segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Mais um REItor que cai

DENÚNCIAS LEVAM REITOR DA UNIFESP A DEIXAR O CARGO

Pedido de demissão foi feito na manhã desta segunda ao ministro da Educação.
Fagundes Neto teria usado o cartão corporativo para pagar despesas pessoais

Denúncias de irregularidades levaram o reitor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ulysses Fagundes Neto, a deixar o cargo. O pedido de demissão foi feito na manhã desta segunda-feira (25) ao ministro da Educação, Fernando Haddad. Ele é acusado de ter feito viagens internacionais não autorizadas. Ulysses Neto teria usado o cartão corporativo para pagar despesas pessoais, como compra de barbeador e escova de cabelo por R$ 300, além de hospedagens em hotéis de luxo na Europa. Entre 2006 e 2007 foram, ao todo, treze viagens para fora do Brasil. O Tribunal de Contas da União constatou que os gastos ilegais chegaram a quase R$ 230 mil, por meio de um relatório de 58 páginas. O reitor diz que reembolsou à universidade os gastos considerados pessoais. O Ministério da Educação (MEC) divulgou nota na qual confirma o pedido de demissão de Fagundes Neto. Segundo o documento, o vice-reitor Sérgio Tufik passa a responder interinamente e tem 60 dias para realizar o processo de escolha do novo reitor.

"O Ministério da Educação espera que no tempo regimental a instituição informe o nome do novo dirigente, de acordo com os princípios da autonomia universitária", afirma a nota.

A Unifesp informou que desconhece o relatório e que todas as viagens internacionais de Fagundes Neto foram de interesse da universidade. O Conselho Universitário ainda vai decidir se convoca uma nova eleição ou se passa o cargo para o vice-reitor.

REITOR DA UNB TAMBÉM RENUNCIOU

Este ano, o então reitor da Universidade de Brasília (UnB), Timothy Mulholland, também renunciou por suspeitas de irregularidades com o uso do dinheiro público. Em abril, sob protestos de estudantes, o gestor comunicou a renúncia ao ministro da Educação. Mulholland estava sob pressão desde que a relação entre a universidade e a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), ligada à UnB, foi questionada pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDF). O MPDF acusou a Finatec de ter financiado, com recursos públicos, a reforma de um apartamento funcional, até então usado por Mulholland, bem como a compra de móveis e utensílios domésticos. O valor do gasto: R$ 470 mil, segundo o MPDF - sendo R$ 1 mil para uma lixeira. A UnB diz que o gasto não ultrapassou os R$ 350 mil.


COMENTO: É isso aí. Casos como esse já deviam estar acontecendo a muito tempo, mas somente agora é que começam a vir a público. Recentemente nós do acampamento entramos com um pedido de esclarecimento no Ministério Público Federal (MPF) de
Niterói sobre irregularidades que também estariam acontecendo na UFF, tanto no que diz respeito a FEC (Fundação Euclides da Cunha) quanto na própria administração da UFF. É claro que não dá para contar com os caminhos institucionais para mudar a unversidade da maneira como queremos. A queda do reitor da UNB ou da UNIFESP apenas significa uma "troca de guardas". A estrutura de poder dessas universidades continuarão as mesmas, e aqui na UFF, ou em qualquer universidade, não será diferente. A campanha que estamos tocando aqui na UFF, FORA SALLES! O CUV NÃO NOS REPRESENTA! PELA CONSTRUÇÃO DA ASSEMBLÉIA COMUNITÁRIA NA UFF JÁ! busca exatamente romper com os paradigmas institucionais da universidade pública, é claro que a universidade não está descolada da sociedade em que vivemos e a nossa campanha é também um chamado para o desenvolvimmento de uma consciência a respeito de que tipo de sociedade nós queremos. Temos clareza de que uma mudança na universidade também não pode prescindir de uma mudança também na sociedade em geral, mas também estamos conscientes de que essa mudança só vai ocorrer se nos dispusermos a lutar por ela, em vez de nos perder em disputas estéreis nos espaços institucionais.

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