram pegando carona no movimento, entretanto, nada saiu do papel. Nas duas últimas vezes em que houve a aprovação, em 2007 e no início de 2008, chegaram a constituir comissões para discutir como a moradia sairia do papel, eu participei da última e colocaram-se prazos para a licitação do projeto e da obra, mas a situação voltou a se repetir. É sempre o mesmo problema, pois a moradia só vai sair do papel se houver uma mobilização permanente contra a reitoria, mas o nosso triste movimento estudantil ainda está por demais preso na lógica institucional, se foi aprovada e se implantou uma comissão então está tudo certo, não é preciso fazer mais nada além de esperar. Enquanto essa lógica prevalecer as coisas vão continuar do mesmo jeito e a moradia não vai sair.

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