segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A UNE sem máscara

Estou postando esse texto que peguei na lista de email do CAHIS-UFF, pois creio ser importante divulgar o acontecido para acabar de vez com as ilusões dos que ainda se apegam idealisticamente a uma entidade que já perdeu qualquer razão de ser, e para tirar também os argumentos que se mantem lá por puro oportunismo.

Em menos de 24 horas a UJS/PC do B recebe seu pagamento do Governo Federal

Otávio Luiz Machado





Aproxima-se o momento da maior troca política na história recente da
República. Em menos de 24 horas, o Governo Lula irá pagar a conta pelos bons
serviços prestados pela União Juventude Socialista (UJS) do Partido
Comunista do Brasil (PC do B) ao Governo Federal nos últimos seis anos.

Como sempre, a justificativa precisa ser muito boa. E os preparativos,
também. Não foi por acaso que a UNE tem realizado uma série de atividades
nos últimos meses buscando aproximar-se dos estudantes, bem como o Ministro
da (In) Justiça Tarso Genro, cujos factóides em torno dos crimes de tortura
promovidos pela ditadura civil-militar asfaltaram o terreno que faltava para
a mais nova modalidade de pagamento de dívida política no nosso país.

A direção da UNE tem trabalhado para o Governo Federal – e não para os
estudantes – até o último momento. No protesto de um ou dois membros direção
da UNE, no dia 07 de agosto em frente ao Clube Militar, o que se leu: "Total
apoio às ações dos Ministros Tarso Genro e Paulo Vanucchi". Mais uma vez a
direção da entidade foi defender o governo e não os interesses do país.

Para quem acompanha de perto, o que se viu não trouxe novidades
nenhuma. No outro factóide da UNE, no dia 19 de junho, quando se pedia uma
nova política econômica, a queda dos juros e a saída do Presidente do Banco
Central (Henrique Meirelles) com o intuito de apresentar uma entidade que
critica o Governo Federal (Veja matéria em
http://www.une.org.br/home3/movimento_estudantil/movimento_estudantil_2007/m_
12748.html).


A entidade foi desmascarada mais uma vez, porque no encontro da direção da
UNE com Lula no dia 23 de julho, a "reivindicação" sequer entrou em pauta,
pois foram tratados somente o seguinte: 1) Apoio de R$40 milhões do Governo
Federal para a construção de um prédio de 13 andares para a sede da UJS/PC
do B (mas com argumento que seria para uma entidade nacional dos
estudantes). A "reivindicação foi prontamente atendida; 2) Desnacionalização
da educação. Não foi sequer considerada pelo Governo Federal. A direção da
UNE aceitou calada; 3) Projeto Rondon: é um projeto do Governo Federal. A
UNE continuará "colaborando"; 4) ½ entrada: A UNE quer faturar em cima de
tal direito. Foi encaminhada a proposta junto ao Governo Federal.

Tal postura colaboracionista da direção da UNE não é nova. Só
algumas curiosidades. Enquanto a atual Presidente da UNE foi as ruas para
demonstrar alguma coisa para iludir os estudantes, mas foi desmascarada na
hora H, o ex-Presidente da entidade Gustavo Petta foi pior ainda. Depois de
perseguir os estudantes que ocuparam a USP em 2007, o mesmo ainda tentou ir
no vácuo do movimento autentico e propôs que a UNE também ocupasse reitorias
em tom de apoio à ocupação. Tudo depois que a ocupação foi bem sucedida.

Mas o "coitado" foi rapidamente desmascarado. Um dia antes de divulgar o
chamado "*Dia Nacional de Mobilização nas Universidades Pública", no dia 30
de maio de 2007, Gustavo Petta foi se encontrar com o Presidente Lula. Ou
seja, foi pedir autorização do Presidente para o ato que atingiria o Governo
Federal, o que nenhum líder estudantil sensato faria, pois primeiro faz o
protesto, reivindica e depois vai se encontrar com o Presidente buscando
soluções. Mas entidade chapa-branca não age assim (Veja agenda presidencial
em *http://www.info.planalto.gov.br/download/Agenda_Trabalho/300507.doc).



Dois dias antes, o então Presidente da UNE, o Senhor Gustavo Petta, passava
por constrangimento, conforme a seguinte matéria:



"Nesta segunda-feira (28/05) o presidente da União Nacional dos Estudantes
(Une), Gustavo Petta, passou por um constrangimento público na Universidade
Federal de Alagoas (Ufal) e viu o quão desgastado está seu discurso político
(reformista e fajuto) com a base do Movimento Estudantil (ME) (ver em
http://dacsufpe.blogspot.com/2007_05_31_archive.html).



A cara do Gustavo Petta poderá ser vista aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=cwfTY__LYUE



Mais uma vez a farsa da UNE não deu certo, pois o que queriam:

* *

"Em defesa da educação e para garantir o acesso e melhores condições de
ensino para todos, a União Nacional dos Estudantes convoca para a próxima
quarta-feira, 6 de junho, o *"Dia Nacional de Mobilização nas Universidades
Públicas"" *(
http://www.une.org.br/home3/movimento_estudantil/movimento_estudantil_2007/m_
9337.html )



E o que se viu? A UNE partindo para cima dos estudantes que
pretendem debater uma reforma universitária para o país. Foi mais um
episódio criado pela direção da UNE para não fazer nada para o movimento
estudantil e impedir que outros movimentos façam alguma coisa.

Na onda dos recursos públicos liberado as "milhões" pelo Governo Federal ao
grupo da UJS/PC do B que tomou conta da UNE, é natural que a qualquer
momento ocorra a suspensão dos repasses de recursos públicos, pois a
entidade precisará explicar muito sobre o que foi feito com os R$2,3 milhões
patrocinados pelo Governo Federal via Petrobras com o projeto "História da
UNE". Tal projeto em nenhum momento se manifestou a favor da abertura dos
arquivos da ditadura e a punição aos torturadores, porque comprometeria o
Governo Lula. Nada se fez e nada se falou em interesse do país.



Por fim, atitudes como o da direção da UNE e do Ministro Tarso Genro não
colaboram com a democracia, não contribui para a abertura dos arquivos da
ditadura e apenas gera propaganda para si próprios.

Reconstituir a história da ditadura civil-militar exige paciência, trabalho
de formiguinha e muita criatividade. Não é com provocações aos militares,
com palavras de ordem e com factóides ministeriais que iremos mostrar ao
povo brasileiro a face mais cruel da ditadura.

Estranhamente tal assunto veio a tona quando "democraticamente" o Governo
Lula irá repassar cerca de R$30 milhões à UNE. Foi preciso montar um circo
para tal palhaçada. E só usando os seres humanos que lutaram, foram
torturados, assassinados ou trucidados pela máquina da morte.

Porém, no caso de um projeto da UNE, que foi realizado em parceria com a
Fundação Roberto Marinho, cujo título é "História da UNE" (ou geralmente
chamado de Memória do Movimento Estudantil), na análise do produto final do
mesmo – o livro "Memórias estudantis: da fundação da UNE aos nossos dias"
(de Maria Paula de Araújo, 2007) – está muito claro o quanto a entidade
deixou de contemplar a história do movimento estudantil brasileiro a partir
da UNE para relacioná-la apenas aos interesses atuais do PC do B na direção
da entidade.

Ao buscar dar publicidade ao próprio projeto da Globo com a
UNE, ao grupo que comanda a entidade há vários anos e não à história da UNE
de fato, o que indica mais uma vez o monopólio de toda a história do
movimento estudantil de forma muito estranha. Eis a explicação da autora
logo no início:



"Este livro pretende recuperar um pouco dessa história e dessa memória
recorrendo, de um lado, ao amplo acervo de depoimentos de antigos e atuais
militantes e dirigentes da entidade, coletados e organizados pela equipe do
Projeto Memória do Movimento Estudantil; e, de outro, à historiografia mais
recente, que discute a história do Brasil contemporâneo e o papel dos
estudantes nessa história" (Araújo, 2007, p. 18).



Num livro que traz como subtítulo "da fundação da UNE aos nossos
dias", cremos que a eliminação de estudos clássicos sobre a história da UNE
é algo muito sério, sobretudo com a valorização extremamente positiva do
Governo Lula e totalmente desfavorável aos seus antecessores. É o caso da
Gestão Itamar Franco, que não apareceu nem na parte chamada "pequena
Cronologia da História da UNE". E muito menos citou-se o trabalho de Itamar
Franco na devolução do antigo terreno da sede da UNE, o apoio à
reconstituição histórica do movimento estudantil com o livro "UNE:
reencontro do Brasil com sua juventude" .

A autora também deixou de recorrer aos acervos do PROEDES (UFRJ)
– apoiando-se apenas nas fontes secundárias dos livros produzidos por sua
coordenadora. Também não utilizou o rico acervo de entrevistas do CPDOC /FGV
(Rio de Janeiro), que guarda relevantes entrevistas de José Talarico (que
vivenciou os primeiros tempos da UNE), de Roberto Gusmão (Presidente da UNE
em 1947) e de tantos outros. Nem fez mérito ao acervo do Edgar Leuenroth
(Unicamp), sem falar nas inúmeras teses, dissertações e monografias
produzidas a partir das universidades. Centrou as imagens do livro em sua
brutal maioria nos arquivos no Rio de Janeiro (sobretudo do Jornal O Globo),
omitindo imagens fantásticas de jornais como Folha de S. Paulo, o Estado de
S. Paulo, Estado de Minas, Jornal do Commercio (Recife) e tantas outras
referências.
O mais impressionante é o descaso com as fontes, pois a autora
abandona autores e fontes preciosíssimas da própria história da UNE, como o
livro de depoimentos publicado por Jalusa Barcelos, o livro "UNE: Reencontro
do Brasil com a sua Juventude", o "História da UNE" (Nilton Santos) e o
trabalho precioso de Dulles que trata da história da Fundação da UNE,
também. Com tal atitude, o projeto da UNE/FRM quis apenas mostrar que os
seus produtos são originais e os melhores já produzidos no Brasil. Ao buscar
fugir do formato acadêmico, onde o debate, o compartilhamento de saberes e o
rigor técnico são próprios da produção do conhecimento, a UNE/FRM também em
nada ajuda a contribuir com um dos princípios das Diretrizes originais do
Programa Memória do Mundo da Unesco, que é o de garantir o acesso universal
e lutar pela preservação dos documentos. Quando é dada publicidade a um
conjunto documental raro – que consideramos tratar quando falamos do
movimento estudantil – se está contribuindo para alertar governos e a
sociedade de modo geral quanto aos riscos de perda e de sua importância como
patrimônio documental.

A própria parceria de setores do movimento estudantil com a Rede Globo é
questionável, pois as organizações do jornalista Roberto Marinho
historicamente combateu o movimento estudantil e tantos outros movimentos
que lutavam contra a ditadura civil-militar. Pois a Globo tratou a UNE
durante a ditadura como "Ex-UNE", os militantes como "terroristas" e a
militância política como "subversão". É a mesma empresa que apoiou a
ditadura, que não divulgou os primeiros momentos da campanha pelas
"Diretas" e deu um golpe na redemocratização do país ao tornar a campanha
de 89 como uma nova chance das elites do País de continuar no poder com a
vitória do empresário Collor contra o operário Lula. ou ainda ressaltar a
cobertura da Globo no movimento dos "cara-pintada" e na queda de Collor, que
sobrevalorizou a contribuição do movimento estudantil justamente como
argumento conveniente para as elites, pois com essa versão da história
retira-se a imagem do reacionarismo histórico de nossas elites. Retira a
imagem de que a elite é golpista e que sempre tem o interesse de derrubar
presidentes eleitos na hora que quiser.

Por tais motivos muitos jovens brasileiros protestaram na
PUC-SP quando da ocorrência de um seminário do projeto da UNE/Rede Globo
por lá. A direção da UNE também não consultou suas bases quando da
realização da parceria, o que gerou reação através de várias reclamações
apresentadas nos congressos da entidade. Obviamente nunca considerados ou
debatidos entre a direção da UNE e base estudantil. Em qualquer projeto de
pesquisa é fundamental a escolha dos parceiros.

Outro aspecto é a escolha das fontes. No caso dos depoimentos,
a escolha das pessoas que serão entrevistadas ocorre em função dos
objetivos claros e definidos do projeto. É para se questionar que, ao se
gastar tempo e recursos para entrevistar depoentes que porventura seriam
importantes para a "história da UNE", o projeto tenha escolhido os
ex-presidentes que estiveram recentemente na UNE: Gustavo Petta (Presidiu a
entidade entre 2003 e 2007), Felipe Maia (2001-2003), Wadson Ribeiro
(1999-2001), Ricardo Capelli (1997-1999), Orlando Silva Júnior (1995-1997),
Fernando Gusmão (1993-1995). Ou ainda Mauro Guimarães Panzera, que foi
presidente da UBES em 1990, bem como Felipe Chiarello, o presidente da
Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) de 1999 a 2001, que também
participou de campanhas contra o corte de bolsas do Programa de Educação
Tutorial, juntamente com a Coordenadora Técnica do Projeto da UNE/Rede
Globo, Angélica Muller.

O mais enigmático dos entrevistados "selecionados" é Marcelo
Britto da Silva, o Gavião, que foi Presidente da União Juventude Socialista
(UJS) em 2007 e da UBES em anos anteriores, que garantiu mais uma vez a
continuidade do PC do B na direção da UNE, pois para ele, "a UJS é uma
entidade que tem uma responsabilidade para com a UNE muito grande. Tratamos
a entidade com muito carinho e atenção no cotidiano do conjunto da nossa
militância".

Mas é importante questionar se a entrada de tais depoentes seria em função
de uma possível que teriam com o PC do B ou com a sua União Juventude
Socialista (UJS), levando-se em consideração que nada possuem de
contribuição para a reconstituição da história da UNE. Nesse aspecto o
projeto UNE/Globo peca sensivelmente. Além do fato da instrumentalização do
esquecimento, o projeto da UNE/FRM está mais ligado à instrumentalização
política da história.

Como alguns autores já trataram, a instrumentalização do esquecimento é uma
arma política contra as democracias. Apoiando-se no projeto da UNE/Globo, o
passado é utilizado pela direção do PC do B na UNE para massacrar o que
pesquisadores, instituições e o próprio país têm produzido em termos de
história do movimento estudantil.
Ademais, a UNE ao associar-se à Rede Globo, também pautou-se no
desperdício dos recursos públicos pois: 1) A produção em vídeo acabou
beneficiando muito mais a parceira do que a UNE, pois se montou um acervo
importante para novos produtos da empresa; 2) O apoio da Globo ao projeto
foi reduzido, pois não doou muito sua estrutura ao projeto; 4) como é
próprio da televisão apenas nomes consagrados vão para a telinha; 5) E nomes
consagrados não produzem novidades, pois já falaram milhares de vezes em
tantos e tantos veículos.

Um outro aspecto foi a estranha campanha de arrecadação de documentos da
UNE, bem como o levantamento feito visando a produção de um guia de fontes,
que o projeto UNE/FRM divulgou a todo canto que daria publicidade às fontes
existentes e contribuiria para o acesso as mesmas.

Por fim, o que mais chamou a atenção do Projeto "História da
UNE" foi o obscurecimento ao invés de um maior esclarecimento sobre a data
de criação da UNE, pois o Projeto sempre recorreu a alguns argumentos pouco
convincentes. Se tivessem consultado realmente os novos estudos sobre o
movimento estudantil poderia ter refletido um pouco melhor sobre a origem da
UNE. E não ficaria nos argumentos vazios apresentados.

Ademais, a própria Coordenadora Técnica do Projeto MME, Angélica Muller, que
inclusive produziu dissertação de mestrado que passa pela origem da UNE e é
clara que a UNE faria 70 anos em dezembro de 2008, tem seu próprio trabalho
sumido de tudo que o projeto da UNE produziu. É frustrante a omissão da
autora diante da história oficial da UNE, a entidade que encomendou o
projeto MME à Fundação da Rede Globo.A partir daí, cremos que o marketing
dos 70 anos da UNE foi a forma encontrada para a captação de recursos
públicos aos milhões, pois a UNE sequer estudou as conclusões do Projeto MME
sobre a data correta de fundação da UNE. A Coordenadora Técnica do Projeto
afirmou à Revista de História da Biblioteca Nacional que a UNE foi fundada
oficialmente em 1938. Ao ser questionada sobre o pôrque da UNE divulgar que
a data de fundação foi agosto de 1937, Muller novamente confirma a data da
criação, mas sem questionar a data fictícia da entidade:



"Porque naquele ano a Casa do Estudante do Brasil, no Rio de Janeiro, criou
o Conselho Nacional de Estudantes. Foi, de fato, a principal origem da UNE,
mas, pelo seu estatuto, o Conselho não podia ter fins políticos. Inclusive
proibia os membros de abordar assuntos políticos. Quando houve o Segundo
Congresso Nacional dos Estudantes, em dezembro de 1938, militantes do
Partido Comunista já haviam tomado conta do Conselho e conseguiram aprovar
uma pauta explicitamente política. Com isso, deram outro perfil à iniciativa
e propuseram a criação de um novo órgão: a União Nacional dos Estudantes do
Brasil. A carta-circular que menciona a UNE pela primeira vez é datada de
dezembro de 1938" (
http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1089).



Da história da Fundação da UNE, é lamentável que um único nome
que ali não se trabalhou adequadamente foi o de Antônio de Franca, sobretudo
no que se refere ao tema da sua tese apresentada ao II Congresso da UNE: a
"criação da UNE". Que são questões já exploradas em trabalhos de fôlego como
os de Arthur José Poerner (O Poder Jovem) e John Dulles (A Faculdade de
Direito de São Paulo e a Resistência Anti-Vargas: 1938-1945).

Um outro aspecto a considerar é o seguinte: um projeto sobre o
movimento estudantil que não seja devidamente debatido perde sua
legitimidade perante os futuros leitores, sobretudo quando tal projeto é
financiado com recursos públicos. O interesse público precisa ser
considerado quando o Estado investe seus recursos em entidades privadas.

* Dos recursos arrecadados ou solicitados pela UNE nos últimos
anos, inclui-se basicamente recursos de estatais e de emendas
parlamentares. Só ao projeto "Memória do Movimento Estudantil -
complementação" foram solicitados *R$1.586.700,00. Em outro projeto,
intitulado "Pesquisa Cultura na UNE: 1999 a 2007", o valor foi de
*R$*351.210,00.
O projeto "Atividade de Cultura e Arte da UNE" foi o mais interessante, pois
arrecadou cerca de R$1.875.902 apenas de emendas parlamentares. Só o Projeto
"História da UNE" (ou Memória do Movimento Estudantil ) já consumiu R$2,3
milhões de recursos patrocinados pela Petrobras via incentivo fiscal.

O projeto sobre a história do movimento estudantil que
recentemente a UNE aguarda recursos intitula-se "Sempre Jovem Sexagenária",
cujo objetivo é o seguinte: "recuperar e organizar as informações sobre a
história, através do levantamento de dados, organização de um acervo de
documentos, coleta de depoimentos orais de ex-militantes, pretende ainda
publicar um livro e um documentário, objetivando desenvolver a arte em geral
envolvendo a área da
leitura"[1]gpk#_ftn1> .

Com valores de emendas ao tesouro feitas por parlamentares e totalizam
R$650.000,00, que a nova investida da direção da UNE sobre mais um projeto
de história da UNE surge. As emendas foram dos seguintes deputados do PC do
B: Alice Portugal (R$ 200.000,00); Inácio Arruda (R$ 200.000,00) e; Renildo
Calheiros (R$ 250.000,00).

É com base no destino que o PC do B está dando aos mais de R$4,5 milhões
obtidos e exigidos do Estado para a reconstituição histórica da UNE, por
meio do Projeto "História da U.N.E.", que apoiamos nossos argumentos, pois
não se produziu nada de significativo para a cultura brasileira. O maior
beneficiário foi o PC do B, que centrou o projeto no registro e na
sobrevalorização das últimas gestões do grupo no controle da UNE, e na
propaganda de defesa do Governo Lula e dos seus próprios interesses de
arrecadação de recursos públicos eternamente. E o pior: manipulou dados
históricos adequando-os aos interesses do PC do B.

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